Mulheres negras na música brasileira

‘Diaspóricas 2 - O Show’ acontece no Teatro da IFG, apresentação coroa a experiência da vivência coletiva musical que se construiu na segunda temporada da série

Postado em: 28-02-2024 às 10h00
Por: Letícia Renata
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Flávia Carolina, Kesyde Sheilla, Maximira Luciano e Inà Avessa, com trajetórias musicais diversas, apresentam um repertório que reflete suas vivências e ancestralidade | Foto: Juliana Cordeiro

Mais um show fruto da Série Diaspóricas chega aos palcos goianos. A apresentação reúne quatro artistas negras que participaram da segunda temporada da série homônima. Flávia Carolina, Kesyde Sheilla, Maximira Luciano e Inà Avessa, com trajetórias musicais diversas, apresentam um repertório que reflete suas vivências e ancestralidade. ‘Diaspóricas 2 – O Show’ chega ao Teatro do IFG nesta quinta-feira (29), às 20h, com entrada gratuita. Os ingressos podem ser retirados de forma antecipada pelo site (sympla.com).

As quatro musicistas desenvolvem carreiras individuais que transitam pelos gêneros do forró, da música erudita, do samba e do hip hop. Elas trouxeram suas próprias vivências musicais para a série goiana e também improvisaram e compuseram juntas, mas cada uma, dentro de sua linguagem, da maneira como a música conversa com elas próprias.

O show é a consonância dessas trajetórias resultando em um trabalho coletivo e desafiador de mulheres negras com trabalhos muito diferentes se encontrarem para fazer música preta juntas, em uma experiência única e inovadora.

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Show

Um repertório com referência voltada à ancestralidade presente nas histórias de vida das musicistas e envolverá as pessoas espectadoras a projeções para um futuro de possibilidades ao povo negro. O show tem duração de 50 minutos e traz um conceito de criação de memórias às pessoas negras.

Segundo a musicista Flávia Carolina, toda a concepção da apresentação é montada como se fosse em um encontro entre amigas, em uma espécie de tertúlia para que se mostre o trabalho de uma para as outras. A inspiração para a apresentação vem da conversa, do mergulho na subjetividade de cada artista.

“A ideia é fazer um sarau, de forma casual dentro de uma sala, para que cada uma apresente poesias e músicas. Dessa forma, o público se torna convidado e se torna, também, parte do nosso encontro. Será o momento de ele estar perto e fazer uma troca com a musicalidade de cada artista”, adianta Flávia.

A rapper e MC Inà Avessa alega que recebeu muitos elogios do público sobre a série, em que pessoas espectadoras afirmavam se sentirem em uma conversa intimista com os artistas, ao assistirem os episódios. Ao levar às outras três artistas esse retorno do público, elas conceberam juntas a proposta do show.

Para a clarinetista Kesyde Sheilla, “música é coletividade” e o cenário do show também é pensado pelas vias do empoderamento coletivo, do acolhimento que culmina na criação e vivência de memórias de mulheres negras.

As fotógrafas Mayara Varalho e Yasmin Nascimento, que fazem parte da equipe de fotografia da série, se juntaram à artista visual Òkun para conceber a cenografia do show a partir da criação de uma sala com elementos que remetem às memórias de mulheres negras.

Série

A série ‘Diaspóricas’ traz depoimentos de artistas negras sobre superação do racismo e do sexismo, a partir do caminhar com a Música Preta Brasileira. A 2ª temporada é composta por 5 episódios, em que o protagonismo negro e feminino é tão elementar na construção da sociedade brasileira quanto os 4 elementos fogo, terra, ar e água são para a concepção da vida.

Em Diaspóricas, as artistas mostram suas vozes, espalham beleza, força e poesia a partir de suas histórias de vida. Elas enfrentam inúmeras barreiras, se fortalecem, apontam caminhos de possibilidades e se tornam figuras de referência, inspirando outras mulheres.

Conta uma equipe majoritariamente composta por mulheres negras, e celebra a excelência do trabalho artístico e audiovisual dessas profissionais. Todos os episódios estão disponíveis aberta e gratuitamente no Canal Diaspóricas no YouTube, como forma de democratizar o acesso da população periférica ao cinema goiano e de potencializar a música feita por mulheres negras, afirma a diretora da série Ana Clara Gomes.

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