Christiane Torloni chega a Goiânia com ‘Master Class’

Sucesso de crítica e público em São Paulo e no Rio de Janeiro, peça estreia nesta sexta (23) no Teatro Sesi

Postado em: 23-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Sucesso de crítica e público em São Paulo e no Rio de Janeiro, peça estreia nesta sexta (23) no Teatro Sesi

SABRINA MOURA*

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Um dos espetáculos mais premiados da Broadway chega a Goiânia neste fim de semana em três apresentações no Teatro Sesi: nos dias 23 (sexta), 24 (sábado) e 25 (domingo) de março. Master Class é uma comédia-dramática, escrita pelo premiado autor norte americano Terrence McNally, que chega ao Brasil por meio da Maestro Entretenimento e apresentado pelo Ministério da Cultura. A peça é um dos poucos espetáculos produzidos na Broadway a alcançar sucesso internacional, tendo sido realizadas 598 apresentações apenas em sua temporada de estreia, em 1995.

O espetáculo vem percorrendo o mundo, e já passou por quase uma centena de países diferentes, como Japão, Polônia, Alemanha, Coreia, Itália, Espanha, Portugal, Filipinas, Grécia, Brasil, além dos principais centros teatrais do mundo como o West End, em Londres, e em Paris. Dentre as produções do espetáculo pelo mundo, o papel da diva máster da ópera, Maria Callas, foi interpretado por grandes nomes como a francesa Fanny Ardant e a americana Tyne Daly.

Christiane Torloni que é a atriz responsável por reviver Maria Callas nos palcos brasileiros. Sobre a  importância de participar do espetáculo, ela faloui ao Essência: “Mais do que a responsabilidade de fazer um espetáculo da Broadway, é a responsabilidade de fazer um papel que já foi vivido no teatro pela Marília Pêra, uma das nossas maiores atrizes. O texto que eu uso é o da Marília. Ela foi de uma generosidade imensa. Vimos com uma benção. A Marília dirigiu o primeiro espetáculo que eu fiz no teatro, que também foi a estreia dela na direção. Eu sinto uma passagem de bastão aí, que nem às vezes sinto na televisão. Você começa a herdar papéis, e isso é muito bonito”.

Maria Callas

A cantora é considerada a maior celebridade da ópera do século 20. Possuía uma voz de grande alcance e interpretações de profundo reconhecimento, que a deram o título de ‘La Divina’ (“A Divina”), passando pelos teatros mundiais de maior destaque. A influente cantora lírica norte-americana de ascendência grega, famosa pela sua conturbada vida pessoal, possui um legado duradouro, fruto do seu estilo de atuação nas produções operísticas, à raridade e a característica única de seu tipo de voz, e ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, estreladas pela mesma. “A história dessa mulher é uma história de superação, desde o nascimento dela, pois ela foi recusada pela mãe nos primeiros dias”, comenta sua intérprete, Christiane Torloni.

O enredo de Master Class é baseado nas lendárias aulas ministradas por Callas no início dos anos 70, na Juilliard School (famosa escola de música de Nova York). No espetáculo, a diva maior da ópera repreende os alunos, da mesma maneira enérgica com que os encoraja a seguir e perseguir seus sonhos. Durante esses encontros, também confronta os desapontamentos e dissabores de sua própria vida e de seu relacionamento com o célebre bilionário, o armador grego Aristóteles Onassis.

O espetáculo

A produção conta com o talento de grandes profissionais da área artística do País. A direção é de José Possi Neto, encenador de espetáculos também ligado ao teatro musical, com várias realizações bem-sucedidas no gênero. Os cenários foram criados e executados por Renato Theobaldo, trazendo para o palco o clima das grandes casas de ópera do mundo. Os figurinos são assinados por Fábio Namatame, os modelos femininos (incluindo os de Maria Callas) foram confeccionados de modo a garantir alta qualidade, autenticidade e elegância da época. A trilha sonora conta com trechos famosos de obras de três dos maiores compositores da história da música: Bellini, Puccini e Verdi.

