Bipolaridade é grave, sim. Conheça os tipos de transtornos

Existem dois tipos de transtorno bipolar: o tipo I, que apresenta quadros de mania e depressão; e o tipo II, com episódios de hipomania e depressão

Postado em: 26-08-2018 às 18h05
Por: Lucas de Godoi
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Existem dois tipos de transtorno bipolar: o tipo I, que apresenta quadros de mania e depressão; e o tipo II, com episódios de hipomania e depressão

Da Redação

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o
transtorno bipolar, ou bipolaridade, atinge cerca de 4,2 milhões de
brasileiros. Muitas vezes, a doença é confundida com alterações normais de
humor, característica comum a qualquer pessoa. Daí a banalização com a
bipolaridade, transtorno cujo risco de apresentar comportamento suicida chega a
ser 28 vezes maior do que no resto da população.

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Segundo o psiquiatra Mario Louzã, membro do Instituto de
Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, há,
basicamente, dois tipos de transtorno bipolar: o tipo I, que apresenta quadros
de mania e depressão; e o tipo II, com episódios de hipomania e depressão.

No episódio de mania, o portador apresenta euforia intensa,
alegria fora do normal, ideias de grandiosidade, elevada autoestima e
autoconfiança com perda do bom senso, que pode atingir um grau fora da
realidade (delírio). Ao mesmo tempo, a pessoa pode ter irritabilidade,
impulsividade e um alto nível de distração.

O pensamento fica acelerado, muitas ideias fluem
simultaneamente ou numa sequência rápida, a ponto de a pessoa não conseguir
expressar verbalmente. Tem diminuição da necessidade de sono, comportamento
sexual excessivo, descontrole nos gastos e atitudes sem a percepção de sua
inadequação.

O episódio de hipomania, segundo Louzã, tem características
similares ao episódio de mania, porém, os sintomas são mais brandos.

Já o episódio de depressão se caracteriza por tristeza
profunda, apatia, ansiedade, fadiga excessiva, falta de energia, pensamentos
negativos (culpa, baixa autoestima) que podem ser intensos a ponto de configurar
um delírio. Algumas pessoas apresentam insônia, enquanto outras têm hipersonia
(dormem mais do que o habitual).

Há mudanças no apetite, na maior parte das vezes, com
diminuição da fome e desinteresse pela comida, mesmo em se tratando de alimentos
dos quais ela costuma gostar. A pessoa perde a libido e o interesse nas
atividades em geral. Nos casos graves de depressão, há ideias de suicídio,
muitas vezes, chegando a planejar e tentar o suicídio.

De acordo com o psiquiatra, o tratamento depende da fase da
doença. Os quadros maníacos/hipomaníacos são tratados com estabilizadores do
humor, associados ou não aos antipsicóticos. Os quadros depressivos (depressão
bipolar) também podem ser tratados com antipsicóticos ou anticonvulsivantes. Os
antidepressivos podem ser indicados, porém, tendem a desencadear um quadro
maníaco/hipomaníaco.

Os medicamentos estabilizadores do humor, como o lítio, são
usados continuamente para evitar ou reduzir as chances de um episódio agudo
(mania ou depressão). Os portadores de transtorno bipolar devem também evitar
mudanças significativas de horário de sono (manter um horário de dormir e de
acordar relativamente constante) e uso de drogas (podem desencadear quadros
crônicos).

“Na dúvida quanto à possibilidade de ser portador de
transtorno bipolar, o ideal é consultar um médico psiquiatra, que poderá fazer
a avaliação dos sintomas, fazer o diagnóstico e indicar os tratamentos
adequados”, aconselha Mario Louzã.

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