Goiânia vira a página, mas coleta de lixo continua no mesmo capítulo

No dia 22 de abril de 2024 foi marcada uma página virada para a limpeza urbana e coleta de resíduos, no dia em que a prefeitura de Goiânia anunciou o novo consórcio Limpa Gyn. O propósito da nova empresa era de dividir ações com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) para alcançar mais bairros com mais recursos, equalizando a limpeza e a coleta de resíduos nas regiões periféricas. Além disso, foi tida como uma redução dos custos de manutenção e operação da prefeitura uma vez que o consórcio iria ser responsável pela própria frota.

Contudo, um mês depois, um flashback se forma nas regiões periféricas da cidade com a coleta de lixo ainda problemática, principalmente na região norte e noroeste da Capital. Ainda sobre isso, uma possível liquidação da Comurg paira no ar após afirmações do titular da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), Vinícius Alves, durante a última sessão no Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO). De acordo com ele, um termo de ajustamento de gestão deverá ser apresentado à empresa pública para desvincular a dependência do financiamento dela com a gestão municipal.

Com tudo isso, resta apenas uma pergunta para milhares dos moradores de Goiânia: o que acontece quando uma página é virada mas a história continua a mesma? E enquanto essa história não muda, os moradores sofrem com o acúmulo de lixo que leva o mau cheiro, acúmulo de animais portadores de doenças e de bichos peçonhentos. Como foi apurado pelo jornal O Hoje, alguns moradores do Setor Estrela Dalva, na Região Noroeste da cidade, estão há quase um mês sem a coleta de resíduos normalizada em ruas do bairro. 

De acordo com o morador do setor, Nilmar, vias do setor como a rua Gustavo, Guimarães e a rua 17 de Março já ficaram quase 20 dias sem a coleta seletiva por parte da Limpa Gyn neste mês de maio de 2024. “Todo mês nós pagamos os nossos impostos, mas não conseguimos ver o retorno da nossa contribuição que é obrigatório”, e ainda afirma que o amontoado de lixo tem atraído roedores para as ruas dentro das casas. 

A região noroeste, que tinha este problema histórico com a coleta seletiva, continua a enfrentar os mesmos problemas mesmo com a mudança na gestão. De acordo com o motorista de uber e líder do Bairro Finsocial, Ailton Carvalho, outros bairros da região também estão com o mesmo flashback como: Parque Tremendão, Residencial Barravento e o Setor Morada do Sol. “Como um líder comunitário eu sou muito atento às omissões do poder público na nossa região”.  

 Contudo, este flashback está se espalhando nas regiões vizinhas que antes não tinham este problema com a coleta da Comurg. Como diz o servidor público Luiz Cláudio Cavalcante, o bairro São Judas tem sentido as consequências da crise dos serviços municipais. “Anteriormente, o lixo era coletado em dias alternados, mas agora a coleta foi reduzida para apenas uma ou duas vezes por semana, e ainda de maneira precária”.

Conforme diz, os coletores realizam o serviço de forma descuidada, deixando resíduos e chorume espalhados pelas ruas. Em um destes casos foi compartilhado uma foto de caixas e sacolas de lixos espalhadas na Avenida Brasília, em frente ao Centro de Saúde da Família São Judas Tadeu. Também relata a falta da varrição no bairro que não ocorre há quatro semanas a fio.   

Enquanto isso, o jornal O Hoje pediu uma resposta sobre a coleta de lixo nos bairros mencionados nesta matéria. De acordo com a empresa, em nota, todos os bairros mencionados serão atendidos até o dia 28.