Inglaterra goleia Irã em sua estreia na Copa do Catar

Duelo no Al Rayyan abriu o Grupo B e teve arbitragem brasileira.

Postado em: 21-11-2022 às 13h15
Por: Luan Monteiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Inglaterra goleia Irã em sua estreia na Copa do Catar
Duelo no Al Rayyan abriu o Grupo B e teve arbitragem brasileira. | Foto: FIFA

A Inglaterra não tomou conhecimento do Irã na estreia das seleções na Copa do Mundo do Catar. Nesta segunda-feira (21), o English Team superou o Team Melli por 6 a 2, no estádio Khalifa International, em Al Rayyan. O triunfo encerrou um jejum de oito meses (ou seis jogos) sem vitórias dos campeões mundiais de 1966 em partidas oficiais.

O confronto inaugurou o Grupo B do Mundial, que também reúne País de Gales e Estados Unidos. Os outros dois integrantes da chave jogam nesta segunda-feira, às 16h (horário de Brasília), no Estádio Ahmad Bin Ali, em Doha.

Continua após a publicidade

O duelo marcou, ainda, a “estreia” do Brasil na Copa. O árbitro brasileiro Raphael Claus foi responsável pelo jogo em Al Rayyan, tendo os compatriotas Rodrigo Figueiredo e Danilo Simon como auxiliares. O outro trio de arbitragem do país no Mundial, formado por Wilton Pereira Sampaio e os assistentes Bruno Boschilia e Bruno Pires, estará à cargo de mais uma partida desta segunda-feira, entre Senegal e Holanda, que finalizam a primeira rodada do Grupo A às 13h, no Estádio Al Thumama, em Doha.

Ingleses e iranianos voltam a campo na sexta-feira (25), pela segunda rodada. Os asiáticos encaram o País de Gales às 7h, no Ahmad Bin Ali. Os europeus terão o EUA pela frente às 16h, no Estádio Al Bayt, em Al Khor.

Protestos no pré-jogo

Alguns torcedores (de ambos os sexos) nas arquibancadas ergueram cartazes exigindo liberdade ao direito das mulheres no Irã. Além disso, durante a execução do hino nacional, os jogadores iranianos ficaram em silêncio. As manifestações acompanham uma onda de protestos iniciada após a morte de Mahsa Amini, iraniana de origem curda, há cerca de dois meses. Ela estava sob custódia da polícia moral do país asiático por utilizar “trajes inadequados”. A repercussão do caso gerou, inclusive, pedidos de exclusão da seleção do Oriente Médio da Copa.

Jogadores da seleção iraniana silenciaram no momento do hino do país em apoio aos protestos contra a morte da jovem Mahsa Amini, sob custódia da polícia, após ter sido presa pelo uso inadequado do hijab (lenço) – Reuters/Marko Djurica/Direitos Reservados

Antes de a bola rolar, os jogadores da Inglaterra ajoelharam no gramado, em manifestação contra o racismo. O atacante Harry Kane utilizaria a braçadeira de capitão nas cores do arco-íris, com a expressão “One Love” (“Um Amor”, na tradução do inglês), em apoio à comunidade LGBTQIA+, mas o risco de punições pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), como sanções esportivas ou multas, fez o English Team e outras seleções que pretendiam fazer o mesmo voltarem atrás. A postura do Catar quanto à causa é motivo de críticas desde a escolha da nação asiática como sede do Mundial.

Antes do apito inicial, jogadores ingleses se ajoelham no gramado do estádio Al Rayyan em protesto contra o racismo – Reuters/Carl Recine/Direitos Reservados

A Fifa argumenta que o artigo 13.8.1 do regulamento de equipamentos da entidade determina que o capitão de cada time, em competições organizadas pela federação, deve utilizar a braçadeira por ela disponibilizada. A faixa liberada tem os dizeres “No Discrimination” (“Sem discriminação”, na tradução).

Susto e passeio inglês

Logo no começo da partida, aos sete minutos do primeiro tempo, o goleiro iraniano Ali Beiranvand se chocou, de cabeça, com o lateral Majid Hosseini, ao cortar um cruzamento de Kane pela direita. Após oito minutos de paralisação, o camisa 1 tentou retornar ao jogo, mas não resistiu à tontura e foi substituído, dando lugar ao reserva Hossein Hosseini.

Como esperado, a Inglaterra teve a iniciativa ofensiva e apostou em ataques pelos lados. O Irã, por sua vez, congestionou a área para diminuir o espaço de finalização. Quando conseguiu acelerar a troca de passes, o time europeu assustou. Aos 29 minutos, o atacante Raheen Sterling tabelou pela direita com Bukayo Saka, que cruzou à meia altura para o também meia Mason Mount chutar na pequena área, na rede pelo lado de fora. Dois minutos depois, o lateral Kieran Trippier cobrou escanteio e o zagueiro Harry Maguire cabeceou no travessão.

Aos 33 minutos, a pressão inglesa, enfim, derrubou a muralha iraniana. Após uma boa troca de passes na esquerda, o lateral Luke Shaw cruzou e o volante Jude Bellingham, de cabeça, deslocou  Hossein Hosseini para abrir o placar – e a porteira asiática. Aos 42, Shaw cobrou escanteio pela esquerda, Maguire ajeitou e Saka acertou um lindo chute de primeira, ampliando para os europeus. Os jogadores do Irã cercaram Raphael Claus, reclamando de falta de Maguire no zagueiro Roozbeh Cheshmi, mas o árbitro brasileiro manteve a marcação de campo.

Com dois gols de vantagem, os ingleses obrigaram os rivais a avançarem as linhas e os conduziram a uma armadilha, possibilitando o contra-ataques que originou o terceiro gol, três minutos após o segundo. Aos 45, Kane recebeu pela direita e cruzou à meia altura para Sterling concluir próximo à pequena área, sem chances para Hossein Hosseini.

O cenário do primeiro tempo não se modificou na etapa final, com predominância inglesa no ataque. Aos 16 minutos, a defesa iraniana deu espaço para Saka receber de Sterling na área, tirar dois marcadores da jogada e finalizar no canto para marcar o segundo dele na partida e o quarto do English Team. Desta vez, porém, os asiáticos esboçaram uma reação. Três minutos depois, o meia Ali Gholizadeh – que tinha entrado em campo na volta do intervalo – recebeu na entrada da área pela direita e deixou Mehdi Taremi na cara do gol. O atacante, frente a frente com o goleiro Jordan Pickford, soltou a bomba e descontou. 

Só que os ingleses não deixaram o Irã se animar com o gol. Aos 25, poucos segundos após entrar em campo no lugar de Saka, o atacante Marcus Rashford foi lançado por Kane em contra-ataque pela esquerda, invadiu a área com liberdade, deslocou Majid Hosseini e bateu rasteiro, fazendo o quinto dos europeus.

Em ritmo de treino e administrando o resultado, a Inglaterra ainda encontrou brecha para o sexto gol, novamente com participação do banco de reservas, agora, de ambos os atletas envolvidos no lance. Aos 43 minutos, o atacante Callum Wilson recebeu na área e tocou para o meia Jack Grealish finalizar na saída de Hossein Hosseini. Nos acréscimos, Raphael Claus – com auxílio do árbitro de vídeo (VAR) – deu pênalti do zagueiro John Stones no atacante Morteza Pouraliganji. Taremi converteu a penalidade e deu números finais à partida, diminuindo o prejuízo asiático.

Veja Também