Brasileiros resistem a vacinas chinesas e russas contra a Covid-19

Luan Monteiro

Um estudo feito pelo Centro
de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília
(CPS/UnB), apontou que os brasileiros tem grande intenção de se vacinarem
contra a Covid-19, mas resistem mais a vacina se ela for produzida na China.

O estudo feito com
2.771 pessoas, mostrou que a associação de uma vacina com o país de onde se
originou a doença reduz em 16,4% a intenção de vacinação da população. Os
resultados também mostram que a intenção de vacinação se reduz quando associadas
a outros países. Sendo; Rússia (-14,1%), Estados Unidos (-7,9%) Universidade de
Oxford, na Inglaterra (-7,4%).

“Esse dado sugere uma
desconfiança de parte da população brasileira com a vacina, presente inclusive
entre pessoas que estão muito preocupadas com a doença”, diz Wladimir Gramacho,
coordenador do estudo e do CPS.

A pesquisa também
revelou que cerca de 78,1% dos brasileiros tem muita chance de se vacinar,
enquanto 21,9% tem pouca ou nenhuma chance de se vacinar. A pesquisa também identificou, que entre os apoiadores de Bolsonaro, apenas 27% têm muita chance de se
vacinarem se a substância for produzida na China. Entre os opositores do
governo, essa porcentagem dobra (54%).

“Os testes que fizemos
mostram que a polarização política tem um efeito menor para o caso de uma
vacina produzida na Rússia e não afetou até aqui a receptividade dos
brasileiros a vacinas produzidas nos Estados Unidos ou em Oxford”, afirma
Wladimir Gramacho.