A ‘Delicadeza’ de Vanessa

Em turnê pelo Brasil, a cantora Vanessa da Mata traz a Goiânia show focado no íntimo de sua vida

Postado em: 21-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em turnê pelo Brasil, a cantora Vanessa da Mata traz a Goiânia show focado no íntimo de sua vida

NATÁLIA MOURA

Como pode ser gostar de alguém, e esse tal alguém não ser seu? Como ler a frase anterior e não se lembrar da belíssima voz de Vanessa da Mata? A cantora matogrossense faz show neste sábado (21), em Goiânia, com sua turnê Delicadeza, uma promessa de encanto a todos com sua voz e maestria. Com banda reduzida, a nova turnê de Vanessa é focada no íntimo, por isso o palco escolhido por ela é o do Teatro Rio Vermelho. Os músicos Danilo Andrade (piano) e Maurício Pacheco (guitarra) dividem com a cantora a apresentação, que possui linguagem diferente de antigos shows de Vanessa em grandes casas. 

A cantora, ao longo dos 13 anos de carreira, já possui sete discos e está na sua sétima turnê. Conhecida pelos hits Não me deixe só, Amado, Boa Sorte, Ai Ai Ai, e vários outros, Vanessa também é compositora e escritora – publicou o romance A Filha Das Flores em 2013. No repertório de Delicadeza, entre antigas e novas composições – incluindo grandes sucessos de sua carreira –, Vanessa canta músicas de grandes artistas da MPB e conta histórias sobre sua infância, seu processo de criação, os filhos e muito mais de sua vida íntima. 

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Nascida em Alto Garças, Mato Grosso, Vanessa da Mata se mudou aos 14 anos para Uberlândia em Minas Gerais. Sob a influência de Estados onde o sertanejo é a música mais popular, a família queria que a menina fosse cantora do ritmo. Parte dessa história da infância é contada pela cantora em Delicadeza, quando ela interpreta Vá Pro Inferno Com Seu Amor, sucesso de Milionário e José Rico. Essa mistura de ritmos sempre esteve presente na carreira da cantora, que possui referências do carimbó (ritmo da Amazônia), do samba e, claro, da MPB. Em entrevista ao Essência, Vanessa falou um pouco de Delicadeza, de sua carreira e de outras coisas mais. Confira!

Quais diferenças podem ser vistas na sua nova turnê Delicadeza em relação à sua turnê anterior, Segue O Som?                                                                                                                                                                    

É totalmente diferente, por causa das histórias que eu conto das músicas. Delicadeza é mais silenciosa; Segue O Som” era dedicada às músicas do CD. Em Delicadeza, eu conto mais da minha vida, das histórias das tias, na infância em Mato Grosso, de como eu compus algumas músicas, ao mesmo tempo em que tem músicas famosas como Boa Sorte e Amado.

Por que você decidiu trazer ao palco um show mais intimista com Delicadeza? 

É uma segunda de opção de show para mim mesma. Eu precisava fazer um show que mostrasse minha voz. Caetano, uma vez, falou que minha voz era “bonita, bela”, e eu fiquei impressionada com isso. As pessoas sempre me falavam isso depois dos shows e eu queria algo com menos banda e mais acústica, mais voz. 

Como foi o processo de escolha do repertório para essa turnê (Delicadeza)?

Foi fácil. São canções que eu cantava sempre, em casa, e não se encaixavam em show nenhum, mas tinham uma ligação entre si  e eu coloquei elas em Delicadeza.

O que o público em Goiânia pode esperar do show?

É um show delicado, e a gente tem feito muita gente se surpreender, porque ele sai de um lugar mais amplo – das minhas outras turnês – e vai para um lugar mais intimista; parece que o público vem para a minha sala de estar. Eu gosto da sensação que fica depois desse show, e acho que o público vai gostar também.

Para você, qual o papel do artista hoje?

Tem muito artista que não tem papel nenhum, tem muita gente fazendo música sem essência, arte sem essência. Está muito claro que muita gente manipula o mercado, e muito perceptível que quem domina é quem tem dinheiro, e não o melhor. 

E o artista em relação aos preconceitos que estão tão expostos hoje em dia?

A partir do momento em que você tem um cara que é deputado e foi acusado de estupro e ninguém faz nada, você percebe que o mundo está perdido. Quem é que vai proteger seu filho, sua filha? Barbárie mesmo, primitivismo. Quando você cai numa história como essa, você está no caos. A gente ‘tá’ perdido. Pessoas preconceituosas são um mal do mundo que sempre vai existir, e eu fico triste quando isso atinge alguém, mas a mim essas pessoas não atingem. 

Como é seu processo de criação?

Às vezes, quero falar sobre tal tema, ou surge uma melodia na cabeça e eu coloco isso em música, e se desenvolve às vezes numa composição ou em um conto, e, quando a ideia se desenvolve muito bem, em um livro. 

Você lançou seu primeiro romance, A Filha das Flores, em 2013. Pensa em escrever outros livros?

Eu gostaria de escrever outro. Achei delicioso escrever, mas muito trabalhoso. Eu reli A Filha das Flores 24 vezes antes de ser publicado. É muito diferente de produzir um disco que você passa três meses ali e pronto. Quando eu estava fazendo ele, era um mundo à  parte, e materializar essas ideias é muito grande e divertido. 

Além de Delicadeza, quais os próximos planos/projetos da Vanessa? 

Estou trabalhando na possibilidade de um álbum ou DVD de Delicadeza. Agora, eu estou pensando em novos projetos enquanto estou em turnê; não existe falta de demanda, e isso é muito bom. 

SERVIÇO

Vanessa da Mata na turnê  

‘Delicadeza’

Quando: Sábado (21 de janeiro)

Horário: 22h

Onde: Teatro Rio Vermelho 

Entrada: R$ 80 a R$ 100 (meia-entrada)

Vendas em: https://www.bilheteriadigital. com/show-vanessa-da-mata-21-de-janeiro 

 

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