Golpe de presos via WhatsApp rendeu mais de meio milhão de reais em 5 meses, diz PC-GO

De acordo com investigadores, os criminosos aperfeiçoaram o ‘bença tia’, utilizando em aplicativos de celulares, fotos de médicos, juízes, promotores, desembargadores e dentistas para pedir familiares | Foto: Divulgação.

Postado em: 04-09-2020 às 15h45
Por: Nielton Soares
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De acordo com investigadores, os criminosos aperfeiçoaram o ‘bença tia’, utilizando em aplicativos de celulares, fotos de médicos, juízes, promotores, desembargadores e dentistas para pedir familiares | Foto: Divulgação.

Nielton Soares

Um golpe aplicado por criminosos
de dentro da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG) – antigo Cepaigo, no
Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região Metropolitana da Capital,
rendeu para eles mais de meio milhão de reais em apenas cinco meses, segundos
dados da Polícia Civil de Goiás (PC-GO).

Os investigadores explicaram que os criminosos
aperfeiçoaram o ‘bença tia’, utilizando em aplicativos de celulares, fotos de
médicos, juízes, promotores, desembargadores e dentistas para extorquir familiares
e amigos desses profissionais.

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Esse caso está sendo conduzido pela
Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), em parceria com
o Ministério da Justiça. E, descobriu que os golpistas conseguiram dados
sigilosos dos profissionais, criando uma conta falsa em um aplicativo de
mensagens.

No perfil da ferramenta, eles
colocavam a foto do profissioal, e procuravam por familiares para solicitar dinheiro.
A titular da DERCC, delegada Sabrina Lelis, informou que o grupo criminoso era bastante
organizado, pois utilizavam textos diferenciados para cada abordagem às
vítimas.

Porém, a delegada conta que o
contexto será sempre o mesmo, “que haviam excedido o limite das transferências
diárias, e que precisavam quitar débitos de altos valores naquele dia. O que
chamou nossa atenção foi que estes criminosos tinham, junto com os dados das
pessoas que fingiam ser, diferentes textos, que eram usados de acordo com a
profissão daquelas pessoas.

Complexo Prisional

Ao ser identificada a quadrilha, a Justiça expediu sete mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos por policiais civis, na manhã desta sexta-feira (4) , contando com apoio de policiais penais, sendo que dois desses, dentro da
Ala A, da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional
de Aparecida de Goiânia.

Os demais aconteceram em Goiânia,
Senador Canedo, Aparecida de Goiânia e em Montes Claros (Minas Gerais).

Foram apreendidos quase R$ 400
mil em espécie, celulares, computadores, cartões de crédito, cadernos com
anotações. Além disso, foram retirados do ar oito sites da chamada Data Brokers
– rede onde os criminosos conseguiram dados sigilosos de diferentes
profissionais.

A atuação dos criminosos,
constataram os investigadores, teve início em abril deste ano, fazendo vítimas
em Goiás, Tocantins, Pará, Santa Catarina, Paraíba, Piauí e Ceará.

Fora aqueles que já estão presos,
nessa fase da investigação, ninguém foi detido. Porém, a polícia, garante que
irá identificar e indiciar todos os envolvidos no esquema.

 

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