Meia Ponte cai ao nível crítico 4 que justifica racionamento de água em Goiânia

A última medição feita pela Saneago registrou apenas 1.481 litros por segundo; a vazão só entra definitivamente no nível crítico 4 se permanecer durante sete dias abaixo de 1.500 l/s - Foto: divulgação.

Postado em: 12-09-2019 às 18h05
Por: Daniell Alves
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A última medição feita pela Saneago registrou apenas 1.481 litros por segundo; a vazão só entra definitivamente no nível crítico 4 se permanecer durante sete dias abaixo de 1.500 l/s - Foto: divulgação.

Daniell Alves

Após o Estado anunciar abertura das represas particulares, vazão do Rio Meia Ponte chega a nível que justifica o racionamento de água. Na última medição feita pela Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), ontem (12), foi registrada queda de 635 litros por segundo (l/s). Com o nível abaixo de 1.500, a vazão do rio se aproxima ainda mais do nível crítico 4.

No entanto, a vazão só entra definitivamente no nível crítico 4 se permanecer durante sete dias abaixo de 1.500 l/s. Agora, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Semad) deve agilizar a negociação com os produtores rurais para garantir o abastecimento de água na Capital e nas Regiões Metropolitanas. A prioridade, neste momento, é conseguir negociar com proprietários de 70 reservatórios no Estado para evitar o racionamento nos próximos dias.

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“Nós temos 400 reservatórios mapeados acima do ponto de captação do Rio Meia Ponte”, informa Andréa Vulcanis. “Destes, 70 têm acima de dois hectares de espelho d’água. Somente eles representam 42 milhões de metros cúbicos de água reservada”, enumera.

“São neles que haverá um esforço de negociação com os seus proprietários para que haja uma liberação progressiva da água para sustentar um maior equilíbrio na vazão”, complementa. Ao lado do governador Ronaldo Caiado, a secretária sobrevoou a região da bacia logo após entrevista coletiva realizada nesta semana.

Negociação com os produtores rurais

Segundo a secretária, a ideia é negociar com cada produtor a liberação inicial de 30% dos reservatórios para auxiliar no aumento do nível da água. “Já estamos conversando com os detentores destes reservatórios para que haja uma liberação progressiva”, explica. Ela lembra que não adianta liberar mais água do que a necessidade porque nem há onde reservar. “Na medida em que houver uma redução da vazão, abre-se o reservatório, e vamos progredindo a partir dos mais próximos do ponto de captação até os mais distantes”, pontua.

Conforme informa a Semad, a média da vazão vinha se mantendo em 2.700 l/s desde o dia 14 de agosto, mas desde o final de semana há registros de quedas abaixo de 2.300 l/s. O fato sinalizou que muitos produtores estavam desrespeitando a proibição de irrigação durante o dia e a redução de 50% na outorga de captação.

Na tentativa de continuar o abastecimento nas regiões da Capital, o Estado começou a intensificar a fiscalização, com aplicação de multas e notificações em propriedades nos nove municípios que integram a Bacia do Rio Meio Ponte. Houve aumento de equipes de fiscais em campo, uso de drones, aeronaves e embarcações de forças de segurança pública.

Conscientização é fundamental

Diante disso, os goianos devem se atentar ao momento de crise hídrica que o Estado sofre. A recomendação é para que as pessoas economizem água o máximo possível. A Secretaria de Meio Ambiente convida, também, os municípios de Goiânia e da Região Metropolitana participarem de um “esforço comum para intensificar ações de fiscalização contra o desperdício em áreas urbanas, que não são de competência do Estado, com vistas a reduzir o consumo nas cidades”.

De acordo com a nota publicada pelo órgão, “se todos cooperarem, num grande ato solidário, com certeza atingiremos o objetivo de superar o período crítico da crise hídrica sem necessidade de racionamento ou adoção de medidas mais duras. Pedimos o apoio e a participação de todos”.(Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

 

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