Festival exibe filmes brasileiros e internacionais sobre sexualidade e gênero

Ideia do Digo é construir espaços para o diálogo sobre preconceitos, violência e recriminações

Postado em: 01-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ideia do Digo é construir espaços para o diálogo sobre preconceitos, violência e recriminações

Bruna Policena

A segunda edição do Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás (Digo) começa nesta quinta-feira (1°) com um circuito de mostras competitivas de filmes e debates – além de oficinas práticas de dança e produção artística.  

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Para as Mostras Competitivas, foram recebidas inscrições de 309 filmes produzidos em vários países. Serão exibidos 51 filmes que abordam temas sobre sexualidade e gênero, sendo a maioria destes selecionados inéditos no Brasil. Foram escolhidos dez filmes para a categoria nacional e dez filmes para a categoria internacional para concorrer ao troféu Digo. 

Com a boa repercussão do festival do ano passado, nesta edição a organização espera receber visitantes de diversas partes do Brasil e do mundo em Goiânia. A curadoria foi feita e organizada pelo cineasta Ricky Mastro e pelo diretor do festival cineasta Cristiano Sousa, que tem boas expectativas para esta edição: “Como na primeira, o festival vem estabelecendo uma celebração positiva do audiovisual como janela para a congregação e conhecimento para todo o público”, afirma.

O festival foi idealizado por Cristiano Sousa e o produtor Ivan Martins, que já produziram vários projetos de audiovisual premiados e selecionados em diversos festivais no mundo. O Digo é o primeiro festival de cinema do Centro-Oeste que aborda a diversidade sexual e de gênero. Nasceu da necessidade de construir espaços para o diálogo sobre preconceitos, violência e recriminações a respeito da sexualidade e do gênero. 

Cristiano explica que o festival é uma tentativa de lançar um olhar cuidadoso para a questão LGBTTI: “O Brasil é o País que mais mata os LGBTTIs no mundo e, por isso, é importante dialogar sobre humanidade e amor ao próximo, já que todos temos uma alma e corpo neutro, ou seja, todos somos iguais e o cinema é um caminho para que se possa enxergar as experiências, emoções e sentimentos”, relata.

E já que o festival não possui apoio de editais de lei de incentivo, sua realização se dá pelo esforço conjunto de voluntários, empresas privadas, ativistas e participantes que acreditam nos direitos humanos. Contam com a colaboração da vereadora Dra. Cristina, madrinha do Digo desde a primeira edição, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas da Prefeitura de Goiânia, Senador Wilder Morais e Associação da Parada do Orgulho GLBT de Goiás.

Mostras

Dentro da programação, estão distribuídas as exibições de longas, a mostra competitiva goiana, e as mostras paralelas nacional e internacional.  Nessas mostras, incluem filmes de cineastas como Bruce La Bruce e Sávio Leite, que tiveram obras exibidas em grandes festivais internacionais. “Devido à alta qualidade dos projetos inscritos que não poderiam passar desapercebidos em terras goianas, foram incluídos mais 20 filmes, além de uma mostra especial Divercilac (Rede de Festivais da América Latina e Caribe)”, explica Cristiano. 

Os melhores curtas nacionais e internacionais serão premiados com o troféu Digo. Serão avaliados nas seguintes categorias: Melhor Diretor, Atuação, Roteiro e Público. Também haverá uma menção honrosa e um troféu especial de destaque em homenagem ao crítico de cinema Christian Petermann, falecido no ano passado, um dos incentivadores do festival. 

Barreiras

As dificuldades enfrentadas pela organização são incensáveis. Cristiano conta da falta de apoio por parte do governo, e que por conta da grande procura do público para a realização desta edição a equipe organizadora e os apoiadores do projeto tiveram de tirar dinheiro do próprio bolso para fazer acontecer o festival. De acordo com ele, desde o início houve projetos negados, alegando que não há público interessado em temáticas como estas. 

E, mesmo aos trancos e barrancos, conseguiram produzir esta segunda edição, que cresceu em questão de quantidade de inscritos e se tornou muito mais que um festival de filmes, e sim em um espaço de atividades integradas que debaterão o tema. Cristiano afirma que ter o Digo em Goiânia é vital. E o festival ajuda a sanar a falta de conhecimento, e trata por meio da arte o preconceito e a intolerância contra direitos básicos do ser humano.  

Confira a Programação completa no site do Festival: www.digofestival.com.br/programacao/ 

SERVIÇO:

II Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás (Digo)

Quando: de 1º a 4 de junho 

Onde: Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (Av. Universitária, nº 1.533 Setor Leste Universitário)

Horário: das 13h às 22h

Entrada: gratuita

Programação completa: www.digofestival.com.br/programacao/

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