Em busca de uma herança milionária

Quando ‘Um Casamento Feliz’, vivido por Eri Johnson, não passa de uma ‘farsa’

Postado em: 20-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Quando ‘Um Casamento Feliz’, vivido por Eri Johnson, não passa de uma ‘farsa’

Eri Johnson (Henrique) em cena  com Renato Rabelo (Dodô) na  comédia Um Casamento Feliz

GABRIELLA STARENECK*

Heterossexual e solteirão que foge de relacionamentos sérios: essas são algumas características que definem muito bem Henrique, personagem vivido Eri Johnson em Um Casamento Feliz. O espetáculo, que aborda uma união de fachada entre dois heterossexuais, será apresentado em duas sessões em Goiânia – a primeira, no sábado (21), no Teatro da PUC, e a segunda, no domingo (22), no mesmo local.

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E, se as discussões de gênero estão em alta na sociedade, por que não abordar essa temática, de uma forma divertida, mas respeitosa, ainda trazendo uma reflexão para o espectador? Essa é a proposta de Um Casamento Feliz. “O espetáculo mostra que o que vale numa união é o respeito”, afirma Eri Johnson ao Essência. 

Espetáculo

O enredo de Um Casamento Feliz retrata uma união gay forjada com o intuito de conquistar uma herança milionária. O protagonista Henrique, interpretado por Eri Johnson, é um heterossexual e solteirão convicto que recebe uma herança de mais de 6 milhões de reais de sua Tia Carola, mas no testamento consta a condição que ele precisa se casar, e ficar bem casado, por um período mínimo de um ano, para ter acesso à grana. Contudo, como Eri Johnson conta, o documento não especifica que o sobrinho precisa se casar com uma mulher. A partir daí é que a trama se desenvolve. 

Para não deixar de receber a herança, Henrique aceita a proposta de seu advogado e amigo Roberto (João Lima Jr.) em realizar um casamento com Dodô (Renato Rabelo) – que, além de ser o seu melhor amigo, é ator e também heterossexual. Mas o protagonista do espetáculo não imaginava que para receber a fortuna ele teria que fingir, muito bem, estar alegre com a união, isso porque, durante o período da união – que no mínimo precisa ter um ano –, ele receberá visitas esporádicas de um oficial de justiça para avaliar se realmente ele está vivendo Um Casamento Feliz.

A partir daí, inúmeras situações inusitadas e, é claro, engraçadas acontecem. Quando o lar ‘cor de rosa’ do falso casal gay é visitado por vários personagens, tais como o pai de Henrique (Raymundo de Souza) – um viúvo extremamente religioso e aparentemente sisudo –, e o advogado Roberto, que é um homem estressadíssimo com sua futura ex esposa. Ou, para piorar ainda mais a situação de Henrique, quando sua nova namorada (Rayane Morais), que é uma especialista em farejar e detectar homens casados, vai até o local. 

Um Casamento Feliz promete arrancar boas gargalhadas do público com uma história que, além de entreter, desperta reflexões. “Vocês vão se divertir com a história do espetáculo e com a história de cada personagem. Com certeza, quem estiver na plateia dificilmente terá visto uma comédia como a nossa”, garante Eri Johnson, que convida o público a comparecer no espetáculo.

Eri Johnson

Nascido no dia 22 de dezembro de 1961, no Rio de Janeiro, Eriovaldo Johnson Araujo Oliveira, mais conhecido como Eri Johnson, começou sua carreira com uma participação no programa de Carlos Imperial, na extinta Rede Tupi, disputando concursos de dança no fim dos anos de 1970. Mas sua inclinação para a comédia ficou clara na famosa Escolinha do Professor Raimundo, com o personagem Bebeto. A partir desse trabalho, o talento para piadas e imitações abriu novas portas para o ator. 

Eri Johnson tem um currículo repleto de participações na TV, em novelas como De Corpo e Alma, Explode Coração, O Clone – dentre muitas outras. O ator também participou de vários programas televisivos: Zorra Total, Tomara que Caia e Fina Estampa são alguns deles. No teatro, ele esteve presente em espetáculos como Eri Pinta Johnson Borda, Pequeno Dicionário Amoroso e, atualmente, Um Casamento Feliz. Já no cinema, participou de filmes como Romance da Empregada, Uma Aventura do Zico, e Sexo com Amor? – Pedro. E, apara falar do espetáculo Um Casamento Feliz, Eri Johnson conversou com o Essência. Confira a entrevista a seguir. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov


SERVIÇO

Eri Johnson em ‘Um Casamento Feliz’

Quando: sábado (21) e domingo (22)

Onde: Teatro da PUC (Av. Fued José Sebba, qd. A 16, nº 1.184, Jardim Goiás – Goiânia)

Horário: 21h (sábado) / 18h (domingo)

Entrada: de R$ 40 a R$ 90  

Entrevista: Eri Johnson 

Eri, vocês pretendem passar alguma mensagem ao espectador por meio do espetáculo?

Sem dúvida nenhuma, porque, independentemente se é uma união entre pessoas de sexo oposto ou de mesmo sexo, a relação de parceria, o respeito e a amizade entre os cônjuges são iguais. Assim como as brigas bobas. Então o espetáculo mostra que o que vale, numa união, é o respeito. 

Em tempos em que as discussões de gênero estão em alta, como é interpretar um personagem heterossexual que decide se casar com o melhor amigo para garantir sua herança?

É um grande barato, porque, embora seja uma farsa, o público vira cúmplice disso. Na verdade, o personagem Henrique, interpretado por mim, nem queria tanto assim o dinheiro; ele foi convencido por seu amigo. Outro fato engraçado é que o personagem passa a peça inteira falando que não queria se casar e, em um determinado momento, ele tem a vontade de fazer isso, porque se apaixona de verdade. A partir disso, começa uma confusão, porque a menina pela qual ele se apaixonou não entende o ‘casamento’ forjado. E, na verdade, o Henrique só sente essa vontade de casar, porque ele viveu uma vida de casado.

Houve alguma reação negativa em relação ao espetáculo por ser um casamento de ‘fachada’ entre homossexuais?

Não, o povo ‘rola’ de rir. Os gays também gostam muito, porque o espetáculo não faz apologias, críticas e deboches; ele traz o respeito de uma relação. E, apesar de o casamento ser de ‘fachada’, as situações que ocorrem nessa união são verídicas. 

Como você se preparou para o seu personagem?

O teatro é observação, então a gente observa muito o comportamento das pessoas na rua. O Henrique é um cara rápido, inteligente, que sabe o que quer. Inclusive ele só aceita esse casamento de fachada, porque imaginava que não daria problema nenhum, mas, na verdade, durante o período da união, é um problema atrás do outro. 

Que aprendizado esse personagem te trouxe?

Eu tenho aprendizados o tempo todo. O teatro é onde eu mais aprendo na vida, porque ele ensina comportamento. E eu sempre estou em busca da qualidade da gargalhada, e não da quantidade. 

Qual a expectativa para a apresentação em Goiânia?

Goiânia é um lugar aonde sempre vou, e me apresento com casa cheia. Gosto muito daí! Inclusive, quando vou à cidade, prefiro chegar, antes, e ir embora, depois, porque tenho muitos amigos. Minha expectativa é me divertir e alegrar as pessoas. Tenho certeza de que o público vai amar! 

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