MasterChef: Conversa, comida e descontração

Chef Henrique Fogaça marcou sua estada em Goiânia em uma noite ‘à la MasterChef’

Postado em: 21-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: MasterChef: Conversa, comida e descontração
Chef Henrique Fogaça marcou sua estada em Goiânia em uma noite ‘à la MasterChef’

Flávia Popov

O chef Henrique Fogaça, jurado do programa semanal MasterChef, na TV Band (Rede Bandeirantes), esteve em Goiânia, na última quarta-feira (19), onde participou da Temporada Gourmet de um centro de compras. Após conceder entrevista coletiva, ele apresentou ao público uma aula em que ensinou a fazer um de seus famosos pratos. “Eu sempre gosto de vir aqui (Goiânia). Fiz um show com a minha banda de rock, há uns três anos, e é sempre maravilhoso retonar”. Foi assim que Fogaça recepcionou os convidados. 

Continua após a publicidade

“Eu digo às pessoas: para mim, a gastronomia não é um trabalho, é uma diversão. Apesar de toda a parte burocrática e administrativa, a gente só é feliz quando a gente faz o que gosta. Ela (a gastronomia) me trouxe muitas coisas boas, inclusive alguns projetos sociais”, disse ele, mencionando sua filha Olivia, uma criança especial (Fogaça tem outros dois filhos). “Olivia me trouxe alguns pequenos valores, que estão no meu dia a dia, como o de conseguir olhar para o outro, de conseguir receber um sorriso, um abraço…”, completou Fogaça.

Acompanhe, abaixo, as respostas que ele concedeu à editora deste caderno, Flávia Popov, durante o encontro com os jornalistas. 

Entrevista: CHEF HENRIQUE FOGAÇA 

Flávia Popov:  Hoje em dia, temos visto que muitos setores estão sendo ‘reinventados’. A gastronomia tem isso também? Você precisou se reinventar para competir, no mercado, principalmente levando-se em conta a vida fitness, adotada, ultimamente, por muitas pessoas?

Henrique Fogaça: Um pouco. Eu vou, agora, paro o Rio, e o pessoal, lá, gosta de ir à praia para treinar; são pessoas que se preocupam muito com alimentação, então eu levo alguns pratos veganos, alguma coisa mais saudável – pode-se dizer. Eu acho necessário, sim, se reinventar sempre. Acredito que na gastronomia e em qualquer trabalho isso seja importante, porque o mundo, hoje, é muito rápido; por causa da internet, as coisas são muito rápidas. Portanto eu acho que em qualquer meio de trabalho, de profissão, é importante estar antenado e se reinventar. 

Flávia Popov: O que tem sobressaído são esses pratos veganos e fitness, ou as ‘gordices’ estão em primeiro plano?

Henrique Fogaça:  As ‘gordices’ continuam em primeiro (risos).

Flávia Popov: Vamos falar um pouquinho sobre o programa Masterchef. Como você explica o fato de uma pessoa que não tem afinidade por cozinha, que não gosta de cozinhar, não perder um só programa do MasterChef? 

Henrique Fogaça: Quando a gente fala de comida, a gente fala com criança, adolescente, gente que de idade, porque todo mundo gosta de comer, então  é algo que desperta o interesse. O programa é uma competição; você acaba torcendo para um, para outro. Eu tenho uma personalidade, a Paola Carosella, outra; o Érick Jacquin também, então eu acho que tem uma química certa no programa. E a gente vive em um País onde a gastronomia não é muito disseminada. Tem a gastronomia regional… Temos muitos ingredientes… Eu gosto muito da Amazônia – tem muita coisa boa lá –, e as pessoas não conhecem, não têm acesso. Então, através do programa, a gente começa até a mudar a forma de o brasileiro enxergar a gastronomia, o cultural. Comida é algo nobre, né? A gente nasce comendo e morre comendo. Na vida, a gente passa, e não tem essa atenção para a comida. E o programa desperta muito isso. Muita gente me encontra e fala: ‘Eu era advogado, e estou de saco cheio do escritório, das pessoas, e você me inspirou… Vou tentar, fazer um curso…’. Meu filho gosta muito, e quer ser cozinheiro. É uma profissão bonita a gastronomia, além de não ser glamorosa, como parece que é. É um trabalho pesado, mas é algo que, no cenário nacional, a gente tem mudado bastante através do programa. 

Flávia Popov: Você acredita que a linha editorial do programa – com as edições, os suspenses – acaba atraindo os telespectadores, principalmente esses sobre os quais falamos anteriormente, que não gostam de cozinhar?

Henrique Fogaça: Sim, sim. A edição do programa tem todo um formato, tem mais de 100 países com MasterChef, e a forma é importante sim… As pessoas falam para mim: ‘Ali, você é meio bravo… Você não é aquele cara, né?’ (risos). Eu sou justamente essa mesma pessoa, mas, na hora de avaliar um prato, você não pode, por mais que você goste, falar que é muito bom. Tem que ter aquele suspense – que na edição eles fazem –, que é o contexto do programa. As pessoas acabam se interessando pelas receitas e até mesmo pelas ‘tretinhas’, porque o brasileiro gosta de briga, né? Ver o outro se f… na televisão. Tem gente que me encontra e fala: ‘Fogaça, eu gosto quando você grita, bate na mesa… Gosto quando você ‘tira’ aquele cara, diz que aquele cara é um m…’. As pessoas gostam disso. Então eu acho que a edição do programa é muito bem-feita, que é o que traz o telespectador para acompanhar vários pontos, tanto a comida quanto o fato de começar a torcer para um ou para outro.   

Veja Também