Recife: ‘Veneza brasileira’

Recife (PE) chama atenção pela paisagem cortada por rios, canais e pontes

Postado em: 09-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Recife (PE) chama atenção pela paisagem cortada por rios, canais e pontes

SABRINA MOURA*

Recife é a capital do estado de Pernambuco, localizado na Região Nordeste do País. Com área territorial de aproximadamente 218km², o município é formado por uma planície aluvial, tendo as ilhas, as penínsulas e os manguezais como suas principais características geográficas. Mais antiga entre as capitais estaduais brasileiras, o Recife surgiu como Ribeira de Mar dos Arrecifes dos Navios, no ano de 1537, na principal área portuária da Capitania de Pernambuco, a mais rica capitania do Brasil Colônia, conhecida em todo o mundo comercial da época graças à cultura da cana-de-açúcar e ao pau-brasil.

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A cidade também é conhecida como ‘Veneza brasileira’ por causa de sua paisagem cortada por rios, canais e dezenas de pontes que ligam um bairro ao outro. Com cenários belíssimos, repleta de áreas verdes, construções históricas e praias lindas além da cultura bem marcante.

O lugar é um museu a céu aberto, principalmente na região chamada do Recife Antigo, que tem a Rua do Bom Jesus como referência. O bairro é marcado pelo requinte de casarões, igrejas e construções da época da colonização. Não deixe de visitar as igrejas históricas – Madre de Deus e Capela Dourada.

Em seu ponto mais oriental, no porto, situa-se a Praça Rio Branco – o Marco Zero, margeada pelo encontro dos rios Capibaribe e Beberibe com o Oceano Atlântico. O bairro do Recife surgiu em fins da primeira metade do século 16. O ponto de origem da povoação foi um porto, construído para escoar pau- brasil e os produtos da atividade agro-açucareira de Olinda, então capital pernambucana. Instalado o porto, em seguida houve a necessidade de construir depósitos para armazenar as mercadorias, também foram erguidas as casas para servir como residências dos trabalhadores portuários e, assim, nasceu a comunidade. 

Igrejas

Igreja Madre de Deus é um templo religioso católico romano da cidade. A edificação da Igreja foi autorizada em 1680, tendo como construtor e doador do terreno o ‘mascate’ Antônio Fernandes de Matos. Em 1709, o templo foi concluído, apresentando fachada com duas torres e o corpo central em pedra. Seu interior é um amplo salão com capelas laterais e um majestoso arco triunfal de severa cantaria com dois altares no arco cruzeiro. O altar-mor é de talha dourada com nichos sacrários e trono em estilo rococó. O forro entalhado da capela-mor acompanha aqueles das capelas-mores da Basílica de Nossa Senhora do Carmo e da Concatedral de São Pedro dos Clérigos. O templo abriga ainda algumas imagens que pertenceram à primitiva Igreja do Corpo Santo, demolida quando das obras de modernização do Recife.

A Capela Dourada, também chamada de Capela dos Noviços, é uma capela da Ordem Franciscana. A construção da capela foi fruto de uma iniciativa dos Irmãos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, criada em Recife no século 16. Sendo abastados muitos de seus membros, decidiram erguer uma capela para os noviços da Ordem. Seu nome deriva da grande quantidade de ouro empregada na cobertura da exuberante talha de madeira que forra praticamente todos os espaços das paredes, altares e teto.

Praias

A cidade do Recife oferece inúmeras atrações culturais e históricas, mas são as belas praias que atraem a maioria dos turistas. Com uma orla de 8km, águas mornas e uma grande faixa de arrecifes, que formam piscinas naturais, a cidade tem como principal cartão-postal a praia de Boa Viagem, uma das praias urbanas mais bonitas do Brasil. 

Estando situada no bairro de Boa Viagem, é delimitada pela Praia do Pina em um lado e pela Praia de Piedade do outro. A maior parte da praia de Boa Viagem é protegida por uma barreira de recifes naturais, os quais deram nome à cidade. Na maré baixa, formam-se várias piscinas naturais rasas, com águas mornas e transparentes, ao longo da praia. Também durante a maré baixa é possível andar sobre os recifes, que são relativamente planos e largos. Quando a maré sobe, os arrecifes ficam completamente cobertos pela água. 

A Praia do Pina é uma praia popular do Recife, com longa faixa de areia, coqueiros na orla e mar verdinho, típico da região. É um lugar bastante frequentado por moradores da cidade, com quiosques e barracas, mas pode deixar a desejar em relação à segurança. Apesar de não ser a praia mais famosa do Recife, ela pode ser uma boa opção para curtir o mar em um dia de sol. Uma das boas vantagens do Recife é que as águas do mar têm temperatura agradável e não causam choque térmico na hora do mergulho. 

A Praia de Piedade é considerada uma das maiores da região, conhecida por sua tranquilidade e clima agradável. Essa praia conta com uma larga faixa de areia dourada e fofa, o mar é agitado, com boas ondas e águas transparentes, propício para o banho e para a prática de esportes náuticos, como kitesurf. Cercada por coqueiros e outras árvores, o lugar possui diversos prédios e alguns comércios em sua orla. Com boa infraestrutura, não faltam bares e restaurantes que sirvam petiscos e bebidas. No verão, vários jovens aproveitam para jogar futebol e vôlei.

Um ponto para ter atenção nas praias da região é quanto aos tubarões. No Recife ocorrem ataques de tubarões, por isso é importante tomar alguns cuidados, como evitar o mergulho em horários de maré alta, evitar o mergulho se estiver com sangramentos, não usar objetos brilhantes ao entrar no mar e não se afastar muito da areia, entre outros. 

Música

O frevo e o baião são os ritmos mais famosos do Nordeste e estão ligados às melhores novidades da cidade. O Paço do Frevo separa a frenética dança recifense. A poucos passos dali, em um armazém do porto, o Museu Cais do Sertão homenageia o cotidiano do homem sertanejo contando, dentre outras histórias, a do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

O Paço do Frevo é um espaço dedicado a difusão, pesquisa, lazer e formação nas áreas da dança e música do frevo, visando a propagar sua prática para as futuras gerações.  Ele surgiu por meio de uma parceria entre a Prefeitura do Recife, a Fundação Roberto Marinho, o Iphan e o Governo Federal.  É um dos espaços voltados à cultura mais solicitados de Pernambuco ao lado de museus como o Instituto Ricardo Brennand, o Cais do Sertão e a Oficina Cerâmica Francisco Brennand.

O Museu Cais do Sertão é um museu interativo sobre o Sertão e Luiz Gonzaga e foi eleito um dos vinte melhores museus da América do Sul em 2015. O Cais do Sertão utiliza os mais variados e inovadores recursos expositivos e tecnológicos para, em um diálogo entre a tradição e a invenção, proporcionar aos visitantes uma experiência de imersão no belo e sofrido universo sertanejo — origem e fonte de inspiração gonzaguiana — em toda a sua diversidade e complexidade.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov 

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