O futuro toca a campainha

Conceitos ‘high tech’ em mobiliários e acessórios ambientam a moradia do futuro

Postado em: 06-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Conceitos ‘high tech’ em mobiliários e acessórios ambientam a moradia do futuro

GUSTAVO MOTTA*

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Quem cresceu assistindo a filmes futuristas de ficção científica aprendeu a sonhar com carros voadores e casas capazes de interagir com seus moradores. Nos anos 1960, séries e desenhos de TV – como The Jetsons – imaginavam um mundo pós-2000 repleto de novidades interativas e soluções aos problemas impostos pela correria contemporânea. A tecnologia foi ao espaço e agora chega aos lares, não se limitando mais apenas aos ambientes corporativos e de trabalho.

Ela está cada vez mais presente na rotina das pessoas – os designers de móveis personalizados têm à disposição, uma variedade de mecanismos inovadores, materiais mais resistentes e atrativos, e novidades tecnológicas adaptadas ao dia-a-dia dos lares. Como exemplo, os sensores de presença já aparecem em cabideiros instalados nos armários do quarto. Os aparelhos permitem a iluminação local por meio de telas LED, que focam nas peças sem a necessidade de iluminar todo o ambiente.

A  arquiteta Luciana Veiga conta que muitos elementos já estavam disponíveis no mercado, e foram adaptados ao design de mobiliários: “Os sensores de movimento ganharam uma utilização totalmente nova, compondo armários de closet”. Veiga reforça que com a adaptação dos aparelhos ao sistema de iluminação, facilidades são permitidas: “Casais que despertam em horários diferentes, por exemplo, conseguem se arrumar sem comprometer o sono do parceiro ao acender a luz do teto”.

Divisórias

A integração de diferentes ambientes é um diferencial das divisórias, que conferem maior grandiosidade aos espaços ao conectar diferentes cômodos, salas e áreas. O elemento ainda coopera para se alcançar um dos padrões do design high tech – maximizar o potencial de iluminação e diminuir o número de cores. O potencial luminoso dos ambientes é reforçado com divisórias de vidro, sendo que o conceito sala-varanda gourmet-cozinha se tornou um dos mais celebrados na arquitetura moderna.

Apesar disso, o mesmo conceito comprometeu a privacidade em determinados momentos. Pensando nisso, Luciana Veiga sugere o uso de portas divisórias suspensas, que dispensam o trilho no piso, o que não compromete a integração dos diferentes espaços. O mecanismo de abertura e fechamento também permitem a otimização do espaço ao recolher ou abrir cada uma de suas partes de modo conjunto. Além disso, a divisória dá a sensação de amplitude ao levar iluminação e circulação de ar a todo o ambiente de integração entre os espaços.

Iluminação

A iluminação-tendência é proporcionada pelo LED. A tecnologia oferece um menor consumo de energia, e não gera calor – sendo assim, tornou-se a fonte luminosa mais recomendada para aplicação em diversos mobiliários. Outro ponto para o LED é a facilidade para ser acionado, o que pode acontecer por meio de interruptor ou sensor. Luciana Veiga destaca que a tecnologia oferece requinte, beleza e também praticidade, podendo ser encontrada na composição de luz em armários, gavetas e até mesmo em prateleiras envidraçadas.

“No caso da prateleira em vidro iluminada, ele se torna um grande adorno que pode, inclusive, ser controlado via controle remoto”, afirma. A arquiteta conta que por meio do controle à distância, a intensidade e incidência da luz podem ser reguladas de acordo com a preferência do usuário. O uso de poucas cores (como preto, branco ou cinza) que pode receber a adição de tons neutros – tais como leite, bege, creme, café, areia e metal – compõe a reflexão da luz sobre o ambiente high tech.

O uso de “pontos luminosos” disponibilizados pelo LED, como lâmpadas em suportes e estantes com luz, colaboram para a criação do ambiente conectado com as tendências do futuro. A escassez de cores é compensada com o jogo luminoso sobre as superfícies de vidro e metal. Espelhos são amplamente recomendados por serem responsáveis pela reflexão e dissipação da luminosidade, além de criar uma sensação de ambiente maior.

Vidro, metal e tomadas

O vidro deixou de ser um elemento neutro, translúcido e secundário na decoração do lar, para ganhar protagonismo do design high tech. Com novas texturas e aplicações, ele está presente na composição de móveis inteiros – como alguns armários, totalmente compostos pelo material. O objeto transparente está inclusive substituindo clássicos como o mármore na formação de pias de banheiro – constituídas com vidros estampados.

Objetos de metal são outro destaque do jeito de ser da casa futurista. Na seleção de material para o assoalho superior, por exemplo, é permitido o ‘teto de Armstrong’, que não esconde a válvula de superfície metálica parafusos nem tubos cromados. O uso de superfícies metalizadas corresponde bem aos tons neutros propostos pelo design high tech. Para as superfícies da mobília, metal liso e suave é um dos elementos favoritos para adicionar modernidade e arrojamento ao ambiente.

Diferentes tipos de tomadas no mesmo ambiente – tanto as convencionais quanto as USB e outras – podem ser reunidas em uma única torre, acoplada a algum móvel. Com um simples toque elas são acionadas, ou podem ser controladas à distância por aplicativos no celular, mas a tecnologia também permite que sejam dispensadas em alguns casos – já é possível adquirir produtos como aspiradores embutidos, que funcionam por meio de motores compactos e sem a necessidade de fios ligados às tomadas.

Soft-closing’

Um dos maiores problemas na durabilidade de mobiliários diz respeito aos choques físicos causados quando gavetas e armários são abertos, permitindo que eles se batam. Os sistemas soft-closing impedem esses choques, por meio do amortecimento na velocidade, ao se aproximar do fechamento final, e do controle autônomo sobre o sistema de movimentação em uma porta, dobradiça, divisória ou gaveta. Luciana Veiga conta que, para o caso de um armário instalado próximo ao teto, existe um sistema de abertura que pode ser acionado por controle remoto.

“Na prática, um botão instalado ao alcance das mãos permite que se acione o fechamento da porta, que fica inacessível devido à altura do mobiliário”, conta. Outros exemplos da utilidade de sistemas soft-closing inclui o controle sobre o movimento de tampas em lixeiras e privadas, além da abertura e fechamento de portões. A tecnologia está disponível de muitas formas no mercado e pode ser encontrada a preços baixos, com disponibilidade de trilhos e corrediças. 

Mas afinal, o que é ‘high tech’? 

O estilo de decoração conhecido como high tech tem como ideia principal importar a alta tecnologia ao dia a dia das pessoas. Traduzido do inglês, significa “alta tecnologia”, e se caracteriza pela originalidade e tom arrojado – que confere requinte e charme com muita modernidade aos espaços. Este estilo dá importância aos interiores, luminosidades e noções de tamanho dos cômodos – o que denota a relevância de espelhos, superfícies de vidro e metal, além das divisórias para a ambientação high tech.

Os ambientes precisam ser funcionalmente planejados e conectados de modo que a luz e circulação de ar tome conta do espaço. O deslizamento de portas, móveis e divisórias é importante para conectar os diferentes cômodos, mas ao mesmo tempo garantir a privacidade nos momentos necessários. O material para as paredes precisa reforçar a noção de praticidade, sendo permitido o uso de gesso, ou algum líquido de revestimento em diferentes possibilidades de textura.

As principais características do estilo são:

Minimalismo no design;

Clareza nas linhas e formas geométricas;

Máximo de luz e mínimo de cores;

Ergonomia (boa relação entre os indivíduos e a tecnologia);

Funcionalidade e praticidade.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

 

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