Cinema nacional no Festival de Berlim

Três produções brasileiras recebem reconhecimento internacional

Postado em: 26-02-2024 às 11h50
Por: Luana Avelar
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Três produções brasileiras recebem reconhecimento internacional | Foto: Divulgação

No último sábado (24), o Festival de Berlim celebrou não apenas o talento global, mas também abriu espaço para destacar a excelência do cinema brasileiro. Três produções nacionais conquistaram prêmios em diferentes categorias, consolidando o prestígio e a diversidade do cinema do Brasil.

O curta-metragem ‘Lapso’, dirigido por Carolina Cavalcanti, recebeu uma menção especial do júri na mostra Geração 14plus. Este filme foi elogiado por sua capacidade  de celebrar a coragem de compreender, destacando como essa virtude pode ser poderosa e capaz de superar barreiras. A decisão do júri, composto por Erik Lars Dziergwa, Viola Holland, Cynthia Kuo-Lo, Solace Pieper e Sea Starzacher, ressalta a contribuição de ‘Lapso’ para a narrativa cinematográfica contemporânea.

Outra produção que brilhou foi ‘Dormir de Olhos Abertos’, dirigido por Nele Wohlatz e produzido por Kléber Mendonça Filho. Este filme, ambientado no Recife e em coprodução com Taiwan, Argentina e Alemanha, recebeu o prêmio da crítica internacional da FIPRESCI na mostra Encounters. Oferecendo uma perspectiva sobre o processo migratório de imigrantes chineses no nordeste brasileiro, a obra de Wohlatz e Mendonça Filho foi reconhecida por sua originalidade e qualidade cinematográfica.

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A cineasta Juliana Rojas foi agraciada com o prêmio de Melhor Direção na mostra Encounters pelo seu filme ‘Cidade; Campo’. A produção, que explora os movimentos de indivíduos buscando recomeços, mescla crítica social, trabalhista e terror sobrenatural. Rojas, em seu discurso, celebrou o reconhecimento do seu trabalho e destacou questões internacionais, pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza e relembrando o triste aniversário da guerra entre Ucrânia e Rússia.

Reviravoltas no Urso de Ouro

Além do sucesso das produções brasileiras, o aguardado anúncio do Urso de Ouro trouxe reviravoltas inesperadas. Embora ‘Dahomey’ de Mati Diop tenha confirmado seu favoritismo e conquistado o prêmio principal, filmes de comédia como ‘A Traveler’s Needs’ de Hong Sang-Soo e ‘O Império’ de Bruno Dumont surpreenderam ao alcançar posições de destaque, desafiando as expectativas estabelecidas pelos críticos.

A quebra de padrões também se estendeu ao prêmio de melhor direção, concedido à proposta experimental ‘Pepe’, do diretor dominicano Nelson Carlos de Los Santos Arias. O júri optou por afastar-se do conservadorismo dos dramas clássicos, abraçando narrativas menos convencionais.

As escolhas para as melhores performances geraram debates, com Emily Watson surpreendendo ao levar o troféu de melhor atriz coadjuvante por sua participação em apenas uma cena em ‘Small Things Like This’. Sebastian Stan foi reconhecido por sua atuação em ‘A Different Man’, superando torcidas fortes para Sidse Babett Knudsen e Anja Plaschg.

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