Bombeiros de Goiás são suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro

MP-GO aponta que esquema de certificações irregulares contava com apoio de dois coronéis, um tenente-coronel, um major, um capitão e um subtenente – Foto: Reprodução.

Postado em: 19-11-2019 às 17h40
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Bombeiros de Goiás são suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro
MP-GO aponta que esquema de certificações irregulares contava com apoio de dois coronéis, um tenente-coronel, um major, um capitão e um subtenente – Foto: Reprodução.

Nielton Soares

Bombeiros de Goiás, suspeitos de fraudarem Certificados de Conformidades (Cercons), são acusados de receber propinas pagas em espécie, por meio de transferências bancárias, construção de academias, outros empreendimentos e viagens internacionais, apontam investigação, que identificou em um dos casos pagamentos de R$ 500 mil.

Outro meio utilizado para as propinas era a aquisição de bens utilizados para publicidade e marketing de eventos promovidos pelo Corpo de Bombeiros em Goiânia e no interior de Goiás. Apenas uma das empresas contratadas chegou a ficar com 30% de todo o faturamento do setor de marketing da corporação.

Continua após a publicidade

As informações foram repassadas, em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (19), no Ministério Público de Goiás (MP-GO), o procurador geral de Justiça de Goiás, Aylton Flávio Vechi, comentou que os desvios foram cometidos por alguns membros da corporação e que a instituição precisa ser preservada. 

O Gaeco identificou que somente na Rua 44 houve pagamentos de benefícios ao esquema por parte de 145 comerciantes. Também foi descoberto que grandes empreendimentos estão envolvidos ao obter facilidades para a emissão e a renovação de Cercons. 

Dentre os investigados, que não tiveram prisões decretadas, estão dois coronéis, um tenente-coronel, um major, um capitão e um subtenente, que deverão ser denunciados pelo MP-GO por corrupção passiva, concussão e lavagem de dinheiro. 

Segundo o corregedor da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), coronel Sandro Mauro Pereira de Almeida, também na coletiva, disse que medidas no âmbito administrativo para punir os envolvidos devem ser tomadas.

A operação batizada de Desconformidade foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás (MP-GO), com apoio da Secretaria de Segurança Público (SSP-GO e do próprio CBM-GO.

Veja Também