Documentário sobre Dilma Rousseff é selecionado para o Festival de Berlim

Filme conta com mais de 450h de filmagens que reúnem entrevistas coletivas, sessões no plenário e bastidores no Congresso

Postado em: 25-01-2018 às 16h17
Por: Guilherme Araújo
Imagem Ilustrando a Notícia: Documentário sobre Dilma Rousseff é selecionado para o Festival de Berlim
Filme conta com mais de 450h de filmagens que reúnem entrevistas coletivas, sessões no plenário e bastidores no Congresso

Guilherme Araujo*

Com enredo baseado no processo que culminou no impeachment
da ex-presidente Dilma Rousseff, o documentário O Processo foi um dos
selecionados para o Festival de Cinema de Berlim, o Berlinale. Quem assina a
direção do longa é a cineasta Maria Augusta Ramos, premiada por produções
feitas tanto no Brasil quanto na Holanda.

Considerado um dos maiores festivais de cinema mundiais, o
evento acontece entre os dias 15 e 25 de fevereiro. Em um comunicado enviado à
imprensa, Maria Augusta disse estar contente com a nomeação: “Fico muito
feliz com a seleção para o Festival de Berlim e para a Panorama, uma mostra que
já exibiu grandes filmes. É um dos mais importantes festivais do mundo e pode
ajudar a aumentar a visibilidade do filme no exterior. É também uma forma de
contribuir para a afirmação da cinematografia brasileira e chamar a atenção
para o momento atual do país”.

Continua após a publicidade

Responsável por filmes como Futuro Junho (2015), Seca (2015), Juízo (2013), Morro dos Prazeres (2013) e Justiça (2004), a autora é conhecida por utilizar um estilo de narrativa
híbrido entre a escuta e a observação, sem gravar entrevistas propriamente
ditas. As intervenções são feitas unicamente na fase de montagem e edição das
imagens.

Para o longa
em questão foram utilizados materiais que sozinhos somam cerca de 450h de
filmagens, entre imagens de coletivas de imprensa e takes, tanto do dia a dia,
quanto de acontecimentos nos corredores do Congresso Nacional, na capital
federal.

Impeachment

Dilma Rousseff, presidente reeleita em 2014 e responsável por ampliar por quase 15 anos o ciclo de poder do Partido dos Trabalhadores (PT), foi acusada
pelo plenário do Senado pelos crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas
pedaladas fiscais. Após julgamento, sofreu um impeachment no dia 31 de agosto de 2016, sendo afastada por 61 votos favoráveis e 20 contrários. No entanto, os senadores responsáveis pela decisão rejeitaram pena de inabilitação da petista para funções públicas. Hoje, Dilma apoia o ex-presidente Lula em sua tentativa de postulação de candidatura para as eleições de 2018.

Ao ser destituída, quem assumiu o
cargo foi o vice, Michel Temer, acusado por populares e uma parcela dos
parlamentares de ter cometido um golpe. Meses após a posse, Temer chegou a ser
considerado o presidente com a menor popularidade da história.

*Guilherme Araujo é integrante do programa de estágio do jornal OHoje.com, sob orientação de Naiara Gonçalves

Veja Também