Semiaberto deve mudar de endereço

Após fuga, moradores, comerciantes e empresários da região pedem que estrutura do semiaberto seja transferida para dentro do complexo prisional

Postado em: 26-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Após fuga, moradores, comerciantes e empresários da região pedem que estrutura do semiaberto seja transferida para dentro do complexo prisional

Higor Santana* 

Representantes da associação comercial, industrial e empresarial da região leste de Aparecida de Goiânia, se reunirão com a diretoria do sistema prisional de Goiás (DGAP) para reivindicar a mudança do prédio que abriga os detentos do regime semiaberto para dentro do complexo prisional. A ideia é garantir mais segurança na região.

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A preocupação maior dos empresários e comerciantes, segundo o presidente da associação, Maione Padeiro, é que a fuga dos detentos da Casa de Prisão Provisória (CPP), de Aparecida noite da última terça-feira (23), possa se repetir. “A fuga dos detentos coloca em risco os empresários, funcionários e todos que trabalham naquela área. Não só o patrimônio, mas também a vida de todos. E não é a primeira vez que isso acontece”, explica Maione.

Ainda segundo o presidente da Associação, houve uma garantia de mudança em até 180 dias. “Através de um acordo firmado com o governo e a Cooperativa de Transporte do Estado de Goiás (Cotego), vai ser repassada aquela área que hoje é o semiaberto para a Cotego, e o semiaberto será transferido para dentro do complexo prisional. Vai sair daquela região industrial para dentro do complexo. Eu acredito que no máximo em até 180 dias o complexo já esteja em outro local”, afirma.

No ano passado, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária anunciou que estava trabalhando para transferir a Colônia Agroindustrial, que também abriga presos do regime semiaberto. A unidade, que atualmente faz parte do CPP de Aparecida, foi transferida para um terreno na divisa com Hidrolândia e Bela Vista de Goiás.

Superlotação

Atualmente, 3,2 mil presos ocupam um espaço projetado para 800. Nas celas, onde deveriam ter seis pessoas, estão 40. O superintendente de segurança penitenciária, Jonathan Marques, considera que a estrutura do presídio é “arcaica”, mas que estão sendo tomadas medidas para evitar novas fugas. “Temos sistemas de escaner corporal, câmeras nos pátios e entradas das alas. Novos 300 servidores estão fazendo curso de formação e, em breve, haverá concurso para novos agentes”, explicou.

Fuga 

Na noite da última terça (23), 24 detentos fugiram e seis foram baleados na CPP de Aparecida de Goiânia, após prepararem uma emboscada para agentes prisionais. Um preso teria usado uma arma escondida embaixo de uma bandeja para render os servidores e começar a fuga. Ao todo, seis servidores faziam a segurança de mais de 400 detentos na ala. Até o início da manhã de ontem (24), nove detentos haviam sido recapturados e um morto em troca de tiros com policiais.

De acordo com o Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal do Estado de Goiás (Sinsep-GO), na noite de terça-feira foram encontrados buracos nas celas que eram usados pelos detentos para esconder objetos. Os agentes informaram ainda que acharam várias facas escondidas pelas celas. O órgão contou ainda que, os agentes foram rendidos enquanto levavam os detentos que trabalham na lanchonete do local de volta para dentro das celas.

Segundo a DGAP, foi aberta uma investigação para saber como a arma entrou. As visitas na ala foram suspensas por tempo indeterminado. “O preso armado rendeu os dois servidores. Eles quebraram os cadeados de três celas. O vigilante que estava armado ordenou que eles parassem e o preso começou a atirar, quando começou o tiroteio dentro do bloco”, disse o superintendente, Jonathan Marques. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian) 

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