‘A Árvore dos Mamulengos’ é apresentado nesta sexta no IFG

O espetáculo preza pela necessidade de fomentar o teatro popular em seu conceito mais básico

Postado em: 29-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O espetáculo preza pela necessidade de fomentar o teatro popular em seu conceito mais básico

SABRINA MOURA*

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A comédia popular A Árvore dos Mamulengos, de autoria do pernambucano Vital Santos, será apresentado pela Cia. de Teatro Sala 3, nesta sexta-feira (29), no Teatro do Instituto Federal de Goiás (IFG). O espetáculo preza pela necessidade de fomentar o teatro popular em seu conceito mais básico. Trata-se de um gênero destinado às camadas menos elitistas da sociedade e voltado para o ideal de um teatro acessível e transformador.

Segundo o diretor Altair de Sousa, o espetáculo foi criado a partir de uma necessidade do grupo em trabalhar com a cultura popular. “Queríamos algo que tivesse elementos da cultura popular, e foi quanto nos chegou esse texto do Vital Santos. Nós já tínhamos muito interesse em trabalhar com um autor que não fosse muito conhecido, a partir daí fizemos uma adaptação e reescrevemos o texto. Como ele é um autor pernambucano, a gente teve a vontade de trazer elementos da região para fazer também essa homenagem ao autor, já falecido. Trouxemos quase todos os elementos desta cultura popular nordestina. Temos essa coisa dos mamulengos, o circo, o desafio dos cantadores e a dança que fizeram surgir essa montagem do espetáculo”, explica Altair.

A montagem do espetáculo ocorreu em 2015, e trata do amor de João Redondo – um artista de circo –, que é apaixonado pela Marquesinha. Seu pai quer que ela se case com um militar que tem muito dinheiro. “A gente vive relacionamentos pelas questões financeiras, e o João Redondo tenta arrumar um jeito de fazer com que esse amor aconteça. Com isso, vemos que a história trata dessa ótica do amor, das trapaças, das traições, de como a gente consegue viver essa questão talvez um pouco dramática dos relacionamentos e das manipulações. Retratamos um pouco desse momento em que discutimos o amor e o por que se deve amar”, conta o diretor.

A Árvore dos Mamulengos, segundo Altair, significa um lugar imaginário onde os apaixonados, no caso os personagens Marquesinha e João Redondo, podem se encontrar. É um lugar onde não há a manipulação do amor e desprendimento de relações. “A tradicional família brasileira não precisa se formar através das manipulações. Trazemos a necessidade de discutir essas normas e costumes. Precisamos descontruir e reconstruir novas formas de formar as famílias”, explica ele. “É um pouco dessa mensagem que queremos trazer, com muito riso e muita cor. O riso tem essa função de fazer refletir sobre a sociedade e sobre questões importantes”, completa.

O diretor ainda destaca que a importância em valorizar o teatro de bonecos e a cultura popular parte do ponto de trazer a tradição e revitalizá-la: “No espetáculo, nós não temos muito a manipulação dos bonecos, mas a gente construiu 100 bonecos de mamulengos para o cenário; parece que eles estão ali nos assistindo. A gente quis mostrar a importância que é nos dias atuais, principalmente ao se tratar das relações. É como se os bonecos estivessem assistindo a esse jogo de relações que costumamos construir. Os atores acabam virando os bonecos no espetáculo, sendo manipulados pela sociedade, pela parte das mentiras e até pela parte econômica”.

Ainda segundo o diretor, a Cia. de Teatro da Sala 3 tem essa vontade de trabalhar o teatro tradicional, o teatro classicista e o teatro contemporâneo para que o público assista a essas manifestações, que são presentes e importantes para a nossa identidade cultural. “A importância em fazer um trabalho de cultura popular é apresentar para a sociedade, que às vezes não dá importância, principalmente em relação à cultura, que é carente dessas manifestações artísticas”, finaliza Altair.

Com 15 anos de fundação no ano de 2017, a companhia, desde de setembro do ano passado realiza o projeto Sala 3 – 15, que conta com residências artísticas, work­shops, ocupações urbanas, e apresentações de espetáculos de repertório e estreia de novos espetáculos com entrada franca. A companhia é formada por artistas profissionais da área teatral goianiense tendo sido premiada em várias partes do País. O espetáculo que abre as apresentações de repertorio da Cia. de Teatro Sala 3 dentro do projeto Sala 3 – 15 é contemplado pela Lei Goyases.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov

SERVIÇO

‘A Árvore dos Mamulengos’

Quando: sexta-feira (29) às 20h

Onde: Teatro IFG (R. 75, 2-186, Setor  Central, Goiânia) 

Entrada gratuita 

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