O espetáculo, um dos mais premiados e aclamados espetáculos da Broadway, já passou por temporadas em São Paulo, em 2015, e no Rio de Janeiro, em 2016. “A receptividade do público é a melhor possível! Uma coisa interessante também é que esse espetáculo está trazendo um público diferenciado. Além do público que sempre vai me ver, que me acompanha há quatro décadas – já que já sou avó de fã (risos) –, vem um público que é apaixonado por ópera, e isso deu uma química maravilhosa de plateia”, comenta Christiane sobre a peça e sua personagem. “Essa é a grande novidade desse espetáculo para mim. Tem gente que nunca tinha me visto no teatro e foi pela Maria Callas”, completa.

Master Class faz o público rir e se emocionar. Os textos da literatura teatral são considerados um dos mais belos de todos os tempos, desde a sua estreia; há mais 20 anos, tem conquistado fãs, envolvendo plateias de todo o mundo.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

SERVIÇO

‘Master Class’, com Christiane Torloni

Quando: de 23 a 25 de março (sexta, sábado e domingo)

Onde: Teatro Sesi (Av. João Leite, nº 1.013, Setor Santa Genoveva – Goiânia)

Horários: sexta (23) às 21h; sábado (24) às 21h; domingo (25) às 20h

Entrada: R$ 100 (inteira); R$ 50 (meia) 

Entrevista : Christiane Torloni 

Conte-nos um pouco sobre Maria Callas, da história até as curiosidades que você encontrou ao estudar a personagem.

Ela (Callas) está me ensinando muitas coisas. Como o Chico Xavier dizia, eu sou só um carteiro, eu entrego as mensagens. Eu gosto muito dessa imagem que ‘você é uma ferramenta para que chegue alguma coisa à outra pessoa’. A Callas está entregando mensagens, e só nós sabemos o que estamos perguntando secretamente. E eu vejo as pessoas dizendo que saíram do teatro com uma motivação. É um espetáculo que fala de superação. A vida é uma prova de obstáculos interessantíssima.

Para o papel, como foi sua preparação, tanto vocal quanto corporal?

Eu fiz aula de canto. Mesmo que você nunca cante em um musical, é importante para formação. Inclusive para entender o universo das orientações que ela traz aos cantores. Com meu professor no Rio de Janeiro, comecei a estudar pela ária de Amina – personagem de Callas na ópera La Sonnambula – para poder entender em mim mesma o que ela faz, o quão difícil é o que ela faz. Você se apropria. Você vai fazer um pianista, você tem que entender o universo, mesmo que não vá tocar. Entender mentalmente, entender emocionalmente, porque isso muda a atitude física completamente. É um trabalho que exige uma precisão danada, que vai além da dança. Tenho uma preparadora física, assim como os outros cantores. Me preparo com muito rigor e concentração.

Na sua opinião, qual a importância de Maria Callas?

É muito incrível, porque você se aproxima da Callas. Esse é um espetáculo para você se apoiar em alguém que, mais do que tudo, não desistiu do seu belo. Ela não era só uma intérprete. Era uma grande música, tocava piano muito bem. Ela entendia tanto de música quanto dos maestros que a regiam. E, por isso, ela pôde desfrutar deles e eles dela como ninguém. Ela não era só uma cantora interessada em cantar notas.

Comente um pouco sobre o que o público vai encontrar ao assistir à peça e como Maria Callas, ao seu olhar e interpretação, se comportava em suas aulas.

Tem uma coisa que é superinteressante, que foi produzido para esse espetáculo, que é um pequeno documentário de seis minutos antes. Quando dá o terceiro sinal, tem um pequeno documentário que conta, basicamente, a história da vida dela e daqueles personagens que, durante o espetáculo, o público vai ouvir falar. Quando começa o espetáculo, todo mundo sabe a mesma coisa. A peça tem um texto lindo, e sempre digo que esse espetáculo é uma sessão de autoajuda disfarçado (risos). Ele fala muito em superação, e as pessoas saem muito motivadas a se apaixonar, acreditar nos seus sonhos. Ele também tem um humor muito refinado que provoca as pessoas na plateia. 

Qual sua expectativa para a temporada em Goiânia? 

A melhor possível! Os goianos sempre me receberam de braços abertos. Eu queria rodar o País com o espetáculo, e Goiânia não podia ficar de fora da turnê. 

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