Mostra Giro Dança 2017 começa nesta quarta (18)

Evento que visa a fomentar a dança em Goiás traz espetáculos do grupo Giro8 Cia. de Dança e do 1º Ato

Postado em: 18-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Evento que visa a fomentar a dança em Goiás traz espetáculos do grupo Giro8 Cia. de Dança e do 1º Ato

GABRIELLA STARNECK*

A 3ª edição da Mostra Giro Dança 2017 começa nesta quarta-feira (18) e se estende até o próximo dia 20 de outubro. O grupo Giro8 Cia. de Dança, de Goiânia, abre a programação com o espetáculo Sr. Will, às 20h, no Teatro Sesi. Já a companhia de dança 1º Ato, de Belo Horizonte (MG), se apresenta nos mesmos local e horário na quinta-feira (19). Na sexta, a atração fica por conta do Grupo3 em Cena com apresentação única no Teatro Sesc Centro.

Além das apresentações dos grupos de dança, a mostra conta com oficinas gratuitas para grupos convidados e encontro de coreógrafos sobre processos criativos. Segundo a diretora geral da Mostra Giro Dança, Elaine Izabel da Silva Cruz, essa outra etapa do evento é fundamental, pois os dançarinos que estão iniciando a carreira terão contato com profissionais mais experientes. “Esses bailarinos que estão começando – que estão aí na caminhada –, poderão ouvir como os coreógrafos mais experientes fazem suas coreografias”, afirma a diretora.

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Importância 

Segundo a diretora, o evento se diferencia dos demais que ocorem na cidade, porque a mostra não é competitiva, e é realizada apenas com companhias profissionais. “É uma mostra que busca ser bem completa, que não busca competição e visa a melhorar a arte no Estado – além de formar a plateia, porque, com a programação, pais e amigos, que nunca vão ao teatro, estarão lá para assistir”, afirma Elaine.

A programação une, em um mesmo palco, companhias já consolidadas com grupos que estão iniciando com o intuito de fomentar a dança no Estado. Segundo Elaine, essa cooperação e interação dos grupos é um dos fatores diferenciais da mostra, porque essas equipes que estão começando podem se espelhar nos grupos consolidados que estarão no evento. “Esses grupos mais antigos – estabilizados – vão colaborar para o crescimento dos iniciantes, e assim a gente consegue fomentar a arte em Goiás, gerando novos bailarinos”, afirma a diretora. 

Dificuldades

Elaine, que também é diretora geral do Giro8 Cia. de Dança, destaca que o principal obstáculo é a parte financeira, e, consequentemente, a manutenção do grupo. A Giro8, por exemplo, não possui um patrocinador fixo, e, além dos gastos com os espetáculos, a companhia ainda investe muito em um projeto diferenciado de capacitação dos bailarinos. “A gente entende que é preciso investir no bailarino, nos profissionais, para que a arte continue com qualidade”, afirma Elaine. A diretora também ressalta que todas essas atividades geram custos, porque as pessoas que integram o grupo são profissionais da área, e o trabalho exige muita dedicação e tempo. “Eles não são simplesmente trabalhadores voluntários, as pessoas vivem disso, então a gente precisa valorizar”, afirma.

Elaine destaca que a primeira Mostra Giro Dança foi feita de forma independente pelo grupo Giro8 Cia. de Dança, em um formato menor, justamente por causa da falta de verba. Contudo, em vista dos benefícios alcançados com o evento – como a motivação dos profissionais –, a equipe resolveu reestruturar o projeto. Segundo a diretora, só foi possível ampliar a mostra, porque ela foi contemplada pela Lei Goyazes. O incentivo “é fundamental, porque a gente não faz um evento desses sem dinheiro, por mais que a gente queria, tenha interesse e pessoas dispostas a trabalhar, a gente não consegue, afirma Elaine. Por isso Elaine ressalta que é importante valorizar o apoio do Estado, que mantém as leis voltadas para o incentivo à cultura, que são fundamentais para o fomento da arte.

Valorização da arte

Segundo a diretora, um dos aspectos que dificultam a valorização da dança – culturalmente – é a falta de proximidade dessa arte com a comunidade. “A música é muito mais próxima da sociedade, por exemplo, do que a dança. É função daqueles que dançam e trabalham com essa arte organizar eventos e manifestações artístico-culturais dançantes que englobem a sociedade”, ressalta Elaine. 

Ela também destaca que é fundamental que os espetáculos apresentados tenham relação com a sociedade na qual o público está inserido.   “O espetáculo precisa falar alguma coisa para sociedade. Não dá para ser apenas uma apresentação bonita, uma arte pela arte; ele tem que trazer alguma reflexão para esse público. A arte tem essa função, a de chocar”, afirma a diretora. Elaine também ressalta que a falta de entrosamento da população com essa arte não é culpa do público, mas dos profissionais da área, que precisam investir mais nesse tipo de evento, com essa iniciativa de aproximação. 

Elaine afirma que foi pensando em alcançar um público mais amplo que a mostra não é competitiva, porque esse estilo de evento não traz para o teatro pessoas diferentes das que normalmente já estão lá, como artistas e simpatizantes da arte. “É importante trazer a sociedade para o teatro para que se identifiquem com a arte da dança também”, afirma a diretora. 

Espetáculos

O grupo Giro8 Cia de Dança, de Goiânia, apresenta, na quarta-feira (18), o espetáculo Sr. Will. No palco, bailarinos trarão uma reflexão social acerca da manipulação da máquina e da relação desses aparelhos com o ser humano.  O enredo “tem muita essa questão de como o ser humano deixa de ser manipulado, e começa a dar voz a si mesmo, ao seu desejo. Como que ele consegue se entregar sem preconceitos e limitações”, menciona Elaine, que também ressalta que o público não encontrará uma narrativa linear, que esteja delimitada em uma história. A apresentação como um todo irá transmitir a mensagem reflexiva. 

A companhia de dança 1º Ato, de Belo Horizonte, apresentará o espetáculo Três Luas, na quinta-feira (19), com diretoria artística de Suely Machado. O enredo traz uma história narrada e cantada em poemas sobre o belo e resignado amor de Ariana por um exuberante Dionísio – O Grande. Para o espetáculo, Suely se inspirou no disco literário O de Descontínua e Remota Para Flauta e Oboé. De Ariana Para Dionísio,produzido por Zeca Baleiro em parceria com a escritora e poeta Hilda Hilst. No palco, os nove bailarinos recebem a tarefa de escrever uma carta a uma pessoa ausente, dizendo o que gostariam de ter dito e não disseram.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

SERVIÇO

3ª Mostra Giro Dança

Dias 18 e 19 de outubro: Teatro Sesi (Av. João leite, nº 1.013, Setor Santa Genoveva – Goiânia)

Dia 20: Teatro Sesc Centro (Rua 15, esquina com a Rua 19, Centro – Goiânia)

Horário: 20h

Entrada: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada e ingressos antecipados com a Giro8 Cia de Dança)

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