Diego Caetano se apresenta com Orquestra Sinfônica Jovem

Pianista goiano, conhecido internacionalmente, é o convidado da série ‘Solista Internacional’, do Basileu

Postado em: 22-08-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Pianista goiano, conhecido internacionalmente, é o convidado da série ‘Solista Internacional’, do Basileu

GABRIELLA STARNECK

ESPECIAL PARA O HOJE 

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A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG) realiza, nesta quarta-feira (22), o concerto da série Solista Internacional, com participação especial do pianista Diego Caetano, no Teatro Basileu França. Sob regência do maestro Eliel Ferreira, a orquestra vai interpretar obras musicais de Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov, incluindo o Concerto para Piano e Orquestra nº 1 em Si bemol menor, op. 23 e a Suíte Sinfônica, Scheherazade, baseada no livro Mil e Uma Noites.   

“A proposta principal da série Solista Internacional é trazer músicos goianos que fizeram sucesso no exterior. A gente já trouxe alguns nomes, como o Natanael da viola, também goiano que estuda em Genebra, na Suíça, e agora temos esse concerto com o pianista Diego Caetano, que é professor em Amarillo, em uma universidade do Texas. Ele é um fruto goiano que obteve sucesso por meio da arte”, afirma Eliel Ferreira ao Essência.

Concerto

Segundo o maestro, o público pode esperar, nesta quarta-feira, não somente uma apresentação musical de qualidade, mas também um concerto que desperta o lado imagético das pessoas, já que por trás das canções o público consegue ter uma percepção da história. “Quando escolhemos o repertório desse concerto, pensamos em colocar músicas que falassem diretamente com o público. Então vamos ter a suíte Scheherazade, que a gente chama de ‘música proclamática’, ou seja, aquela canção que descreve algo. Então, quando você escuta, é levado a imaginar a história por trás da música. Além disso, interpretamos a obra Tchaikovsky, que deve ser o concerto para piano mais conhecido mundialmente. Digamos que o repertório soa fácil no ouvido de quem escuta, é atrativo”, afirma Eliel. 

O maestro ainda explica que a escolha do pianista Diego Caetano para a série Solista Internacional se deu justamente pelo fato de o músico ser goiano e ter conquistado reconhecimento internacional: “Em primeiro lugar, a gente valoriza os artistas goianos e oportuniza que eles mostrem o seu trabalho e o que já conquistaram no decorrer da carreira. O segundo fator é que mostramos ao público que vier assistir que nós temos muitos exemplos de músicos que, com muito trabalho, perseverança e estudo, conseguiram alcançar sonhos e ter uma carreira de sucesso. Isso serve também como um estímulo para os estudantes que buscam atuar na área musical”, afirma. 

Eliel ainda conta que o convite para participação do pianista Diego Caetano ocorreu, porque eles foram colegas de faculdade, e já haviam trabalhado juntos anteriormente. “Embora Diego já tenha feito solos anteriormente, aqui em Goiânia, essa é a primeira vez que ele está vindo solar com a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. A apresentação da série Solista Internacional marca o início da jornada da orquestra para arrecadar recursos para a segunda turnê na China, destaca o maestro.

Sobre o solista

Diego Caetano começou seus estudos de piano ainda na infância, com apenas 11 anos de idade, em Goiás. Aos 25, concluiu o doutorado em Artes Musicais- Piano Performance pela Universidade do Colorado, em Boulder (EUA). Também fez mestrado em Música – Piano Performance pela Universidade do Wyoming (EUA) e bacharelado em Música pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Aperfeiçoou-se no Conservatório de São Petersburgo (Rússia). Atualmente, é diretor do departamento de piano e professor na Amarillo College (EUA). 

O pianista possui mais de 50 prêmios em concursos nacionais e internacionais de piano, destacando-se: 1º lugar HorsConcours no Concurso Internacional de Bucareste, na Romênia (2018); 1º lugar no London Grand Prix Virtuoso (2016), 1º lugar no New York International Concerto Competition (2014) – dentre outros. Em 2008, ganhou o prêmio ‘Arnaldo Estrella’ de Melhor Intérprete de Música Brasileira. Também recebeu prêmio de Melhor Intérprete de Música Espanhola, no Concurso Internacional de Piano de Rabat, no Marrocos.

SERVIÇO

‘Orquestra Jovem apresenta concerto da Série Solista Internacional’

Quando: quarta-feira (22) às 20h

Onde: Teatro Basileu França (Av. Universitária, nº 1.750, Setor Leste Universitário)

Entrada gratuita 

Entrevista: Diego Caetano  

Em sua opinião, qual a importância da série ‘Solista Internacional’?

É um trabalho muito bonito, uma peça muito difícil, e eles são muito esforçados. Então é de uma importância tremenda essa série Solista Internacional, porque eles trazem convidados para que a orquestra   também aprenda, trabalhe e compartilhe música. 

Como é voltar para sua cidade de origem para se apresentar juntamente com a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás?

É um prazer enorme voltar para cidade e fazer esses recitais. Recentemente, eu toquei em um concerto em homenagem a Nhanhá do Couto, participei do 6º Encontro Nacional de Piano, na Emac UFG, e agora  vou tocar com o maestro Eliel Ferreira e com a Sinfônica Jovem de Goiás. Eu já toquei com a Filarmônica de Goiás e a Sinfônica de Goiânia, mas é a primeira vez que toco com a Sinfônica Jovem.

Você já fez apresentações solo na Capital anteriormente. Como avalia a receptividade do público?

Eu adoro tocar em Goiânia! O povo é muito sábio, principalmente musicalmente. Tivemos vários músicos importantes que ‘saíram’ da cidade, então é ótimo tocar aqui, mas, ao mesmo tempo, é uma pressão, porque o público é muito exigente. 

Você começou seus estudos de piano em Goiânia, e hoje tem renome internacional. De que forma você acredita que a sua trajetória pode servir como estímulo para alunos que pretendem seguir a carreira musical?

Eu comecei meus estudos em Goiânia, estudei na Universidade Federal de Goiás (UFG), fui para os Estados Unidos, onde fiz o mestrado e doutorado, depois fui para a  Rússia me aperfeiçoar, e estamos, aí, pelo mundo. Neste ano, vão ser 63 concertos no mundo inteiro: vou para China, em novembro; depois, para o Canadá, dentre outros locais. Então o que eu procuro, quando venho aqui, é compartilhar com os alunos da cidade esse conhecimento e essa experiência que estou tendo, em outros lugares, para que eles vejam que é possível fazer e viver de música se você tiver uma paixão por essa área. 

Falando mais sobre sua trajetória, qual o maior aprendizado que você teve para alcançar a posição que tem hoje?

Aproveitar todas as oportunidades, não falar não – mesmo que seja uma coisa pequena, média ou grande. Além disso, ter respeito pelo trabalho dos outros, fazer conexões, construir um network muito bom, porque você compartilha experiências com outras pessoas. 

Qual recado você deixaria para os goianos? 

A minha maior mensagem é deixar alguma coisa para o povo daqui, porque eu sou de Goiânia, então é meu dever, minha obrigação voltar sempre para cidade e compartilhar essas experiências. Eu quero que outros alunos, outros jovens façam música igual ou até mesmo melhor do que eu.  

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