‘Mulheres Solteiras Procuram’ é apresentado neste sábado em Goiânia

O espetáculo, inspirado no livro de mesmo nome, traz de forma humorística a realidade da mulher atual

Postado em: 18-11-2017 às 10h00
Por: Sheyla Sousa
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O espetáculo, inspirado no livro de mesmo nome, traz de forma humorística a realidade da mulher atual

Gabriella Starneck*

O espetáculo Mulheres Solteiras Procuram será apresentado, neste sábado (18), no Teatro Sesi. A comédia é inspirada no livro de mesmo nome da escritora Pitty Webo, que participou de todo processo criativo e que também atua ao lado do ator Luciano Szafir. A apresentação traz uma linguagem contemporânea e inspiração nos conceitos cênicos de Peter Brook, Grotowski, Brecht e Domingos Oliveira. 

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“Através da comédia, refletimos sobre relacionamentos entre homens e mulheres. Por exemplo, uma das minhas personagens não quer se casar, e ninguém a compreende. Outra personagem acha que o certo é a mulher dividir a conta do restaurante desde o primeiro encontro, e a sua própria mãe tenta convencê-la a deixar o homem pagar sempre. Ou seja, o espetáculo expõe vários tipos de mulheres, e deixa que a plateia perceba as consequências de suas próprias escolhas”, afirma Pitty. 

Espetáculo 

Questionamentos como “Quem deve pagar a conta no primeiro encontro? Por que os homens
não querem mais se casar? É possível ficar amiga do ex-namorado? E quando você descobre que ele é casado? Ou gay?” são abordados no espetáculo. A parte cômica é construída por meio de enquetes em que as personagens contam suas aventuras com os homens em uma linguagem peculiar ao pensamento feminino e com a maior objetividade possível. Isso torna o diálogo mais engraçado e livre de estereótipos, como recortado de uma situação real.

“A temática dessa comédia é o estado civil; a peça faz um recorte das mulheres solteiras.  Enquanto o homem tem privilégios que nem percebe, a mulher tem que provar que é capaz até para as pessoas ao redor”, afirma a escritora. Apesar de não ser o enfoque da peça, o enredo de Mulheres Solteiras Procuram pode contribuir para o combate do preconceito que as mulheres ainda enfrentam na inserção do mercado de trabalho e em outras áreas da vida.

“Tenho 13 personagens na peça, e cada uma pensa de um jeito! Cada mulher quer fazer uma escolha diferente, e sua decisão deve ser respeitada. Pode-se escolher ter a liberdade de ser solteira ou querer se casar, de ter um ou dez filhos ou nenhum filho, de ter um excelente salário ou de ser dona de casa… O que eu percebo é que cada mulher tem um objetivo e, independente da escolha, sempre sofre preconceitos por não ter escolhido o caminho que sociedade espera dela”, afirma a intérprete e escritora. 

Contudo, embora o espetáculo traga uma reflexão acerca da mulher na sociedade, Szafir destaca que a peça não tem um lado machista ou feminista. “Não tem nem reação do homem, nem reação da mulher; é uma reação dos dois. É uma grande brincadeira que a gente faz, é para se divertir”, diz o ator. Szafir ainda ressalta a dificuldade de viver no Brasil em dias de crise e, que nesses momentos, uma comédia é uma boa opção ao invés de assistir a algo que demanda pensamentos mais pesados. “O espetáculo é para você sair leve, esquecer um pouco da vida, se divertir. Essa é a nossa intenção, trazer alegria para vocês. Não é um espetáculo que te leve a uma reflexão profunda, um drama, não; é uma comédia leve, gostosa. As pessoas morrem de rir!”, afirma o ator.

Pitty Webo

A atriz, diretora e autora é bacharel em Artes Cênicas pela Universidade do Rio de Janeiro (UNI-Rio), formada também pelo curso profissionalizante de atores da Casa das Artes de Laranjeiras. Pitty já atuou em três novelas e duas minisséries na TV Globo, em dois filmes, mais de 20 peças de teatro e já ganhou diversos prêmios. A escritora também dirigiu 11 espetáculos, sucesso de crítica e público pelo Brasil, e lançou um livro de teatro,  o campeão de vendas da editora. 

Pitty fala sobre a sensação de protagonizar um papel com um tema tão atual, a realidade das mulheres: “Fico muito feliz, esse é o objetivo da montagem. Através da comédia, mostramos muitas situações que as mulheres passam. Se um namorado some e a mulher fica furiosa, a chamam de ‘louca’. Se ela descobre que o cara com quem esta saindo é casado, a xingam de ‘idiota’. Ou seja, mesmo quando o homem está errado, é a mulher que recebe a pior definição. E ele segue em frente sem maiores consequências”. 

Luciano Szafir

O ator e apresentador começou a trabalhar na Rede Globo e já atuou em diversas novelas de sucesso como Anjo Mau, Labirinto, O Clone e Como Uma Onda.

Em 2016, Szafir começou a trabalhar na Rede Record e interpretou personagens em Vidas Opostas, Amor e Intrigas, Promessas de Amor, Rebelde e Os Dez Mandamentos. No cinema, atuou em 16 filmes, entre 1998 e 2016, por exemplo, Simão o Fantasma Trapalhão, Mulheres do Brasil, The Meeting e Os Dez Mandamentos. 

Luciano diz que a grande diferença entre o tetro e as telenovelas é que no espetáculo o ator está contando uma história do início ao fim em um intervalo de tempo determinado, ou seja, o interprete precisa estar bem concentrado para não cometer um erro. Já a novela, embora também tenha um enredo do início ao fim, “admite erro”, até pelo fato de ser gravada.  “Tudo é interpretação, você tem que mergulhar fundo e acreditar no que está fazendo”, afirma o ator. 

Dificuldades no teatro

Em dias de crise e, com o avanço da tecnologia, os teatros vem sofrendo consequências negativas. “Está muito difícil fazer teatro no Brasil, é praticamente um ato de resistência”, afirma Pitty. Luciano destaca que, atualmente, há muitos teatros fechando, porque, além da crise, as pessoas – principalmente o público mais jovem – vão pouco ao teatro. 

Segundo o ator, antigamente teatro era de “segunda a segunda”. “Hoje em dia, você vê a maioria só no fim de semana”, diz. Contudo Szafir destaca que, apesar das dificuldades que o teatro enfrenta, como a redução no número de espetáculos, esse estilo de arte não vai acabar por causa de seus amantes.

*Gabriella Starneck é integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov.

Quando: sábado (18)

Onde: Teatro Sesi (Av. João Leite, nº 1.013, Santa Genoveva – Goiânia)

Horário: 21h

Entrada: R$ 70 (inteira) / R$ 35 (meia-entrada) 

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