Espetáculo ao pianista Chopin é apresentado neste fim de semana

Música e poesia são interpretadas pela atriz Nathalia Timberg e tocadas por Clara Sverner

Postado em: 31-08-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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Música e poesia são interpretadas pela atriz Nathalia Timberg e tocadas por Clara Sverner

Sabrina Moura

Ele é amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história. Sua técnica refinada e sua elaboração harmônica vêm sendo comparadas historicamente às de outros grandes compositores, como Mozart e Beethoven, assim como sua duradoura influência na música até os dias de hoje. O espetáculo Chopin Ou O Tormento do Ideal, consagrado ao pianista, será apresentado no Teatro Sesi, no sábado (1º) e no domingo (2), associando música e poesia interpretadas pela atriz Nathalia Timberg e tocadas por Clara Sverner.

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Segundo a atriz Nathalia Timberg, “o próprio nome de Chopin, com tudo o que ele representa, através dos tempos que nos atinge nos dias de hoje, já é uma inspiração e uma vontade de um contato de qualquer espécie”. 

Clara Sverner e Nathalia Timberg já realizaram um espetáculo ligado a música, que foi o 33 variações, onde se tratavam justamente das 33 variações do Beethoven. Ambas, em uma conversa, falaram do prazer que era fazer o espetáculo e de como seria ótimo se pudessem prolongá-lo. “No dia seguinte a esta conversa, fui informada dessa peça – Chopin Ou O Tormento do Ideal – que era interpretada por um ator e um pianista. Quando conseguimos esse texto, logo me apaixonei, e a Clara também, fazendo assim nascer este espetáculo”, relembra a atriz.

A montagem original teve sua estreia nos primeiros meses de 1987, no Théâtre de la Gaîté-Montparnasse, em Paris. O pianista Erik Berchot, vencedor do prêmio Frédéric Chopin de Varsóvia (1980), uniu seus talentos aos do ator e autor Philippe Etesse para compor o espetáculo.

Partindo de recortes textuais da vida de Chopin, cartas de George Sand entrelaçadas com declarações e poemas de Musset, Liszt, Baudelaire, Gérard de Nerval e Saint-Pol-Roux, o espetáculo ilumina, neste encontro de música e palavras, 20 anos da vida e da obra do compositor, criando uma possível subjetividade acerca de sua biografia com a objetividade e a poética do seu contexto histórico. “O nosso Chopin é ainda mais voltado ao próprio discurso de música dele e dos testemunhos de grandes gênios da música, da literatura que com ele conviveram”, explica Nathalia. “Tudo isso se junta para um espetáculo que nos dá, além do próprio testemunho de Chopin, por meio de textos extraídos das cartas dele, um retrato multifacetado desse gênio. De certa maneira, nos permite uma proximidade ainda maior dessa música extraordinária que nos atinge em todas as fibras”, completa a atriz.

Ao ser questionada sobre a experiência de contracenar com a pianista Clara Sverner, Nathalia expressa uma grande admiração. “Eu todos os dias estou ali, na primeira fila, para receber essa intérprete incrível. Quando a convidamos para o espetáculo, ela se adaptou muito bem. “Tenho uma admiração enorme por ela! Foi uma grande vitória quando a Clara resolveu se juntar à nossa vontade de trazer essa presença do Chopin entre nós. Inclusive tem uma frase de Roberto Schumann que eu cito sempre, porque ela descreve muito o que todos nós sentimos. Ele disse o seguinte quando o Chopin morreu: ‘A alma da música andou pela Terra’. Eu acho que, ao ouvir a Clara no espetáculo, interpretando, podemos dizer talvez que ele realmente andou pela Terra, e continuou entre nós”, expressa Nathalia.

O espetáculo foi sucesso de público em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Santo André, Araraquara e Birigui. Seu texto e música marcam os acontecimentos e apresentam uma personagem dividida entre um cotidiano vivido, às vezes, dolorosamente e um ideal inatingível. “Por onde já passamos, o público simplesmente delirava e gritava. A reação tem sido a mesma. Eu acho que o público anda carente de receber esse tipo de emoção e espetáculos que falam diretamente à sua sensibilidade”, opina Timberg. “Temos um público muito eclético. Na plateia, seja as cabeças brancas, os jovens penteados ou despenteado… Durante o espetáculo, há uma qualidade no silêncio. É incrível! No fim (do espetáculo), tem sido constantemente um momento de respiração e uma explosão de entusiasmo. A gente se sente recompensada pela ideia de ter trazido esse espetáculo a um público que o recebe com essa intensidade”, completa ela. 

Nathália Timberg afirma que ‘jogou’ toda a sua vida em seu trabalho, sendo uma forma de expressar e conseguir transmitir alguma coisa. “O fundamental – venho dizendo há muito tempo quando me questionava sobre o fato de ser atriz – é que, quando você atua sobre a inteligência e a sensibilidade de um povo, você faz mais que qualquer panfleto”, finaliza ela em entrevista ao Essência.

SERVIÇO

‘Chopin ou o Tormento do Ideal’ com Na­thalia Timberg e Clara Sverner

Quando: sábado (1º), às 21h, e domingo (2) às 20h

Onde: Teatro Sesi (Av. João Leite, nº 1.013 – Santa Genoveva)

Entrada:  R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)

 

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