Adele é acusada de plagiar música brasileira famosa na voz de Martinho da Vila

Produtor da canção, fã de música brasileira, teria se "inspirado" em "Mulheres".

Postado em: 12-09-2021 às 13h00
Por: Alice Orth
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Produtor da canção, fã de música brasileira, teria se "inspirado" em "Mulheres". | Foto: Reprodução

A cantora Adele está sendo processada pelo compositor mineiro Toninho Geraes, autor da canção “Mulheres”. A música, que ficou famosa na voz de Martinho da Vila, teria sido plagiada pela britânica. Para Toninho, “Million Years Ago,” do disco 25 (2015), é uma “cópia escancarada” da sua música. “Fiquei estarrecido quando me dei conta. A melodia e a harmonia são iguais”, declarou.

Adele e Greg Kurstin, que também assinou a faixa, receberam duas notificações extrajudiciais em maio deste ano. As gravadoras XL Recordings e Beggars Group, assim como a Sony Music, foram alertadas da situação. “Nossa intenção era tentar um acordo, mas, diante do silêncio, recorreremos à Justiça,” explicou o advogado Fredímio Biasotto Trotta à revista Veja.

Na acusação, ele aponta que os músicos “se apropriaram das primeiras notas de introdução, refrão e final”, e que contabilizara 88 compassos supostamente copiadas, cerca de três minutos e três segundos – equivalente e 87% da canção.

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A semelhança foi descoberta por Misael da Hora, filho de Rildo Hora, autor do arranjo de “Mulheres” na gravação de Simone. “Um dia encontrei o Misael em Copacabana e dei uma carona para ele até Ipanema, e ele me disse que ia mesmo me ligar para perguntar se eu já tinha ouvido essa música da Adele. Disse que não, e ele contou que, quando ouviu, achou até que era uma versão de ‘Mulheres'”, contou Geraes.”Quando ouvi fiquei assustado, até o arranjo de piano do Rildo foi copiado. Pensei muito até procurar o dr. Fredímio, que além de advogado também tem formação musical, e viu que caracterizava plágio”.

Greg Kurstin, que é ainda produtor da música, é conhecido como um amante da música brasileira – ele aprendeu até a tocar berimbau. Em seu Twitter, ele frequentemente compartilha artistas locais. Em seu perfil no Spotify, ele afirma ter estudado música brasileira em Nova Iorque, o que “influenciou grande parte do ecletismo que definiu sua carreira”.

Ouça as duas músicas e o remix que incorpora trechos de ambas:

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