São Luiz: cidade enraizada tanto no folclore quanto no reggae

Dona de um dos maiores patrimônios históricos da América Latina, o centro histórico de São Luis possui cerca de 3.000 imóveis tombados

Postado em: 03-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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Dona de um dos maiores patrimônios históricos da América Latina, o centro histórico de São Luis possui cerca de 3.000 imóveis tombados

Sabrina Moura*

São Luís foi fundada pelos franceses, em 1612, mas coube aos portugueses darem à capital do Maranhão sua marca registrada, o seu estilo arquitetônico. Foram os lusitanos que deixaram como herança os mais de três mil sobrados e casarões que se espalham pelas ruas e praças do Centro Histórico, no bairro de Praia Grande. 

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A capital maranhense tem um forte setor industrial por conta de grandes corporações e empresas de diversas áreas que se instalaram na cidade pela sua privilegiada posição geográfica entre as regiões Norte e Nordeste do País. Seu litoral está estrategicamente localizado bem mais próximo de grandes centros importadores de produtos brasileiros como Europa e Estados Unidos. São Luís é um lugar cheio de história, costumes e belezas naturais.

Dona de um dos maiores patrimônios históricos da América Latina, o centro histórico de São Luis possui cerca de 3.000 imóveis tombados. O clima do local segundo seu povo se define em três estações do ano: calor, quentura e mormaço.

Da herança portuguesa às tradicionais festas de São João, a capital sustenta memórias em seus costumes que merecem ser vivenciadas por quem é de fora da cidade. O turismo de São Luís do Maranhão proporciona o conhecimento da vasta cultura do país, sentindo na pele a alegria do brasileiro e ainda curte uma cidade litorânea cheia de atividades.

Centro Histórico

Caminhar pelo Centro Histórico de São Luís é uma parada obrigatória na cidade, já que ele é Patrimônio Mundial da Unesco. Observar a arquitetura local e as casas de época é um programa e tanto. Fica evidente a preocupação com o clima na arquitetura local, que é sempre quente e úmido. Uma das soluções foi a instalação de azulejos para impermeabilizar as fachadas feitas de taipa dos sobrados.

No passeio, vale conhecer o Palácio dos Leões, o Palácio de La Ravardière (sede da prefeitura), a Catedral de São Luís, o Museu Histórico, e o Convento das Mercês.

Palácio dos Leões é o edifício-sede do governo do estado  do Maranhão. Localiza-se no Centro Histórico da cidade em uma área designada Patrimônio Mundial pela Unesco. Com uma história que começa no início do século 17, o Palácio dos Leões é um dos maiores símbolos da cultura maranhense. Apenas uma parte do edifício fica aberta para visitas, e depende da agenda oficial – se o governador estiver em algum evento, o prédio pode fechar para os turistas. Antiga fortaleza erguida pelos franceses em 1612, a construção transformou-se em palácio com o domínio português em São Luís. As salas mantêm decoração original, com peças francesas dos séculos 18 e 19, e os quadros vieram da coleção particular do escritor maranhense Arthur de Azevedo, comprada pelo governo do Maranhão após sua morte.

Palácio de La Ravardière

O Palácio de La Ravardière é atualmente a sede da prefeitura de São Luís. Por volta de 1689 foi construído no local a Casa da Câmara e Cadeia de São Luís, mas o atual palácio é resultado de várias reformas posteriores. O edifício tem uma fachada simétrica, decorada na parte central por um pequeno frontão feito de estuque. As janelas do primeiro piso são de verga curva, enquanto que as do segundo andar são de verga reta, com decoração estucada e sacadas. No interior, há uma elegante escadaria de acesso ao segundo piso. O nome do Palácio é uma homenagem a Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, considerado fundador da cidade, em 1612. Em frente ao edifício, há um busto de bronze do capitão francês, esculpido por Antão Bibiano Silva. Localiza-se ao lado do Palácio dos Leões, sede do governo do estado.

Catedral de São Luís

A Catedral de São Luís do Maranhão (Catedral de Nossa Senhora da Vitória) é a sede da arquidiocese do mesmo nome. Erguida por jesuítas, a Catedral da Sé, em São Luís (MA), presta homenagem à Nossa Senhora da Vitória, protetora dos portugueses nas batalhas contra o exército francês na capital do Maranhão. Em 1922, com a construção da segunda torre, ganhou o estilo neoclássico que apresenta até hoje. Todo revestido de ouro, o altar-mor foi elaborado com mão de obra indígena. 

Museu Histórico

Em um imponente casarão do século 19, onde viveu a família Gomes de Sousa, representante da elite maranhense da época, funciona desde 1960 o Museu Histórico e Artístico do Maranhão. Atualmente, seu acervo é composto por coleções de numismática, mobiliário, porcelana, cristais, pintura, escultura, azulejaria, documentos, fotografias e gravuras. A exposição de longa duração reconstitui uma ‘casa de época’ na passagem do século 19 ao 20 ambientada de acordo com descrições dos costumes encontradas na literatura maranhense.

Convento das Mercês

O Convento das Mercês, que foi posto sob invocação de Nossa Senhora da Assunção, embora o povo não o chamasse desta forma, começou a ser construído em 1654, quando chegaram a São Luís os mercedários João Cerveira (maranhense de Alcântara) e Marcos Natividade, vindos de Belém, que se juntaram aos frades Manoel de Assunção e Antônio Nolasco, além do leigo João das Mercês. Foi erguida ali, em taipa, coberta de palha. No ano seguinte, em terreno adicional, reedificaram as instalações em pedra e cal, construindo a capela-mor.

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada na Região Nordeste do estado do Maranhão. O território do parque está distribuído pelos municípios de Barreirinhas, Primeira Cruz e Santo Amaro do Maranhão. O parque foi criado com a finalidade precípua de ‘proteger a flora, a fauna e as belezas naturais, existentes no local’, e é visita obrigatória para quem visita o estado. 

Inserido no bioma costeiro marinho, o parque é um exponente dos ecossistemas de mangue, restinga e dunas, associando ventos fortes e chuvas regulares. Sua grande beleza cênica, aliada aos passeios pelos campos de dunas e à possibilidade de banhar-se nas lagoas, atraem turistas de todo o mundo, que visitam o parque durante o ano inteiro.

A sede do parque está a cerca de 260km de São Luís, às margens do Rio Preguiças. O acesso ao parque se dá por via terrestre, pela da BR 135; por via marítima, entrando no canal do rio Preguiças, em Atins; por via fluvial, a partir de Barreirinhas, através do rio Preguiças; e por via aérea, pelo aeroporto de Barreirinhas.

O acesso ao parque por via terrestre a partir de São Luís se dá pelas rodovias BR-135 e BR-402, a Translitorânea, em 272 km de estradas asfaltadas até Barreirinhas. Ônibus intermunicipais partem diariamente do Terminal Rodoviário de São Luís com destino a Barreirinhas. A partir de Barreirinhas, adentra-se à área do parque através do Rio Preguiças, usando tanto a linha regular com barcos, em uma viagem de cerca de quatro horas de duração até a foz do rio, como lanchas particulares, que fazem o trajeto em uma hora e meia. Barreirinhas possui uma pista de pouso para aeronaves de pequeno porte, recebendo voos fretados saindo de São Luís, que tem em torno de 50 minutos de duração.

Sabrina Moura é Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov 

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