“Masculinidade tóxica” reduz vida de homens nas Américas

A "masculinidade tóxica" reduz expectativa de vida de homens na América, indica um estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS). Foto: Pixabay

Postado em: 19-11-2019 às 10h00
Por: Aline Carleto
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A "masculinidade tóxica" reduz expectativa de vida de homens na América, indica um estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS). Foto: Pixabay

Aline Bouhid

Hoje (19) é comemorado o Dia Internacional do Homem e estudo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) indica que em todo continente americano os homens vivem 5,8 anos a menos que as mulheres por conta de comportamentos associados à expectativa de gênero. “Existe uma estreita relação entre masculinidade e saúde. Os papéis, normas e práticas impostas socialmente aos homens exigem ou reforçam sua falta de autocuidado e até negligenciam sua própria saúde física e mental”, aponta o relatório. 

A masculinidade tóxica aumenta a mortalidade por suicídio, homicídio, vícios e acidentes de trânsito, além de doenças não transmissíveis, dizem os especialistas. Por exemplo, em mortes por violência interpessoal, morrem sete vezes mais homens que mulheres, em traumas no trânsito, a taxa é de três homens para cada mulher e em cirrose hepática por álcool, a mortalidade é duas vezes maior entre os homens do que entre as mulheres.

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Pelo relatório, um em cada cinco homens do continente americano morre antes dos 50 anos, um número que eles consideram “alarmante”. No caso das mulheres, essa percentagem só é alcançado quando completam 60 anos. Homens e mulheres morrem de forma semelhante apenas por problemas respiratórios e diabetes.  

O relatório detalha ainda dados por região: no Caribe, os homens morrem mais por AIDS. No restante da América Latina, por cirrose hepática e violência interpessoal; e, na América do Norte destacam-se a doença de Alzheimer e outras demências, além de suicídio e câncer de próstata, cólon e reto.

O estudo enfatiza que esta análise da saúde masculina na perspectiva de gênero seria “impensável” sem o antecedente do feminismo e exige “mobilizar a vontade política e os recursos necessários” para contemplar as necessidades de homens e mulheres.   

* Com informações da Revista Exame

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