Muitas cidades em uma só

A margem leste do rio só se uniu à margem onde está o Castelo de Praga no século 13, com a construção

Postado em: 29-02-2016 às 00h00
Por: Redação

A margem leste do rio só se uniu à margem onde está o Castelo de Praga no século 13, com a construção da Ponte de Judith. Hoje, a ligação é feita pela mítica Ponte Carlos, que substituiu a anterior e é exclusivamente para pedestres desde a Segunda Guerra Mundial. Este é o lado mais desenvolvido da cidade, onde se concentram todos os outros pontos turísticos para além do castelo, da catedral e do antigo palácio real. À saída da Ponte Carlos chega-se ao Staré Mesto (ou Cidade Velha). Passeie pelas ruelas medievais até chegar à Praça da Câmara Municipal, onde o edifício é um dos mais belos e simbólicos de Praga. Em seguida, continue até à Praça da Cidade Velha. 

Este é o coração histórico, onde está o famo­so Relógio Astrológico. A partir dai, se tem acesso ao Palácio Kinský, à Igreja de Nossa Senhora de Týn, com os seus pináculos emblemáticos, e ao antigo bairro judeu. A Praça da Ci­dade Velha é uma das maiores e mais antigas da Europa, que hoje se traduz num misto de arte antiga com modernidade e concentração turística. As fachadas dos edifícios são neorrenascentistas, barrocas e rococós e no centro permanece a polêmica estátua de Jan Hus, um reformista tcheco queimado na fogueira.

A saída da praça, em direção à torre do Relógio Astrológico, nem sempre é fácil devido à imensidão de turistas que aguardam pela hora certa. Por quê? Porque este relógio é o centro das atenções da cidade devido à sua composição mecânica, que continua a trabalhar. Para decifrar todos os simbolismos dos seus dois mostradores ornamentados com sóis, luas, signos do Zodíaco, numeração romana, anjos e apóstolos,  é melhor o visitante recorrer a um guia especializado enquanto admira o relógio. Mas vale a pena. Até porque, sem entender o simbolismo, a espera pode parecer inú­­til. A visita a Staré Mesto faz-se ainda pela passagem por uma das casas de Kafka, um escritor judeu, de língua alemã, que toda a vida lá viveu. A sua obra de contornos complexos e claustrofóbicos foi marcante no início do século 20 e a sua personalidade continua onipresente em vários pontos da cidade.

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A passagem entre a Cidade Velha e a Cidade Nova é por entre ruelas que conduzem o visitante até a gigantesca Praça Venceslau, que mais poderia chamar-se avenida. Este local, onde se fez a história da República Tcheca moderna, hoje é uma babel de lojas, cadeias de fast­food e hotéis caros. No topo fica a estátua de São Venceslau e o exuberante Museu Nacional, cujo panteão é inconfundível.

Bairro Judeu

A comunidade judaica instalou-se em Pra­ga, pela primeira vez, no século 13, no mes­mo local onde hoje é o bairro de Josefov. Ini­cialmente cercado por muralhas, o bairro cresceu e ganhou liberdade, até que, em 1848, as paredes foram abaixo e o então gueto tornou-se mais um bairro de Praga. Com a chega­da dos nazistas, foram mortos os mais de 120 mil judeus que lá viviam e a cultura judaica foi extinta. Hoje, o bairro de Josefov mantém ain­da muitas das características desse tempo, entre as quais a maior sinagoga ativa da Europa e um antigo cemitério judeu, fundado no século 15. Atualmente, ainda vivem lá cerca de cinco mil judeus.

Cerveja e outros sabores

Falar de gastronomia tcheca sem falar de cerveja não seria possível. O país autointitula-se  o maior consumidor de cerveja per capita do mun­do e é o berço das cervejas loiras. A primeira cerveja de tom dourado do mundo foi criada em 1842, em Plzen cidade do interior, onde, ainda hoje, está a fábrica da Pilsener Urquell. O país mantém a produção da cerveja desde o século 9 e esta é a bebida que mais acompanha o dia a dia dos tchecos.

Para melhor saborear a cerveja, é preciso experimentar alguns pratos típicos, como goulash (um guisado de carne bovina), burt (salsicha de porco), knedlo (almôndegas) acompanhadas com zelo (couve branca fermentada) ou o famoso knedliky (dumplings em inglês, parecidos com puré de pão). Prost! 

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