Bicicleta Sem Freio e a arte goiana sem limites

De murais premiados em Jerusalém a colaborações em Fort Smith, Arkansas, artistas goianos deixam sua marca ao redor do mundo

Postado em: 12-01-2024 às 10h00
Por: Luana Avelar
Imagem Ilustrando a Notícia: Bicicleta Sem Freio e a arte goiana sem limites
A dupla goiana Renato e Douglas foi convidada pela organização sem fins lucrativos St+art India para criar murais inspirados na flora e fauna indígena em seu distrito de arte pública na Colônia Lodhi | Foto: Reprodução/Instagram

Em Goiânia, onde as avenidas se entrelaçam com murais vibrantes, reside o universo criativo de Douglas de Castro e Renato Pereira, conhecidos como Bicicleta Sem Freio. Suas jornadas acadêmicas se cruzaram na Faculdade de Artes Visuais da UFG, onde um passatempo entre colegas evoluiu para um fenômeno artístico global. Como quem desbrava trilhas inexploradas, eles deram vida a um movimento cultural que vai além do convencional.

Em seus traços, o Bicicleta Sem Freio revela a colisão de iconografia pop psicodélica, cores tropicais e personagens surreais. Cada criação é um mergulho nas camadas complexas do pós-existencialismo, cultura global e neotropicalismo. Não se trata apenas de arte visual, mas de uma expressão apaixonada do rock n’ roll, onde o site se torna o epicentro desse encontro entre música e design.

A dupla de artistas, cujo talento não se limita apenas às ruas locais, mas se estende globalmente através de colaborações e projetos extraordinários. Com uma fusão única de estilos, essa dupla deixou uma marca duradoura nas mais diversas áreas, desde arte pública até moda e campanhas globais.

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Uma das colaborações mais notáveis foi a edição ‘CRAZY BASS’, resultando em 100 impressões artísticas. Seu impacto não se restringe ao papel; em Goiânia, deixaram uma marca na sede de uma empresa de tecnologia, com um mural que combina criatividade e o digital de maneira impressionante.

A presença dos dois também se fez sentir em eventos culturais, como o Festival Warren Stannis em Guaramirim, onde criaram um pôster e mural exclusivos, enriquecendo a experiência visual dos participantes. Além das fronteiras brasileiras, foram procurados pelo Bear Stone Festival na Croácia para dar vida à identidade visual do evento.

Os fundadores de uma das sorveterias mais famosas de Goiânia buscaram sua expertise para ilustrar a marca, resultando em um mural que não só cativa visualmente, mas também conta uma história única. 

A parceria com Justkids levou a colaborações que transcendem o âmbito da arte visual. A Bicicleta Sem Freio uniu forças com Junya Watanabe, Comme des Garçons, para a coleção primavera-verão 2020, destacando a interseção sofisticada entre moda e arte. 

A experiência de colaboração não é estranha para o Douglas e o Renato que formam uma equipe talentosa. A peça mural ‘Morango com Banana’ em 2016 foi o ponto de partida para transformar a fachada principal do restaurante TRIBO, proporcionando uma experiência visual memorável aos clientes. 

Em Jerusalém, no Projeto Talpiot de 2023, os dois prestaram uma homenagem emocionante à música brasileira, demonstrando sua capacidade única de se conectar culturalmente por meio da arte. 

Já em Fort Smith, Arkansas, criaram o monumental ‘The Fastest Banjo in Town’, um mural de 5.200 pés quadrados que se destaca como uma expressão artística singular.

A presença internacional também brilha em Miami, na Flórida, onde contribuíram com um mural de grande escala para a Art Week 2022 no Wynwood Walls, consolidando sua posição na cena artística global. 

Em Coldwater, Michigan, os artistas mergulharam no mundo da arte psicodélica com dois murais internos para Sapūra, mostrando uma diversidade artística expansiva.

Participando de eventos como o NaLata Festival em São Paulo, e o Vision Arts Festival nas Swiss Alps, a Bicicleta Sem Freio destaca-se pela sua versatilidade e adaptabilidade em diferentes contextos culturais. Seja nos festivais brasileiros ou nas montanhas suíças, a dupla traduz sua expressão artística de maneira cativante. 

Em Fortaleza, no Festival do Concreto, e em Jerusalém, no Festival das Muralhas, eles demonstram a habilidade de integrar-se e enriquecer as comunidades por meio da arte.

“Acreditamos verdadeiramente que duas cabeças pensam sempre melhor que uma e a arte é algo que só pode melhorar se for construída em conjunto. Nosso processo solo também é essencial porque definitivamente informa o que trazemos para a mesa quando trabalhamos juntos”, afirmam os artistas, atualmente residentes e ativos em Goiânia.

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