Estilo próprio

Bruxelas sempre foi desprezada pelo turismo até se reiventar e conseguir mostrar ao mundo seu rico patrimônio histórico e sua face moderna

Postado em: 22-02-2016 às 00h00
Por: Redação
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Bruxelas sempre foi desprezada pelo turismo até se reiventar e conseguir mostrar ao mundo seu rico patrimônio histórico e sua face moderna

Adalberto Araújo

Bruxelas tem rapidamente ganhado fama como um dos destinos preferidos da Europa, devido ao seu charme de pequena cidade, bares e restaurantes da moda, excelente gastronomia, boa vida noturna, lojas fenomenais, numerosos museus e muitas outras atrações, incluindo as diversas e interessantes exposições e festivais. A capital belga está rapidamente se tornando uma “meca de estilo”, arte e design. Ao mesmo tempo em que atrai cada vez mais nomes da moda internacional, os designers estão ganhando notoriedade internacional. As ruas de Bruxelas respiram arte e arquitetura criadas sob um inimitável estilo belga. 

Mas nem sempre foi assim. A capital da Bélgica foi desprezada pelos turistas, por décadas a fio, justamente por ser uma cidade pequena e não tão famosa – e sobretudo, pela sua proximidade com destinos com muito mais apelo turístico, como Amsterdam, Paris, Londres e mesmo Colônia e a Cidade de Luxemburgo. Afinal quem, em passeio, ia perder tempo em Bruxelas se, ali perto, estavam todas essas cidades tão famosas e cheias de atrações? Mas os ventos mudaram, e a cidade, de 1,2 milhão de habitantes, aos poucos soube capitalizar o fato de ser a sede da União Europeia, de ser pequena e sem tanto apelo turístico – por isso bem mais tranquila –, de ter preços mais em conta e de possuir uma população bastante hopsitaleira e simpática para ver crescer o número de turistas interessados em um destino diferente.

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Desembarcando na cidade, após instalar-se, o destino obrigatório é a Grande Place. Com os ornamentos barrocos e a frente das casas em estilo gótico, a praça é Patrimônio Mundial da Unesco e uma das mais bonitas de toda a Europa. Construída como um mercado no século 13, é o centro de Bruxelas e um bom local para apreciar a hospitalidade belga num dos seus muitos cafés. É ainda palco de diversos concertos e espetáculos durante todo o ano e, nos meses mais quentes, tem um mercado de flores diário. A maior parte dos edifícios, tanto públicos como privados, data do século 17 e a arquitetura fornece uma boa ilustração do nível social e da vida cultural desse período neste importante centro político e comercial.

A mais antiga referência escrita ao Nedermarckt (mercado baixo), como era originalmente conhecido, data de 1174; o nome atual começou a ser usado no fim do século 18. Fica localizado num antigo terreno pantanoso, na margem direita do rio Senne, a leste do Castellum, uma fortaleza defensiva no exterior do castelo, construída em 977 por Charles de France. O pântano foi drenado no século 12, dando origem ao que viria a ser mais tarde a Grand Place.

Na Grande Place, chama a atenção o edifício da Câmara Municipal (Hotel de Ville), o primeiro prédio em que se repara ao entrar na Praça, em estilo gótico, datado do século 13. As suas fachadas ostentam diversas esculturas, encimadas pelo Arcanjo Miguel. Há visitas guiadas ao interior, que contém obras de arte e tapeçarias dos séculos 16, 17 e 18.

Manneken Pis

A pequena mas famosa estátua de um rapazinho urinando numa fonte é o perfeito exemplo do irreverente humor belga. Este ícone de Bruxelas fica localizado na esquina da Rue de L’Etuve e Stroofstraat desde 1619. Ao longo do tempo, tornou-se tradição oferecer miniaturas desta estátua aos chefes de Estado que visitam o país. O guarda-roupa deste Manneken Pis pode ser admirado no museu da cidade, situado na Grand Place, e inclui 760 modelos diferentes. Até existe uma igual ao de Elvis Presley…

Atomium

Construído para a Feira Mundial de 1958, o Atomium representa uma molécula de nove átomos, aumentada 165 mil milhões de vezes. Um verdadeiro símbolo da cidade de Bruxelas, oferece uma vista privilegiada sobre a cidade e seus arredores. As nove esferas que compõem a molécula estão interligadas por escadas rolantes. O Atomium tem um museu, um restaurante e é palco de inúmeros eventos. No verão, abriga uma atividade única: a Death Ride, uma descida direta desde o topo da esfera mais alta – são mais de 100 metros.

A magnífica Catedral de Saint Michel e Gudule, dedicada aos dois santos padroeiros da cidade, está localizada perto da Estação Central e foi completada no fim do século 15, em estilo gótico, mas foi bastante danificada por um bombardeio francês, em 1695. A fachada, em pedra branca, data de 1250, e o interior é ricamente decorado. Ganhou status de catedral em 1962 e, desde então, tem sido a residência do Arcebispo de Bruxelas. Não deixe de admirar os vitrais e o confessionário do século 16, o púlpito (século XVII) e o carrilhão (1975). A Catedral sofreu obras de restauro entre 1983 e 1999, quando foram descobertas as ruínas de uma igreja e de uma cripta romanas sob o coro.

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