Conheça o trabalho dos protetores de cães da raça pitbull

Há 4 anos, o Recanto dos Pitbulls resgata e devolve a dignidade para cães maltratados da raça em Goiânia

Postado em: 16-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Há 4 anos, o Recanto dos Pitbulls resgata e devolve a dignidade para cães maltratados da raça em Goiânia

Natália Moura

Em março de 2013, foram encontrados pela Polícia Militar de Goiás  57 cães da raça pitbull em estado de maus-tratos. Os cães eram utilizados para rinhas e estavam amarrados por correntes em uma propriedade privada de Aparecida de Goiânia. Eles foram resgatados por protetores dos animais, em ação encabeçada pelo Grupo Hammã, que os levaram para um recanto criado para abrigá-los. Segundo a diretora do recanto, Meibel Veríssimo, o projeto é uma extensão do Hammã, que existia desde 2008 e trabalhava com cães de grande porte. Ela lembra que, após a denúncia dos maus-tratos, foi necessário criar um espaço maior para abrigar os animais. “Eu não tinha pretensão de ter um trabalho com essa magnitude, mas por força do destino acabou acontecendo”, afirma. 

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Desde então, o trabalho do Hammã, aliado a outros grupos de protetores, é devolver a dignidade para os cães, dando acesso a alimentação de qualidade e tratamentos veterinários. O Recanto dos Pitbulls entrou com um processo para ter a autorização de guarda definitiva dos animais resgatados. Depois de um ano de batalha judicial, eles conseguiram a guarda, e o antigo dono foi condenado por maus-tratos. Porém a luta não parou por aí. Para manutenção e cuidado dos cães são necessários recursos financeiros arrecadados com doações e vaquinhas.  

Em quatro anos de existência, já passaram pelo Recanto dos Pitbulls mais de 150 cães, muitos resgatados em estado de maus-tratos e outros do corredor da morte (eutanásia). De acordo com a diretora, todos os casos são únicos e o sofrimento dos cães também. “É difícil falar de um momento mais marcante, mas o resgate dos 57 cães em Aparecida de Goiânia, com todos os cães acorrentados em um estado de inanição e maus-tratos extremos, foi muito marcante”, relembra. Na luta para conseguir um novo lar para os cães, o Recanto conta com funcionários e colaboradores. “Eu acredito que temos em torno de 250 padrinhos, que colaboram mensalmente com um valor fixo. E há as pessoas que contribuem esporadicamente quando precisamos de uma vaquinha”, afirma Meibel. 

Para adotar um pitbull no Recanto é necessário que o requerente passe por uma triagem minuciosa. Isso acontece porque, como os cães eram maltratados, eles são sensíveis à adaptação em um novo lar. Primeiro, a pessoa tem de visitar o espaço constantemente para avaliação da postura e do conhecimento dos cuidados com os animais. Se o adotante passar por essa fase, é iniciado um processo de inspeção familiar: os colaboradores visitam o espaço onde o mentor vive e analisam a segurança do local e a interação dos membros da família. Se tudo estiver aprovado, a adoção é oficializada com um termo no cartório. Os colaboradores continuam visitando a família para ver como está a adaptação do cão.  

Todas as instruções de como colaborar com o Recanto dos Pitbulls estão no site

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