Bebê com doença rara é operado por um robô

No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, em São Paulo, médicos realizaram um feito inédito ao

Postado em: 02-08-2024 às 11h04
Por: Leticia Marielle
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A equipe removeu 98% do pâncreas da criança, que sofria de hiperinsulinismo congênito, uma condição rara e grave. | Foto: Divulgação

No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, em São Paulo, médicos realizaram um feito inédito ao operar um bebê de sete meses e oito quilos usando um robô. O caso aconteceu em maio deste ano. A equipe removeu 98% do pâncreas da criança, que sofria de hiperinsulinismo congênito, uma condição rara e grave. O cirurgião Fábio Volpe, da Divisão de Cirurgia Pediátrica e Transplante de Fígado do hospital, explicou que a doença provoca a produção excessiva de insulina. O resultado disso são crises convulsivas e, possivelmente, coma.

Considerada o único tratamento definitivo, a cirurgia foi necessária após tentativas frustradas de tratamento clínico. Devido ao pequeno tamanho dos órgãos do bebê, a operação exigia uma precisão que apenas o robô poderia oferecer. “A parte removida do pâncreas tinha cerca de quatro centímetros, enquanto o total deveria ter aproximadamente cinco. Utilizar o robô torna o procedimento mais preciso, pois amplia a imagem e torna as estruturas mais visíveis,” afirmou o cirurgião.

Apesar do uso crescente de robôs em procedimentos médicos, a literatura ainda não registrava o uso desses dispositivos em pacientes tão jovens e pequenos. A equipe do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto conseguiu realizar a cirurgia com sucesso graças à sua vasta experiência com tecnologia robótica e videolaparoscopia em crianças e recém-nascidos.

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A operação ocorreu sem complicações, e o bebê já retornou para casa, onde está sob os cuidados de sua mãe, Lucimara Costa. Ela compartilhou suas esperanças para a recuperação da filha: “Desejo que ela tenha uma vida normal, que ande, fale, vá para a escola e tenha uma formação. Vou com calma, sem criar muitas expectativas, mas acredito que ela se recuperará, se Deus quiser, junto comigo,” disse Lucimara.

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