Metade da coleta seletiva vai para aterro sanitário

Programa novo ensina separação correta de resíduos à população

Postado em: 01-03-2016 às 00h00
Por: Redação
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Programa novo ensina separação correta de resíduos à população

Deivid Souza

Apesar de ser a sexta maior cidade do Brasil em volume de coleta seletiva, Goiânia ainda tem vários desafios para melhorar o tratamento dos resíduos sólidos. Um deles é a conscientização da população. Mesmo entre as pessoas que separam material para a coleta seletiva existem problemas. Aproximadamente metade do que é encaminhado para o programa precisa ser descartado no aterro sanitário porque foi separado de maneira inadequada por falta de informação.

A média de captação de material reciclável é de 2,5 mil toneladas por mês, segundo a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), o que equivale a 6% do volume total produzido. Como metade não pode ser reciclada, 97% de todo resíduo sólido vai para o aterro sanitário, o que demanda um gasto financeiro imenso, sem contar o enorme prejuízo ambiental.

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Uma iniciativa pioneira no País, a ser implantada em Goiânia em breve, pode ajudar a mudar este cenário. É o projeto “Residência Resíduo Zero Goiânia”, a ser lançado hoje à noite. A medida consiste em selecionar cem famílias para serem acompanhadas de março a junho deste ano por técnicos que vão orientar os participantes a reduzirem o volume de resíduos destinados ao aterro sanitário. O que puder ser reaproveitado será encaminhado para o programa de coleta seletiva do município e o resíduo orgânico da moradia poderá ser transformado em adubo por meio de um kit de compostagem a ser fornecido pela Sociedade Residência Resíduo Zero.

Para participar, os interessados devem acessar o site da sociedade (www.residenciaresiduozero.com.br) até o dia 10 de março para fazer a inscrição. Haverá uma seleção dos inscritos. “Nós queremos aqueles parceiros que sejam multiplicadores. Nós vamos selecionar pessoas de todas as classes econômicas, de várias regiões da cidade, diversos tipos de casa: sobrado, apartamento, condomínio fechado, casa térrea para ter uma representatividade”, completa o coordenador geral da Sociedade Resíduo Zero, Diógenes Aires de Melo.

Os participantes não pagarão nada pela participação. A primeira etapa do projeto tem parceria com a Embaixada dos Estados Unidos e Total Educação, além do apoio da Comurg, Federação das Indústrias de Goiás (Fieg) e Universidade Federal de Goiás (UFG). Depois de junho as 100 famílias poderão continuar com a prática e todo programa será avaliado para aperfeiçoamento e novas parcerias devem ser realizadas para que a iniciativa possa ser expandida.

Exemplo

Se depender da disposição de pessoas como a terapeuta holística, Cláudia Cardoso Machado, 36, o programa será um sucesso. Ela mora no Jardim Balneário Meia Ponte, Região Noroeste da Capital, e trabalha no Setor Central. O hábito “simples” de separar materiais recicláveis está presente nos dois locais. Além disso, o resíduo orgânico que produz é utilizado como adubo nas plantas da residência. “Não existe fora. Quando eu deixo meu lixo na lixeira, o coletor vai levar para outro lugar”, ensina.

Diógenes está otimista com o projeto e acredita que o perfil da cidade tende a colaborar para o sucesso do mesmo. “Goiânia é considerada, apesar dos problemas, uma das melhores em qualidade de vida. Nós temos 32 parques, temos um Plano Diretor que contempla o zoneamento ecológico econômico e estamos finalizando o Plano de Resíduos Sólidos do Município”, argumenta. 

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