Um serumaninho desse jeito

Marco Luque chega a Goiânia, hoje, com o espetáculo ‘Tamo Junto!’

Postado em: 09-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Elisama Ximenes

Tamo Junto! é o nome do stand-up que Marco Luque traz a Goiânia hoje (9). O cotidiano é o objeto principal do texto do comediante, que não dispensa críticas e sarcasmo. O ator e humorista, conhecido pela participação duradoura no programa da Band TV, Custe o Que Custar (CQC), tem apresentado o espetáculo por todo o Brasil. A apresentação de hoje faz parte, também, da programação do Viva El Mundi, o complexo encantado que reúne atrações ecléticas na arena do Flamboyant.

Marco Luque faz imitações desde cedo. Ainda na escola, imitava personagens de desenhos animados e, com isso, virou atração. O ator conta que alguns professores chegavam a reservar um tempo de aula para que o menino brilhasse com sua arte de reproduzir voz e jeito dos personagens. O talento levou o artista para o teatro, o rádio e a TV. Quem costuma ouvir rádio, mais especificamente na estação pela qual é transmitida a Mix, já escutou as histórias do motoboy Jackson Faive – personagem impulsionador da carreira de Luque e que permanece com força nas ondas da rádio.

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Para além do Jackson Faive, o espetáculo Terça Insana também foi um bom protótipo do início de sua carreira. A apresentação rodou o Brasil, por três anos, e contava com a performance dos personagens do humorista. De nordestino hippie, motoboy, taxista a empregada doméstica, o que liga as diversas faces de Marco Luque é o trabalho com o cotidiano, de maneira humorística e irônica. Dentre eles, o Silas Simplesmente, a Mary Help e o Mustafary. Chamar cachorros de “um serumaninho desse jeito” virou mania e motivo de gargalhadas desde que os vídeos do último personagem viralizaram. O baiano hippie ganhou fama, também, depois da participação no programa Altas Horas. Sobre isso, o humorista conta, em entrevista ao Essência (abaixo), como foi a entrada na programação global. 

Além da vestimenta hippie com colares coloridos, ou da jaqueta preta e dentes amarelados, ou da roupa de empregada doméstica, a imagem de Marco Luque também é associada a terno e gravata. Não porque ele já tenha largado o humor por um momento e virado homem de negócios – ou algo do tipo. Pelo contrário: o figurino era característico dos integrantes do elenco do CQC. Por muito tempo, Luque fez parte do programa que misturava humor com crítica política, artística e esportiva de temas semanais. Não só era parte, como também ancorava na bancada principal do televisivo. 

Com o fim do programa, o artista voltou ao teatro e, agora, faz parte do Altas Horas, da Globo. Diferente do programa anterior, em que apresentava de cara limpa e terno, aqui ele imerge nas imitações e interpreta seus personagens, que têm sido seu carro-chefe nos tempos mais recentes de sua carreira. Os planos futuros são muitos e concretos. No segundo semestre deste ano, o humorista passará a integrar o elenco do Vai que Cola, do Multishow. Além disso, participará do longa Talvez uma História de Amor, dirigido por Rodrigo Bernardo, e de Virando a Mesa, dirigido por Caio Cobra. Na entrevista, o ator conta mais sobre o espetáculo apresentado hoje, e os caminhos que já trilhou, trilha e ainda há de trilhar a sua carreira.

SERVIÇO

‘Tamo Junto!’ com Marco Luque

Horário: 21h

Onde: Arena do Flamboyant Shopping

Entrada: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada) 

Entrevista MARCO LUQUE 

O stand-up Tamo Junto! trabalha, também, com características estereotipadas de homens e mulheres. Por que você abordou essa temática?

Gosto de trabalhar assuntos que estejam relacionados ao cotidiano das pessoas, pois acredito que isso cria uma aproximação do meu espetáculo com o público, que passa a se identificar com as situações que apresento em cima do palco. São histórias comuns que envolvem diversos temas, a maioria inspiradas nas minhas próprias experiências. Dentro de um contexto, como estou fazendo um comparativo de forma engraçada, procuro manter o equilíbrio entre as piadas.

Como e por que você começou a fazer imitações?

Desde criança, gosto de fazer as pessoas darem risada. Quando pequeno, gostava de ficar imitando os personagens de desenho animado em sala de aula. Até mesmo os professores gostavam, e alguns chegavam a reservar minutos, ao final da aula, para que eu pudesse improvisar uma apresentação. Sempre usei o humor para divertir as pessoas, e, como eu era tímido, isso acabou servindo para que eu pudesse me soltar mais. 

Qual foi a importância do CQC para a sua carreira?

Para mim, foi um aprendizado muito grande. Trabalhar ao lado de profissionais com certa estrada, como o Marcelo Tas e o Dan Stulbach, e grandes revelações do humor, como o Felipe Andreoli, o Rafael Cortez e a Dani Calabresa, foi muito gratificante. Tive a oportunidade de aprender e me aprimorar em uma nova linguagem, e acredito que essa passagem tenha sido fundamental para o atual estágio da minha carreira. 

Como os seus personagens são pensados?

Os meus personagens são inspirados em pessoas reais. Eles surgem de uma mistura das características das pessoas que vou conhecendo e observando. A minha inspiração vem das ruas e de diversas culturas e lugares.

Nos últimos dias, o personagem que mais tem feito sucesso é o Mustafary. Ele foi inspirado em alguém?

O personagem não foi inspirado em ninguém em específico. Misturei um pouco da influência nordestina com um pouco da cultura do rastafári. O Mustafary é um vegetariano que abriu mão da correria da cidade grande e se mudou para a Bahia. O cara é só paz e amor, e é muito ligado à natureza. É um personagem que vem fazendo grande sucesso junto ao público. Estou muito contente pela receptividade. 

Como estão os preparativos para a participação no Vai que Cola?

As filmagens estão a todo o vapor! Farei um personagem exclusivo para o humorístico chamado Pasquale. Serei um pizzaiolo paulista, que terá uma pizzaria no Méier, criando concorrência com as quentinhas da Dona Jô, interpretada pela Catarina Abdalla. Farei o personagem de cara limpa, sem caracterização. Tenho certeza de que o público do programa irá adorá-lo! 

Como foi sua entrada no Altas Horas?

Eu e o Serginho Groisman somos amigos de longa data. Após sair do CQC, começamos a conversar sobre a possibilidade de eu participar como convidado do programa Altas Horas. Até então, não havia proposta para que eu fizesse parte integral do elenco do programa. Fomos conversando e amadurecendo ideias, até que o Serginho me convidou para entrar em definitivo no programa. Fiquei muito feliz pelo espaço que eles abriram para que eu pudesse apresentar todos os meus personagens, que só eram conhecidos por aqueles que me acompanharam desde a época do Terça Insana ou durante os espetáculos realizados no teatro e por meio das redes sociais. 

Quais os planos para o futuro da carreira?

Pretendo continuar investindo cada vez mais no meu canal no Youtube, o Marco Luque TV, onde coloco dois vídeos por semana com os meus personagens. Também estarei em breve, nos cinemas, em dois longas que vamos filmar no segundo semestre.

 

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