Vocalista do Cage the Elephant relembra show ‘incendiário’ no Brasil

Banda volta com som mais voltado para o indie rock. CD tem diferentes direções

Postado em: 29-02-2016 às 00h00
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Vocalista do Cage the Elephant relembra show ‘incendiário’ no Brasil
Banda volta com som mais voltado para o indie rock. CD tem diferentes direções

Há dois anos, a banda americana Cage the Elephant encerrava seu incendiário show no Lollapalooza, em São Paulo, quando o vocalista Matt Shultz, que parecia incorporar uma versão contemporânea de Kurt Cobain, correu para a galera, escalou uma das torres de som instaladas no Autódromo de Interlagos e lá ficou por cerca de cinco minutos, aproveitando a sinergia criada entre a banda e a multidão naqueles 50 minutos de apresentação. 

“Sendo bem honesto, aquele show foi o catalisador para um monte de energias positivas que começar. Foi muito especial”, conta, em papo por telefone, Shultz, com a voz de uma pessoa serena, completamente diferente da postura que mostra nos palcos. 

Na época, o grupo divulgava Melophobia (2013), seu terceiro álbum de estúdio, que sinalizava uma mudança de perspectiva em sua música – as influências de punk e garage rock davam lugar a melodias que dialogam com o indie rock da moda. As novas direções culminaram em Tell Me I’m Pretty (Sony Music), disco produzido por Dan Auerbach (guitarrista e vocalista do Black Keys) e que chega agora ao Brasil.

Continua após a publicidade

“Dan tem a habilidade de manter o artista sempre inquieto. Ele não aceita as ideias pré-concebidas e costuma descartar as primeiras gravações. Em seu método de trabalho, ele chama toda a banda para a sala de controle e testa sons esquisitos, trazendo coisas como garage rock cubano ou músicas obscuras da década de 1960”, conta Shultz, que divide a banda com seu irmão mais velho, Brad (guitarra e teclado), Nick Bockrath (guitarra), Daniel Tichenor (baixo) e Jared Champion (bateria).

O vocalista confirma ainda que Tell Me I’m Pretty surge como uma espécie de sequência de Melophobia: 

“Neste disco, trouxemos diferentes direções para cada faixa. Certa vez, alguém disse que em toda música que os Beatles escreveram, eles queriam que soassem como se fossem uma banda diferente. Agora, isso faz sentido para nós. É muito fácil apenas jogar tinta em uma tela em branco, por que todo mundo gosta de cores vibrantes. Mas foi bom aprender a não se conter e se desafiar o tempo todo”.

Da mente criativa de Shultz e de seus companheiros saíram faixas que remetem a uma atmosfera setentista, como Trouble (que flerta com a pegada apresentada pelo Arctic Monkeys no elogiado AM) e Mess Around (canção que gerou comparações, até negativas, com o Black Keys de Auerbach), as mais aclamadas pelos fãs.

Agora, a intenção da banda, segundo o vocalista, é trazer a turnê do novo disco para o Brasil. O supracitado apreço dos americanos pelo país é tão intenso que Come A Little Closer, faixa de Melophobia, foi inspirada na primeira passagem dos americanos por São Paulo, em 2012, quando também se apresentaram no Lollapalooza.

“A proximidade entre as favelas e as áreas nobres foi muito impactante para nós. Pensei nas pessoas que vivem lá, como elas encaram os problemas, e isso me inspirou muito. Mas, se fosse escrever outra música sobre o Brasil, falaria das garotas apaixonantes que vivem aí “(risos), brinca Shultz 

(Reprodução/Instagram)

Veja Também