De onde vem o nome do seu prédio

Depois de uma época em que a escolha era aleatória ou baseada em modismos, hoje a definição do nome de um empreendimento segue estratégias de marketing que ressaltam as qualidades, a marca e as referê

Postado em: 28-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Depois de uma época em que a escolha era aleatória ou baseada em modismos, hoje a definição do nome de um empreendimento segue estratégias de marketing que ressaltam as qualidades, a marca e as referê

Fundador do grupo URBS Imobiliária e há quase 50 anos atuando no mercado imobiliário de Goiânia, o empresário Luiz Roberto de Carvalho diz que a nossa Capital, assim como muitas outras cidades pelo Brasil, também passou por vários modismos no que diz respeito à definição de nomes de empreendimentos. Ele foi um dos pioneiros a atuar com os lançamentos imobiliários, em Goiânia, nos anos 1970.

Segundo ele, antigamente não havia nenhuma estratégia ou forma específica para se escolher o nome de um edifício: ou era feita uma homenagem a uma personalidade importante ou era usado um nome estrangeiro que desse uma ideia de imponência, de sofisticação. “Esses nomes vinham de sugestões, mesmo, como dos engenheiros, arquitetos e incorporadores. Se havia um nome que soava bem e era consenso, então era esse o escolhido”, afirma.

Segundo ele, houve uma época em Goiânia em que foram usados muitos nomes espanhóis como La Palma, La Plaza. Depois vieram os franceses. Mas os nomes em inglês sempre foram os mais usados, e ainda hoje são. “Entre o fim dos anos 80 e começo dos anos 90, a antiga Encol lançou a ‘era’ das homenagens. A empresa usava nomes de importantes artistas goianos para nominar prédios– como Cora Coralina e Bernardo Elis. Isso foi uma iniciativa muito boa”, conta Luiz Roberto.

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Atualidade

Segundo a gerente de marketing da FR Incorporadora, Ana Flávia Canedo Oliveira, hoje o trabalho para escolher o nome de um empreendimento é feito inicialmente pela equipe de marketing e, depois, levado à área comercial para aprovação final.

De acordo com ela, existem alguns critérios que ajudam a compor o nome de um produto imobiliário; um dos mais presentes é a localização. “No Parque Imperial, por exemplo, pegamos o nome da região e inserimos. Em outro empreendimento da FR, o Bueno América 228, que fica em entre o setor Bueno e o Jardim América na Rua 228, unimos os dois nomes para evidenciar que o residencial agregava as vantagens dos dois bairros, por estar na divisa entre eles. Ou seja, usamos a localização no nome quando avaliamos que esse aspecto é o que tem de mais forte no produto”, explica Ana Flávia. 

A gerente de marketing esclarece, em outros momentos, a estratégia passa a ser outra. No caso do Órion Business & Health Complex, para gerar a ideia de grandiosidade e modernidade, a escolha foi usar os nomes estrangeiros. Outras vezes, a estratégia é trazer um pouco da história dos moradores e do bairro para o novo empreendimento que vai se integrar à região. “Um exemplo nosso é o Ária das Artes, no Setor Oeste. Lá, o local do prédio era a casa da artista plástica Saida Cunha. Quisemos, então, fazer uma homenagem a ela, dando um nome voltado à arte. Também levamos sempre em conta o uso de nomes sonoros e fácil memorização, como Cora, Art”, afirma Ana Flávia.


Estratégia

O fato é que a escolha do nome de um empreendimento não é mais aleatório. Ao contrário, passa por pesquisa e planejamento estratégico. ABrasal Incorporações em Goiânia, por exemplo, além de contratar uma pesquisa de mercado, envolveu mais de 20 pessoas– entre diretores, equipes de marketing, publicidade, engenheiros e arquitetos – para a escolha do nome de um de seus empreendimentos em Goiânia: o Residencial Persona Bueno ByBrasal.

A assistente de marketing da Brasal Incorporações em Goiânia, Danúbia Borges, explica que para essa escolha o primeiro passo foi o briefing feito com a agência de publicidade, neste caso a Crispim +Veiga. “Depois, passam para uma etapa de vários estudos, posteriormente apresentam um conceito, as ideias que tiveram para, enfim, avaliarmos o nome escolhido para o empreendimento”, explica. 

Segundo Maicon Mello, diretor da agência Crispim+Veiga Propaganda, o intuito foi reforçar o posicionamento de marca em Goiânia, evidenciando que, apesar de ter sua origem no Distrito Federal, na capital a empresa desenvolve projetos personalizados para o público goiano. “O nome e sobrenome da marca contribuíram com a proposta da empresa para a capital, que é fincar raízes e valorizar o público goiano, fazendo um empreendimento que é a sua cara”, diz Maicon. No caso do Persona ByBrasal, uma pesquisa feita com o público-alvo norteou todas as linhas e plantas do residencial. 

 

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