Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Bernhard Lörcher abre a sexta temporada da série ‘Concertos UFG’

Violoncelista alemão divide o palco com Ana Flávia Frazão, pianista goiana, neste sábado (1º)

Postado em: 01-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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Violoncelista alemão divide o palco com Ana Flávia Frazão, pianista goiana, neste sábado (1º)

Gabriella Starneck

ESPECIAL PARA O HOJE 

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Possibilitar que alunos de música tenham conto com profissionais de alto nível, além de possibilitar que a população tenha acesso à cultura clássica, é a proposta da série Concertos UFG, que já está em sua 6ª edição. Para a abertura da temporada 2018, o projeto traz como convidado especial Bernhard Lörcher, violoncelista alemão, para dividir o palco com Ana Flávia Frazão, pianista goiana, neste sábado, (1º) no Centro Cultural UFG.

Na ocasião, o duo interpretará obras de Robert Schumann, Claude Debussy e Sergei Prokofieff. Sobre a escolha do violoncelista como convidado especial, Ana Flávia explicou ao Essência: “Bernhard, além de um excelente músico, é um ótimo professor. Ele trabalha com entusiasmo com os celistas da cidade e da Escola de Musica da UFG, possibilitando um intercâmbio importante para a nossa cidade”. 

‘Concertos UFG’

O projeto, que já está em sua 6ª edição, é realizado por Gyovana Carneiro e Ana Flávia Frazão, professoras da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (Emac/UFG). Como produtoras culturais, elas desenvolvem séries regulares de concertos que, há mais de dez anos, inserem a Capital no circuito nacional da música clássica e colaboram na diversificação do calendário cultural da cidade. 

“O Centro Cultural UFG é um espaço da Universidade Federal de Goiás cada vez mais ocupado com apresentações artísticas de qualidade. A série Concertos UFG propõe apresentações musicais com formações variadas e com músicos de alto nível artístico, levando vários alunos da UFG para a sala de concertos, bem como possibilitando a população de Goiânia o acesso regular a música de concerto”, afirma a coordenadora do projeto. 

Ana Flávia Frazão

A pianista goiana começou seus estudos em Goiânia e foi aluna da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG. Posteriormente, a musicista prosseguiu sua trajetória musical na Alemanha, onde permaneceu de 1994 a 2002. Foi aluna da Escola Superior de Música de Karlsruhe onde obteve, onde inclusive conheceu Bernhard Lörcher. “Conheci o Bernhard da nossa época de estudante, na Escola Superior de Música de Karlsruhe, onde vive e estudei durante alguns anos. Recentemente, surgiu um convite para tocarmos em Trio com um amigo violinista que temos em comum. Depois desse projeto, e com a afinidade musical que temos, seguimos trabalhando juntos”, afirma Ana Flávia.

A pianista tem realizado concertos na Europa, no Japão, nos Estados Unidos, na Argentina e em várias cidades brasileiras sempre com grande êxito de público e crítica. Realizou diversas gravações para as rádios alemãs e, em 2004, lançou na Europa seu primeiro CD com o contrabaixista Milton Masciadri. Esse trabalho foi o primeiro de quatro CDs gravados. Além de ser professora, Ana Flávia atua no cenário musical de Goiânia como diretora artística de diferentes projetos culturais.

Bernhard Lörcher

Natural de Freiburg, Alemanha, o violoncelista tem contato com a área musical desde os 7 anos de idade. Ainda jovem, participou de importantes turnês como Bundesjugendorchester por diferentes países da Europa. Foi aluno do na Escola Superior de Música de Karlsruhe, onde se formou com nota máxima. Posteriormente, concluiu sua formação em Música de Câmara na Escola Superior de Música de Viena com o Quarteto Alban Berg. 

Bernhard Lörcher apresenta-se como solista e camerista em vários festivais pelo o mundo. Além disso, ele realizou várias gravações para a Rádio Rundfunk, na Alemanha, e CDS com obras de Ligeti, Popper e toda a obra de câmera de Tanejev pelos selos CPO, Hänssler Classik e SWR Studios. Desde 1999, é o primeiro violoncelista da Orquestra Filarmônica de Stuttgart. E, para falar mais sobre sua apresentação em Goiânia, Lörcher participou de um bate-papo com o Essência. Confira a entrevista ao lado.

SERVIÇO 

Quando: sábado (1º) às 11h

Onde: Centro Cultural UFG (Av. Universitária, nº 1533, Setor Leste Universitário – Goiânia)

Entrada gratuita 

Entrevista Bernhard Lörcher 

Qual a importância da música na sua trajetória de vida? 

A música faz parte de mim desde o início da minha vida. Desde os meus 7 anos de idade, eu atuo nessa aera. Música é a coisa mais legal criada pela humanidade, e eu gosto de todos os estilos. 

Você participou da escolha do repertório para esta apresentação em Goiânia? 

Sim, Ana Flávia e eu discutimos a escolha das músicas durante um tempo. Nós planejamos esse concerto de forma conjunta, e temos a mesma musicalidade, o mesmo gosto. 

Qual critério foi usado para a escolha das obras? 

Eu sou honesto, e o único critério para mim é a música em si, pois a música é feita por seres humanos para os seres humanos. As obras, tocadas por mim e pela Ana, são interpretadas de forma ‘pura’, ‘séria’ e com um alto nível cultural – não importa se as músicas são antigas, novas, felizes, tristes, brasileiras, alemãs ou o que for. Para o nosso concerto, aqui, decidimos escolher Debussy, por causa do seu jubileu de 100 anos (1918), e a sonata Prokofieff, que é uma das peças mais ‘sinfônicas caracterizadas’ para piano e violoncelo – uma boa obra para os músicos, que também são amigos, tocarem. 

Como surgiu a sua parceria musical com a Ana Flávia? 

Há alguns anos, a Ana estudou em Karlsruhe, onde nos conhecemos e trabalhamos juntos. Como temos sentimentos tão próximos e um gosto bem semelhante pela música, decidimos tocar o máximo possível juntos. Não é fácil – principalmente nesta enorme distância geográfica Goânia-Karlsruhe. 

Qual a sua expectativa para esta apresentação da série ‘Concertos UFG’? 

O meu grande desejo, em qualquer concerto, é tentar mostrar às pessoas a beleza eterna da música clássica, o modo único e positivo de amigos tocarem juntos. Por último, mas não menos importante, eu tento mostrar sobre o violoncelo, chamado de instrumento ‘princesa’. Goiânia é um lugar único para concertos. Eu vejo um público aberto, caloroso, simpático, bem educado – pessoas emocionais. A cidade pode orgulhar-se de sua norma na música clássica; é uma ótima manifestação cultural brasileira, e esse caminho deve ser seguido!

 

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