Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Casa, mas pode chamar de escritório

Criador de um dos ambientes da Casa Cor Goiás 2016, W. Leão Ogawa fala ao ‘Essência’ sobre seus processos de criação

Postado em: 11-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Criador de um dos ambientes da Casa Cor Goiás 2016, W. Leão Ogawa fala ao ‘Essência’ sobre seus processos de criação

Júnior Bueno

Os arquitetos goianos W. Leão Ogawa e Heitor Arraes estiveram nas quatro últimas edições da Casa Cor Goiás, sempre com projetos diferentes. Sócios em um escritório que leva os sobrenomes dos dois, eles costumam se valer de todas as referências artísticas possíveis na hora de executar um projeto. E, neste ano, eles apresentam o ambiente Lar Office Lar, feito sob medida para quem faz da própria casa seu local de trabalho. Em entrevista ao Essência, o arquiteto W. Leão Ogawa explicou melhor o conceito deste ambiente e como costuma criar a partir de referências artísticas.

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Como é esta mistura de casa com escritório?

A gente acha que essa mistura está cada vez mais atual. Ter o escritório dentro de casa, receber um cliente no mesmo ambiente em que se vive vem cada vez mais diluir a ideia de separação, de público e privado. Esse personagem que habita essa proposta é cosmopolita e, na mesma mesa onde ele recebe os amigos, ele pode receber um cliente. O mesmo sofá, onde ele faz uma reunião, pode depois virar uma cama para ele dormir. 

E já que o projeto deve ser utilitário, como dosar a utilidade com a beleza?

A beleza é mais consequência. O belo pelo belo é infundado, até porque a beleza é subjetiva. A beleza vem mais pela utilidade, pela identidade. Este projeto apresenta personalidade, beleza é a consonância com o que é criado.

Vocês já fizeram, nas últimas edições da Casa Cor, um Banheiro Público, uma Varanda e umaBilheteria. Como é feita a escolha do ambiente que cada arquiteto vai produzir?

Somos nós mesmos. Quando é anunciado o local onde vai ser realizada a Casa Cor, nós visitamos o local e percebemos pelos espaços disponíveis o que pode ser feito. Neste ano, a gente estava com vontade de trabalhar em um ambiente com pegada residencial, e o Lar Office Lar é resultado disso.

No seu Instagram, você se define como um amante de todas as formas de arte. Como essa relação com a arte se traduz em referência para um projeto?

Eu e o Heitor (Arrais, sócio de W. no estúdio Leão Arrais) buscamos referências em toda forma de manifestação artística. Estamos sempre atentos e com a sensibilidade apurada para captar referências. Por exemplo, se eu vejo um espetáculo de dança, com dois dançarinos, e de repente um está deitado e o outro mais ao fundo, em pé, eu tenho uma formação ali. Ela pode se traduzir em um sofá e uma luminária ao fundo. Se eu ouço uma música que tem uma introdução calma e, de repente, entra um refrão mais pesado, eu posso traduzir isso em um hall sóbrio, escuro, e depois um átrio todo cheio de luz e detalhes. Do cinema, nós tiramos as paletas de cores de uma cena, uma luz interessante que, de repente, pode ser a parede de um cliente. Todas essas referências, junto às informações dos clientes, são essenciais para se criar um projeto. 

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