Nova geração de idosos: o que eles fazem para envelhecer melhor?

Mais atividades físicas e convívio social: doenças crônicas estáveis e aumento da qualidade de vida dos idosos

Postado em: 07-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Mais atividades físicas e convívio social: doenças crônicas estáveis e aumento da qualidade de vida dos idosos

Viagens com os amigos, aulas de dança: isso parece a enumeração da rotina de um jovem, mas, segundo o médico Marcelo Levites, coordenador do Centro de Longevidade do Hospital 9 de Julho (São Paulo), cada vez mais os idosos têm realizado atividades como essas, que são prazerosas e fazem bem à saúde. “A nova geração de quem já passou dos 65 anos entendeu os malefícios do cigarro, do sedentarismo e da reclusão social e, por isso, tem mudado os hábitos para viver mais e melhor”, comemora.

O especialista lembra que, antes da revolução industrial, a expectativa de vida era de até 55 anos. Com a evolução de tratamentos médicos e a conscientização das novas gerações, essa expectativa só tende a aumentar. “Diversos estudos indicam, por exemplo, que pessoas mais sociáveis e felizes têm uma saúde melhor”, explica Levites. Por isso, proporcionar aos pacientes uma agenda descontraída, com estímulos físicos divertidos, como uma aula de dança, e oportunidades de sociabilização, como em uma viagem entre amigos, pode ajudar a prevenir doenças como a depressão e problemas crônicos como diabetes e hipertensão.

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“A terceira idade tem sido cada vez menos vista como um período de reclusão. Observamos que muitos idosos definem uma segunda carreira, novos hobbies e interesses nesse período. O avançar da idade apresenta um mundo de oportunidades”, reforça o médico.

Para estimular uma rotina mais saudável para os idosos, siga as dicas, a seguir, e ajude-os a ter uma vida mais saudável.

Atividade física

Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), por volta dos 60-65 anos, homens e mulheres sentem os primeiros sintomas da velhice – como ossos frágeis e organismo lento. “Hidroginástica e caminhadas são duas opções prazerosas e exercícios interessantes para idosos, já que têm baixo impacto, mas estimulam diversas áreas do corpo, como o sistema cardiovascular, músculos e ossos”, observa Levites, que complementa: “Além dos efeitos de longo prazo, as atividades físicas liberam serotonina, o hormônio responsável pelo bem-estar”.

Sexualidade

Com a chegada de medicamentos para disfunção erétil, muitos casais idosos redescobriram o apetite sexual e encaram o sexo deforma saudável. “É importante que o tratamento para disfunção erétil tenha um acompanhamento médico, já que não é indicado para homens com doença coronária pelo efeito vasodilatador”, explica Levites.

Independência

Pessoas na terceira idade estão cada vez mais independentes das famílias. Viagens com amigos, idas ao cinema, continuação dos estudos e até a identificação com uma nova profissão, fazem com que a nova geração de idosos afaste doenças psicológicas como depressão e síndrome do pânico.

Exames preventivos

Ir ao médico apenas quando está se sentindo mal era um hábito comum na terceira idade. Atualmente, o idoso entendeu que adotar a prevenção ajuda a garantir a boa saúde durante o envelhecimento. Como algumas doenças são silenciosas e assintomáticas, o acompanhamento periódico é fundamental para aumentar as chances de cura e facilitar o tratamento.

É importante lembrar que o avançar da idade exige cuidados, mas, na maioria dos casos, a prática de exercícios e a manutenção da vida social fazem diferença na qualidade de vida. “É fundamental ter uma vida saudável e aliada ao acompanhamento médico. No Centro de Longevidade do H9J, por exemplo, temos uma variada programação que inclui exercícios físicos, passeios, cinema e atividades recreativas com uma equipe multiprofissional formada por nutricionistas, psicólogos e até de médicos do esporte para que os pacientes sejam tratados integralmente”, finaliza Levites. 

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