Cosplayers: Entenda um pouco mais sobre a atividade inicialmente americana criada em 1970

Kine-Chan é influencer digital e cosplayer, e dedica sua vida a viver como os personagens

Postado em: 28-03-2023 às 08h29
Por: Elysia Cardoso Ferreira
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Kine-Chan é influencer digital e cosplayer, e dedica sua vida a viver como os personagens | Foto: Divulgação

Se você já frequentou algum evento Geek ou de cultura pop provavelmente já se deparou com pessoas fantasiadas de algum personagem. Essas fantasias podem ser de filmes, séries, histórias em quadrinhos, mangás, videogames ou qualquer outra mídia, e essas pessoas são chamadas ‘cosplayers’. Perucas, fantasias, maquiagens e até mesmo os dentes, são fatores que acabam virando necessário no mundo do cosplay. 

Os cosplays tiveram origem nos Estados Unidos em 1970, após uma convenção permitir que pessoas fantasiadas de super-heróis ganhassem entrada gratuita. Hoje, esse hobby vem ganhando cada vez mais popularidade nos últimos anos. Muitas pessoas se envolvem nessa atividade como uma forma de expressão artística, seja recriando personagens de filmes, jogos, quadrinhos, e até criações originais. Kine-Chan é uma cosplayer e influencer digital de 22 anos, e hoje dedica seu tempo a ser uma personagem. “Cada dia sou uma pessoa diferente, às vezes sou uma personagem de jogo, outras vezes sou uma personagem que eu mesmo criei, até vampira eu já fui”, disse a influencer.

Ela ainda complementou falando que já foi taxada de louca por viver dessa maneira. “Muitas pessoas vão às minhas redes sociais apenas para me xingar, falam que sou louca, que estou jogando meu dinheiro fora. Mas essa é a maneira em que eu gosto de viver, é como eu me sinto mais feliz” Segundo Kine, viver dessa forma é muito divertido, pois se abre um universo de possibilidades, o único fator que às vezes acaba sendo um problema, são os altos valores que esse estilo de vida pode custar, em algumas ocasiões, passando dos R$ 50 mil no mês.

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“Tudo tem um custo muito elevado, as perucas são caras, as fantasias também, às vezes preciso mandar fazer as roupas, os dentes e as unhas também não são baratos. Desde que comecei a viver como anime, já gastei mais de R$ 300 mil.” afirma Kine. Sua coleção de adereços para cosplay é gigante, só de perucas ela tem cerca de 120 peças, o que custa aproximadamente R$ 12 mil. 

Já suas fantasias passam de 50, e podem chegar a mais de R$ 100 mil. Suas unhas são feitas regularmente e seu último investimento foram dentes iguais aos de vampiro. Isso sem contar custos de viagens para ir até encontros e eventos. A verdade é que o custo de se tornar um cosplayer pode variar bastante, dependendo de vários fatores, como o tipo de personagem que você deseja recriar e o nível de detalhe e precisão que você está procurando. No caso da Kine, ela sempre se preocupa com todos os detalhes, deixando tudo o mais parecido o possível.

Segmento se destaca como rentável

O segmento geek é visto pelo mercado como um importante nicho comercial. Para se ter ideia do crescimento do setor, a CCXP, que é o maior evento geek da América Latina, teve, em 2019, 280 mil participantes, sendo que em 2014, no primeiro ano do evento, foram apenas 97 mil pessoas. O setor de licenciamento no Brasil, que reúne os produtos ligados aos personagens mais famosos, faturou mais de R$ 21 bilhões. Uma estimativa feita pela NewZoo mostrou que 2,7 milhões de gamers irão gastar cerca de US$ 200 bilhões na indústria de jogos até 2023.

Segundo estudo feito pela Rakuten Digital Commerce, os aficionados desse universo geek costumam gastar 40% a mais do que a média nacional. Para citar alguns exemplos, entre livros, filmes e produtos, a franquia Harry Potter já arrecadou mais de US$ 21 bilhões, enquanto o faturamento da Marvel Studios, só com filmes, passou de US$ 30 bilhões.

Uma pesquisa da empresa Newzoo, que faz análises sobre jogos de videogame, mostrou que 2,7 milhões de gamers devem gastar aproximadamente US$ 200 bilhões com a indústria de jogos até 2023. De acordo com a pesquisa Geek Power 2021, da empresa Omelete Company, 84% do público geek acessa conteúdos da cultura pop todos os dias. E 95% dos entrevistados leem dois livros ou história em quadrinhos (HQs) por mês. Além disso, 65% jogam games frequentemente.

Em relação aos gostos desse público, 47% acompanham anime, e Naruto e One Piece são os principais. Já o estilo de música favorito deles é o rock. O personagem Loki foi eleito pelos respondentes da pesquisa como o favorito das séries de 2021.

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