Segunda-feira, 08 de julho de 2024

China condena na ONU teste de míssil

O Conselho de Segurança da ONU condenou por unanimidade, em reunião de emergência realizada anteontem (13), o teste de um míssil norte-coreano

Postado em: 15-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

O Conselho de Segurança da ONU condenou por unanimidade, em reunião de emergência realizada anteontem (13), o teste de um míssil norte-coreano e pediu aos países-membros que redobrem os esforços para que as sanções impostas à Coreia do Norte sejam aplicadas. Em nota, o conselho disse “deplorar as atividades de mísseis balísticos da República da Coreia do Norte, que contribuem para o desenvolvimento do sistema de armas nucleares do país e o aumento da tensão”. As informações são da Agência France-Presse (AFP).

O texto da ONU também lamenta que o país asiático esteja destinando recursos para este tipo de atividade, em detrimento das grandes necessidades de seus cidadãos. A surpresa ficou por conta da condenação dos testes norte-coreanos pela China, tradicional aliada do regime de Pyongyang.

A China é o maior aliado da Coreia do Norte e destino de 70% das exportações norte-coreanas. Pequim ainda mantém um diálogo importante com os norte-coreanos, mas parece estar perdendo a paciência com a situação. Ontem, por meio do seu porta-voz, o governo chinês condenou os testes e reiterou que eles violam as resoluções da ONU. Pediu que todas as partes envolvidas evitassem movimentos que pudessem aumentar as tensões e disse que todos deveriam “buscar a contenção e manter em conjunto a paz e segurança na região”.

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O porta-voz chinês afirmou ainda que o seu país vai participar das reuniões na ONU sobre o lançamento dos mísseis com “uma atitude responsável e construtiva”.

O Japão e a Corea do Sul foram os primeiros a se manifestar contra os testes, até porque são os vizinhos mais próximos e, em tese, estariam ao alcance dos mísseis norte-coreanos. Segundo a Yonhap, agência de notícias estatal da Coreia do Sul, os foguetes teriam a capacidade de atingir alvos a mais de dois mil quilômetros, o que poderia afetar cidades como Tóquio, Seul e Hong Kong. O Japão admitiu que novas sanções à Coreia do Norte deverão ocorrer. 

Chineses continuam se armando rápido 

A China continua se armando mais rápido do que outros países, ao ponto de estar, em algumas áreas militares, “em quase paridade com o Ocidente”, segundo o relatório anual do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (International Institute for Strategic Studies – IISS), organização de pesquisa baseada em Londres. As informações são da Agência France-Presse.

“A superioridade tecnológica militar do Ocidente, considerada consolidada, é cada vez mais desafiada”, afirma John Chipman, diretor do IISS, na apresentação anteontem (13), em Londres, do relatório anual da entidade, que faz referência ao equilíbrio das forças armadas no mundo.

Desde 2012, as despesas mundiais com a defesa não pararam de crescer, entre 5% e 6% ao ano. No entanto, globalmente, o nível caiu 0,4% em 2016, principalmente devido a uma redução no Oriente Médio, cuja economia tem sido prejudicada pela queda dos preços do petróleo.

A China destinou em 2016 um orçamento de 145 bilhões de dólares para a defesa, mais de um terço dos gastos de todo o continente asiático. Muito longe dos Estados Unidos (US$ 604,5 bilhões), mas à frente da Rússia (com US$ 58,9 bilhões), Arábia Saudita (US$ 56,9) e Reino Unido (US$ 52,2).

Depois de criticar por muitos anos os programas armamentistas da antiga União Soviética ou da Rússia, a China “possui agora seus próprios canais de pesquisa, desenvolvimento e construção” de armas, aponta o IISS.  Além disso, o país asiático, que também investe maciçamente em navios e submarinos, “começa a vender armas ao exterior“, afirma o diretor Chipman. (Abr) 

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