IFG diz que cortes podem comprometer as aulas

Decisão de cortes entra em vigor no segundo semestre. Em Goiás, impacto pode ser de 36,3%

Postado em: 08-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: IFG diz que cortes podem comprometer as aulas
Decisão de cortes entra em vigor no segundo semestre. Em Goiás, impacto pode ser de 36,3%

Isabela Martins*

Após o anúncio de corte de 30% na verba de universidades e Institutos Federais, o Conselho das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) se reuniu com representantes do Ministério da Educação em Brasília nesta segunda-feira (06) para falar sobre os cortes nas unidades. Em Goiás, o impacto pode ser de 36,3% o que dá em torno de R$ 16 milhões amenos para essas instituições no Estado. 

Continua após a publicidade

A decisão deve entrar em vigor ainda no segundo semestre desse ano. Para uma rádio, o presidente do Condif e reitor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Jerônimo Rodrigues, apontou os impactos que serão sentidos pela unidade.  “Vai impactar nas nossas ações, ensino, pesquisa, extensão e mais especificamente nos contratos firmados, a questão própria da manutenção das nossas instituições, ou seja, o dia a dia, custeio que necessitamos para colocar nossas instituições em funcionamento”. 

Em Goiás são 14 unidades do IFG e duas do Instituto Federal Goiano com, ao todo, serão uma média de 32 mil alunos que sofreram o impacto com os cortes. “O governo estava falando de 30% e o que a gente tem percebido nas nossas instituições é que esse bloqueio representa em algumas instituições no caso de custeio até 40%”, afirmou o reitor.

Preocupação 

Se nada mudar em relação à decisão, a preocupação é com o segundo semestre do ano letivo. “É um caso que realmente não tem como. Ao longo desses últimos quatro anos já vínhamos fazendo um saneamento necessário em função da diminuição dos nossos orçamentos, mas chegamos a uma situação praticamente de inviabilidade”. Segundo o reitor, algumas unidades contam apenas com um vigilante no período diurno, e que não seria possível fechar o ano com os cortes.

Discussão

Na reunião realizada em Brasília, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Ariosto Antunes, explicou que o bloqueio de 30% no orçamento das universidades e institutos federais foi uma medida preventiva e de adequação a política econômica do governo. Ele ainda esclareceu que a pasta irá priorizar a consolidação da Rede Federal no que diz respeito à conclusão de obras paradas e em andamento, além de aquisição de equipamentos que auxiliam no funcionamento das unidades.

Em nota publicada no site da instituição, o reitor afirma que reuniões que devem ser realizadas essa semana para estabelecer o diálogo e apresentar os impactos das medidas nas instituições e tentar reverter o bloqueio. Na sexta, eles se encontram com o ministro da educação para debater o assunto. “O importante é mostrar para os nossos governantes a importância que os institutos federais dos mais de 580 municípios que estamos. Mostrar o desenvolvimento regional na formação de profissionais qualificando para que ele possa atuar no desenvolvimento das regiões”.

Investigação 

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) abriu três investigações para apurar os cortes nas verbas das instituições de ensino. As apurações foram instauradas três dias após o anúncio do bloqueio nos 30% na verba das unidades. O MP pede ao MEC e ao Ministério da Economia que informem em um prazo de 15 dias os motivos que levaram ao corte de orçamentos e se foi feito algum estudo prévio sobre como a medida pode impactar os estudantes.

No mesmo prazo, o órgão pediu informações às três unidades para saber quais e quantos cargos devem ser cortados, o valor que devem deixar de receber por conta do bloqueio e como o funcionamento de cada instituição pode ser afetado. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)  

Veja Também