Funkeira Ludmilla faz show hoje em Goiânia

A Santafé Hall recebe, hoje, a carioca Ludmilla, que promete trazer muito funk e pop para a cidade

Postado em: 02-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A Santafé Hall recebe, hoje, a carioca Ludmilla, que promete trazer muito funk e pop para a cidade

Elisama Ximenes

Já checamos com a Ludmilla, e ela disse que é hoje. Goiânia recebe, pela primeira vez, a cantora de funk melody e pop, que também já foi conhecida como MC Beyoncé. A funkeira está no auge de sua carreira, e o hit Hoje tem marcado a identidade da carioca. Ludmilla é de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, é taurina e, neste ano, completou 21 anos de idade. No ano em que fez 17 anos, a cantora emplacou sua carreira com a música Fala Mal de Mim. Já o primeiro álbum foi lançado em agosto de 2014. 

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Filha de Silvana Oliveira, Ludmilla canta desde os 8 anos de idade, quando cantava pagode com o grupo do padrasto. A mudança de estilo musical foi um acaso. “Teve um show que deu problema no som e colocaram uma batida de funk. Cantei em cima de improviso e fui fazendo umas rimas. Percebi que ficava bom”, conta Ludmilla, que concedeu entrevista ao Essência por e-mail . 

A arte de conseguir lançar improvisos no meio da batida é um dom que apareceu quando ainda era criança. Ela conta que aprendeu, sozinha, conforme escutava outros improvisos. “Surgiu de forma natural, para mim flui e sai fácil. Sempre tive facilidade, gosto de fazer, acho divertido”, declara.

Depois da primeira experiência pública com o ritmo, a cantora começou a ser chamada para cantar, em festas, até a gravação do primeiro hit. As letras do início da carreira de Ludmilla costumavam falar do recalque e da exaltação do eu lírico. Hoje em dia, a funkeira investe em composições românticas, mas não há uma predominância; ela é eclética. “Gosto de cantar de tudo. Essa mistura é que eu acho legal. Muito padrão fica chato. Gosto de fazer músicas que sejam divertidas e que as pessoas se identifiquem”, explica. 

No início de sua vida pública, a cantora era conhecida pelo nome artístico MC Beyoncé. A escolha foi feita em homenagem a maior ídolo da brasileira, a cantora pop Beyoncé Knowless. A paixão pela diva começou quando era criança. Passava dias atenta às músicas da cantora e assistindo aos seus vídeos na internet. “Minha mãe até ficava brava, pois passava o dia todo acompanhando a vida dela. Se um dia eu tiver a oportunidade de conhecê-la, acho que caio dura”, confessa. Em 2013, no entanto, a carioca mudou de nome artístico. A mudança foi natural, e é explicada pela simultânea mudança de gravadora. “Decidimos mudar meu nome artístico para Ludmilla, porque me limitava muito, tanto na parte musical, já que não canto apenas o gênero do funk, como também me prejudicaria em turnês internacionais”, explica. Além de trocar o nome, Ludmilla também tirou o MC de sua marca.

O primeiro single lançado com o novo nome foi Sem Querer. Quatro anos após o início da carreira, Ludmilla chega a fazer 30 shows por mês. Suas músicas já foram tema de novelas globais do horário nobre. Agora que chegou a tal ponto da trilha, ela conta que o sucesso de Fala Mal de Mim a impulsionou a seguir com a carreira. Os contratempos, no entanto, foram inevitáveis. Depois de se desentender com o primeiro empresário, passou a ser empresariada, musicalmente, por Alexandre Baptestini. Além disso, passou a contar com a ajuda da mãe e do tio para o controle financeiro.  “A minha família me ajuda em tudo; eles me dão o suporte de que eu preciso. É ótima essa relação: ficamos mais próximos”, revela.

Com o tempo, Ludmilla conseguiu incorporar ao repertório o pop. Ritmo que admirava e que é comprovado pela devoção a Quenn B. Porém a cantora não deixa se levar por um estilo só. “Sempre gostei da musica pop. Com o crescimento da minha carreira, fui arriscando outros estilos, e funcionou. Adoro misturar os ritmos. Acho muito limitado cantar apenas um gênero”, reforça. O novo álbum da cantora deve ser lançado, em agosto deste ano, e a alegria em falar deste lançamento é evidente em Ludmilla. Depois de três dias do lançamento do single Bom, a música já estava em 9º lugar no Globo Viral. Era também a única música brasileira da lista e a primeira no Itunes. “É muita moral, né?”, ri Ludimilla. 

O CD conta com 15 faixas e deve estar nas lojas no dia 19 de agosto. Como novidade, o cantor e compositor estadunidense Jeremih faz participação especial. “Imagina a minha ansiedade”, comenta Ludmilla. As fotos do single Bom são assinadas pelo fotógrafo J.R. Duran, com direção de arte de Erh Ray. “Está ficando tão lindo! Espero que todos vocês gostem”, enfatiza.

Como uma das divas negras nacionais, Ludmilla não escapou dos ataques racistas. Em tempos em que as relações se dão, majoritariamente, na internet – e de maneira superficial –, as pessoas escancaram, sem algum senso de humanização, seus preconceitos online. No dia 23 de maio deste ano, Ludmilla registrou boletim de ocorrência contra Hélder Santos, que fez comentário racista em foto da cantora no instagram. Desde 1989, a constituição deste País criminaliza o preconceito racial, por meio da Lei nº 7.716. Mesmo que o caso tenha sido on-line, foi possível encontrar o criminoso a tempo de puni-lo. 

Em um País que se orgulha em estampar uma suposta democracia racial, o racismo ainda é uma realidade diária enfrentada pelas pessoas negras. Ludmilla conta que não foi a primeira vez que passou por isso, mas que sempre deixava ‘para lá’. “Resolvi não ficar mais calada. Acho que temos que combater denunciando. Precisamos exigir nossos direitos. Racismo é crime. Todo mundo merece respeito e quem comete esses atos está errado e deve responder na Justiça”, declara com firmeza. No entanto Ludmilla não foi a primeira pessoa pública a sofrer ataques na internet, simplesmente, pela cor da pele.

Há pouco mais de um ano, a jornalista responsável pela previsão do tempo no Jornal Nacional foi alvo de comentários racistas durante uma transmissão do jornal. Além dela, Taís Araújo já foi alvo de ataques, também, na internet. No caso da atriz global, os ataques foram publicados, na rede social Facebook, em outubro do ano passado. As três procederam com denúncias, e os casos forma investigados, tal qual se deve proceder com relação a um crime. Depois do evento, Ludmilla tem preparado uma música que fala do empoderamento negro e contra o racismo. Ela revela que a canção ainda não sai neste álbum, mas que está em processo de construção.

Não só os goianos, mas a cantora também está ansiosa para a primeira vinda a Goiânia. “Estou muito ansiosa e feliz”, reforça Ludmilla. Já quanto ao repertório, a funkeira não pode revelar muito, não porque a informação seja sigilosa, mas por causa do estilo que segue em seus shows. “Não sigo certinho um repertorio: gosto de ficar livre e cantar com o coração, de ver o que o que galera gosta, e o que pedem eu canto”, confessa. Ludmilla ainda revela que o público pode esperar muita animação e música nova. “Quero todo mundo dançando e cantando comigo”, finaliza.

SERVIÇO

Show com Ludmilla

Onde: Santafé Hall (Av. 136, nº 222, Setor Marista)

Horário: 22h30

Entrada: Com nomes na lista, R$ 40 (homens) 

e R$ 20 (mulheres) / Sem nomes na lista, R$ 70 

(homens) e R$ 40 (mulheres)  

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