Goiânia em Cena chega à sua 16ª edição nesta quarta-feira

GABRIELLA STARNECK

ESPECIAL PARA O HOJE

Um dos festivais mais tradicionais do calendário cultural da Capital, o Goiânia em Cena chega à sua 16ª edição nesta quarta-feira (17). Promovido pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, o evento, que objetiva democratizar o acesso às artes cênicas, será realizado até o próximo dia 24 de outubro, em diferentes locais da cidade – como Centro Cultural UFG, Teatro Goiânia e Bosque dos Buritis. Desde 2005, o festival integra a programação do aniversário de Goiânia.

“O Goiânia em Cena é um dos principais festivais de artes cênicas do País. O evento visa a promover o encontro de grupos nacionais e internacionais com grupos locais para intercambiar experiências, linguagens, democratizar o acesso às artes cênicas – além de promover o talento da nossa gente”, afirma Kleber Adorno, secretário municipal de Cultura. Mais de 40 atrações integram a programação. 

Festival

O Goiânia em Cena vem se consolidando na programação cultural de Goiânia há 16 anos. De lá para cá, uma série de atrações já se apresentaram nos palcos do festival que, ano a ano, possibilita a diferentes públicos o acesso às manifestações culturais.  Para Kleber Adorno, ao longo dessa trajetória o Goiânia em Cena ‘amadureceu’: “Hoje, é um festival maduro, que está à altura da cidade, das expectativas da classe artística. Sempre procuramos aprimorar a qualidade do evento para aperfeiçoar e corrigir eventuais problemas”. 

Um dos propósitos do Goiânia em Cena, como já foi ressaltado, é democratizar o acesso as artes cênicas – por isso as apresentações ocorrem em diferentes espaços da cidade  com preços acessíveis para a entrada. E, embora o custo dos espetáculos seja ‘baixo’, a programação é de boa qualidade. “O nível de organização que procuramos imprimir é de um evento profissional”, afirma o secretário municipal de Cultura. Ele ainda ressalta que, desde 2005, o festival integra a programação do aniversario de Goiânia, “porque a cidade nasceu com um batismo cultural, então nada melhor para comemorar o aniversario do que atividades artísticas”.

Kleber Adorno explica que todo o festival se constitui em um espaço muito importante para a difusão dos artistas locais, por isso o Goiânia em Cena é de extrema importância para esses profissionais, principalmente os que estão em começo de carreira. “Como esse evento já é tradicional, os grupos locais aguardam sua realização para terem a oportunidade de se apresentar. Além disso, o festival promove o contato com novas experiências, linguagens e estudos – então isso também ajuda a qualificar”, afirma o secretário. 

Programação

A novidade do Goiânia em 2018 é o (Re) Canto de Ouro, uma pequena mostra do Canto de Ouro dentro da programação do Goiânia em Cena. “O intuito é enriquecer ao evento e dialogar com a boa música feita na Capital, a MPB local”, diz Kleber. O público poderá apreciar mais de 40 atrações, sendo dez espetáculos locais e seis nacionais– além de 26 cenas curtas nas linguagens de teatro, dança, circo e música.

Um dos destaques deste ano é a participação internacional do palhaço americano Avner Eisenberg, que se apresenta em Goiânia pela segunda vez, no dia 21 de outubro, no Teatro Goiânia. O artista traz o espetáculo Avner, Exceções à Gravidade, desafiando as barreiras de linguagem e cultura. Já o musical Un Chant D’Amour à Piaf, com a atriz e cantora Cristina Santos, é um dos destaques das atrações nacionais. O espetáculo, que homenageia uma das principais cantoras francesas do século 20, marca a volta de Cristina aos palcos depois de mais de 20 anos. 

Outra atração que se apresenta no Goiânia em Cena após uma pausa é Quasar Cia. de Dança, com o espetáculo O que Ainda Guardo…, que celebra os 30 anos de trajetória do grupo. “A expectativa para essa volta dos trabalhos da Quasar é muito grande, porque a comunidade,  nossos seguidores e o público torceram muito por esse retorno. Vamos trazer uma apresentação bastante poética. Acho que vai ser uma carga de muita emoção”, afirma a diretora do grupo, Vera Bicalho.

‘O que Ainda Guardo…’

O espetáculo da Quasar Cia. de Dança traz memórias, lembranças, desafios e aprendizados do grupo ao longo dos 30 anos de trajetória. “Há algumas cenas em que fazemos uma homenagem à própria Quasar. É um espetáculo com uma estética bem elaborada de palco, com cenário e figurino muito bonitos”, afirma Vera. Criado pelo coreógrafo Henrique Rodovalho, o programa é guiado pela arte bossa-novista, e busca construir diálogos, entre ontem e hoje, canções e passos. Músicas e movimentos entrecruzam-se para, além de acomodar sambas de uma nota só, pôr em relevo o percurso da companhia.

As letras das canções de Bossa Nova foram pontos-chave para que um tipo de movimento se arquitasse entre coreógrafo e intérpretes. Os temas abordados pelos compositores, muitos deles singelos e ligados a um cotidiano ingênuo e pueril, nesta trilha sonora são cantados como se fossem conversas entre amigos, e esta maneira coloquial de fazer poesia inspirou um tipo de movimentação que permeia toda obra. A partir daí, o espetáculo foi se revelando como um diálogo provocativo – e nada previsível – entre as canções e seus temas e as coreografias que foram criadas e seus movimentos. O corpo se tornou, então, linguagem em si e expressão de algo maior.

“Nós recebemos um convite para participar de um evento chamado Preciosidades Vivara, que ocorre no Rio de Janeiro e em São Paulo. A Vivara Joias, por meio do Ministério da Cultura, solicita a montagem de uma obra exclusiva. Então fomos convidados para fazer um espetáculo com a trilha sonora da Bossa Nova, que completa 60 anos em 2018. Então O que Ainda Guardo surgiu por meio desse convite. E juntamos, dentro dessa oportunidade, uma perspectiva de estar retomando as nossas atividades. Então fizemos uma programação em comemoração aos nossos 30 anos”, afirma a diretora da Quasar. 

Para Henrique Rodovalho, o momento para esta emersão da Quasar não poderia ser mais apropriado. “A preciosidade do espetáculo também está envolta em uma aura de ressurgimento, de ressignifcação, de rebrotagem, de um grupo que presencia momentos delicados de sua história, mas que também encontra na tarefa de produzir uma nova criação, um instante de frescor, de contemplação de novas possibilidades e novos encontros”.

SERVIÇO

16ª edição do Goiânia em Cena 

Quando: de 17 a 24 de outubro

Onde: Vários espaços culturais da Capital 

Mais informações: http://goianiaemcena.com.br/2018/