Bariani Ortencio lança sua ‘Caixa Mágica’ nesta quarta

Bruna Policena 

O paulista Bariani Ortencio lança, nesta quarta-feira (15), sua coletânea inédita com quatro livros que abordam as experiências desse goiano de coração em meio às belezas do Cerrado. A Caixa Mágica de Bariani Ortencio comprovam a versatilidade do poeta nas mais diversas temáticas e estilos literários. Dentre seus muitos poemas e mais de 70 composições, já são 93 anos de estrada e memórias que atraíram músicos interessados nos seu trabalho. E, ainda, mais de 50 livros e inúmeras premiações pelo Brasil afora.

Nascido em Igarapava (SP), mudou-se para Goiás logo aos seus 15 anos e, desde então, começou a tecer nas linhas do papel as histórias e memórias do antigo Goiás e das belezas que encontrou aqui. Sua sensibilidade de poeta possibilitou perceber a riqueza do Cerrado brasileiro, o folclore, a vida e os trejeitos de antigamente, o desbravamento do interior pelos bandeirantes, os interiores e exteriores desta região, os quitutes culinários e as rodas de viola.

Bariani relata sua vinda para Goiânia com toda família, em 1938, em busca de melhores condições de vida. Artista nato, cultivou o hábito da leitura desde pequeno. Para além das letras, foi ainda jogador de futebol, empresário, comerciante, professor de Matemática e letrista.  “Foi aqui que estudei e foi, aqui, numa cidade nova, que lendo muito, pesquisando sobre a cultura popular, que me tornei escrito. Sou pioneiro de Goiânia, pois a Serraria Bariani do meu avô, Fioravante Bariani, é a primeira indústria urbana de Goiânia”, conta o escritor.

O paulista logo se tornou goiano de coração e dedicou-se a estudar a cultura local. A Cozinha Goiana é seu carro-chefe. “Publiquei a primeira edição em 1967, com 400 receitas, e, nesta 8ª edição, com 1.300. Com ela, formando a trilogia com o Dicionário do Brasil Central e a Medicina Popular do Centro-Oeste, levantei agora, em 2016, o Prêmio Rodrigo Melo Franco, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de R$ 30.000”, explica ele.

Mesmo tento verdadeira paixão pela simplicidade, porém não menos rebuscado na forma de escrever, Bariani é regionalista, mas não se restringe a apenas um estilo. Hoje, com muitas obras e composições, começou a ganhar notoriedade com Sertão Sem Fim. O livro, de 1965, reúne 12 contos sobre homens rudes que formavam sua vida, no interior sertanejo, em terras do Centro-Oeste. A obra foi relançada em sua terceira edição, em 2011. 

Outro livro que ganhou o gosto popular, Cozinha Goiana, de 1967, apresentou a verdadeira comida típica do Goiás, não contendo apenas simples receitas, mas apresentando uma percepção cultural única de Bariani, com a história do povo embutida na culinária do Estado. Em Medicina popular do Centro-Oeste, ele também inovou, em 1994, ao falar sobre a crença de cura dos índios, caboclos e escravos, fruto da sua paixão pelos Tupiniquins. Pelas Pluralidades dos Brasis Afora, há ainda Cartilha do folclore brasileiro, de 1997, e Dicionário do Brasil Central, editado em 1984.

O escritor e compositor foi ainda responsável pela letra do hino de fundação da capital brasileira, Brasília, 21 de Abril, e de mais de 70 músicas regravadas por artistas brasileiros que o têm como ícone. Em sua homenagem, há ainda uma fundação privada de Goiânia, fundada em 2012. O Instituto Cultural e Educacional Bariani Ortencio conta com o maior acervo de livros da região.

‘A Caixa Mágica’

Em seus contos, crônicas e poemas, Bariani preza por enaltecer a cozinha goiana, o dicionário e medicina popular do Centro-Oeste. Segundo ele, apara a leitura chegar ao povo, ela deve ser simples, com motivação humorística e de aventuras. “Não tenho gênero preferido, pois todos os meus livros publicados e mais sete que os tenho prontos, abrangeram todos os gêneros”. 

A Caixa Mágica marca seu trabalho ao completar seus 50 livros publicados. Chão Bruto (contos), O Crime do Mordomo E Outros Contos (policial e humor), Conversando com os Mitos do Folclore Brasileiro e Ficção Longa de Bariani Ortencio são os próximos quatro da trilogia.

Com simplicidade e bom-humor, ele traz esta vertente da leveza de suas letras nas 144 páginas de O Crime do Mordomo e Outros Crimes… de Humor. Já em Chão Bruto, ele se inspira em fatos reais transfigurados em relatos de pura ficção. Os contos, aqui, ganham forma ao mesclar vivência, imaginação, sonhos e fantasia em 200 páginas. 

Em Conversando Com os Mitos do Folclore Brasileiro, o autor vai apresentar um livro para o público infanto-juvenil e brincar com folclore e a tecnologia dos dias de hoje. A sinopse apresenta dois jovens técnicos em informática que conseguem conversar ao vivo com os principais mitos do folclore através de um aparelho que eles inventaram. A obra conta com 112 páginas.

A Ficção Longa de Bariani Ortencio (224 páginas) foi organizada pelo professor de Antropologia da UFG Jadir de Morais Pessoa e pela mestra historiadora-folclorista Izabel Signoreli. Juntos, eles reúnem três contos, já publicados anteriormente, que melhor representam a versatilidade do artista. 

Uma publicação com selo Trampolim, da Tagore Editora, a Coletânea Bariani Ortencio estará também à venda no Instituto Cultural e Educacional Bariani Ortencio (Icebo).

SERVIÇO:

Lançamento da ‘Coletânea Bariani Ortencio’

Quando: 15 de março (quarta-feira)

Horário: a partir das 19h

Onde: Salão Dona Gercina, no Palácio das Esmeraldas (Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira, Setor Central – Goiânia)

Valor da caixa com quatro livros: R$ 100