Documentário ‘Lavra’ capta importância em discutir tragédias por mineradoras

Lavra’ mostra a jornada da geógrafa Camila, emigrante de Governador Valadares

Postado em: 26-08-2022 às 08h57
Por: Lanna Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Documentário ‘Lavra’ capta importância em discutir tragédias por mineradoras
O filme teve sua World Premiere em 2021 no prestigiado Festival Internacional de Documentários de Amsterdã | Foto: Reprodução

Produção mineira ganha destaque internacional e estreia no Brasil na próxima semana. Documentário ‘Lavra’ acompanha os impactos da mineração na paisagem, na vida e na alma de Minas Gerais. O diretor Lucas Bambozzi buscou captar a importância e urgência de se discutir as tragédias causadas por mineradoras. E formato hibrido, o longa, escrito por Christiane Tassis, apresenta uma nova perspectiva, na qual uma personagem ficcional interage com personagens e situações reais. 

‘Lavra’ mostra a jornada da geógrafa Camila, emigrante de Governador Valadares. Interpretada por Camila Mota, atriz do Teatro Oficina. Ela retorna dos Estados Unidos para sua terra natal, quando o rio Doce foi contaminado pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana. Camila segue o caminho da lama tóxica que varreu povoados do mapa e matou 19 pessoas, deparando-se com paisagens, comunidades e pessoas devastadas. Ao ver a tragédia de perto, ela sente-se pela primeira vez atingida e se envolve com movimentos de resistência. 

O filme teve sua World Premiere em 2021 no prestigiado Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, considerado o maior festival no gênero. Selecionado entre os 985 filmes inscritos para o Festival de Brasília, participou da Mostra Competitiva, sendo premiado na categoria ‘Melhor Som’ e ‘Fotografia’. Foi exibido no One World Festival, na República Tcheca, dedicado a direitos humanos, na 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes, no disputado Hotdocs de Toronto, no 26º Festival de Cine de Lima, e segue sendo convidado para importantes festivais pelo mundo. 

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Ainda neste ano, o longa foi premiado na 11ª Mostra Ecofalante, em 2022. Recebeu o prêmio de melhor longa-metragem pelo público, atestando o impacto que o filme vem causando nas pessoas. A estreia nos cinemas, programada para setembro de 2022, traz à tona a atualidade e a urgência das discussões em torno das atividades do megaextrativismo no Brasil, para além do estado de Minas Gerais, onde vem acontecendo uma série de retrocessos no campo ambiental. 

Relembre os desastres em MG

O rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Mariana, no estado brasileiro de Minas Gerais, no dia 13 de novembro de 2015, acendeu o alerta para as questões de segurança envolvendo a atividade minerária no Brasil. Mesmo após este acidente de proporções gigantescas, o País vivenciou novo evento dramático com o rompimento da barragem na cidade de Brumadinho, no mesmo estado de Minas Gerais. A partir destes dois episódios, o objetivo atual de diversos estudos é analisar a incompatibilidade entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico do País.

De maneira a identificar no Estado brasileiro o Estado Socioambiental de Direito que falha no seu objetivo de preservação ou o Estado desenvolvimentista que privilegia o crescimento econômico a qualquer custo. Depreendeu-se das pesquisas efetuadas pela Universidade do Vale do Itajaí e definiu que as ações (e omissões) do poder público brasileiro em relação à atividade minerária demonstram uma preocupação fundamental com o desenvolvimento econômico do País em detrimento dos aspectos de preservação ambiental e qualidade social.

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