Crioulo fala sobre a regravação de seu álbum de estreia na TV Brasil

A cultura do rap que embala as periferias dos grandes centros urbanos ganha espaço no Estúdio Móvel desta terça (10), às 20h50, na TV Brasil. O rapper Criolo e o MC Marechal mandam o recado sobre o som das ruas em entrevistas exclusivas gravadas na região boêmia da Lapa, no Rio de Janeiro. No estúdio do programa, a apresentadora Liliane Reis recebe o MC Xan, o MC Xamã e o produtor Ian Miranda do coletivo Grito Filmes.

Apostar, arriscar, preparar, lapidar, lançar e acreditar são palavras-chave desta edição. Durante o papo, a rapaziada conta que o rap e o hip-hop venceram barreiras sociais, culturais e raciais para se espalhar para além das metrópoles. Os artistas desta nova geração apostam na força da cultura das ruas e trazem essa experiência à tona em seus trabalhos.

Criolo está há mais de 20 anos batalhando no universo do rap. Conhecido por suas composições atuais, questionadoras e altamente ricas em arranjos, o músico saiu das ruas de São Paulo para conquistar o Brasil, colocando sempre os problemas urbanos em suas letras. “Sinta o rap. Se permita viver a arte. Por mais que o mundo inteiro fale que isso é para os fracos, sinta-se vivo. Bem-vindo ao hip-hop”, convida o artista.

Ele reflete ainda sobre a música que faz. “O rap é uma expressão de arte. É o que você quer colocar nele. A arte existe, pulsa e te emociona. Ela é um tanto do que você oferece a ela e de como você a enxerga. É viver, meu irmão. Viver é isso aí, mano. Mas se assumir vivo é muita treta. Aí é bem louco. Todo mundo começa a se desesperar ao seu redor. Porque o homem que percebe que está vivo vai dar trabalho a quem não quer que esse sistema acabe”, posiciona-se.

Ao longo do tempo, Criolo incorporou soul, samba, reggae, bolero, funk e afrobeat e outros ritmos em suas obras, sem deixar de ser, porém, um autêntico artista de rap. Agora, o músico está em turnê para relançar oito faixas de seu disco de estreia, Ainda Há Tempo, que completa uma década. A nova versão do álbum dialoga com os desafios contemporâneos do País.

“É sempre bom você voltar a sua essência. Não porque você a abandonou, porque isso não existe, ela faz parte de você, mas para revisitar o início de uma construção. Essa energia do rap me levou aos quatro cantos do planeta. Poder retornar depois de dez anos e cantar canções escritas há 15, 20 anos é de uma felicidade muito grande”, explica Criolo sobre o show cujo repertório foi repaginado e recebeu contribuições de nomes da nova geração do gênero no Brasil.

Já o rapper Marechal é de Niterói, no Rio de Janeiro, e começou sua carreira em 1998 em batalhas de rimas. No estúdio, os MCs defendem a interação no espaço urbano. O Estúdio Móvel ainda conta com a participação do pessoal do coletivo Grito Filmes que se dedica à cobertura de eventos culturais de rua no Rio de Janeiro.