Emicida elogia Goiânia como referência para a música independente brasileira

Durante show na Arena Multiplace o rapper relembrou seus primeiros dias de carreira

Postado em: 15-04-2024 às 11h22
Por: Luana Avelar
Imagem Ilustrando a Notícia: Emicida elogia Goiânia como referência para a música independente brasileira
A parceria entre Emicida e o rapper goiano Thiago Jamelão foi celebrada pelos fãs | Foto: Instagram/@emicida

Com corpo e alma em cima do palco, acompanhado de sua calma característica e da arruda atrás da orelha, Emicida cativou o público na Arena Multiplace no último sábado (13), com a turnê ‘AmarElo – A Gira Final’, encerrando com maestria o projeto do álbum ‘AmarElo’, lançado em 2019. Entre canções, poesias e aplausos, o show, que teve uma média de três horas de duração, começou com uma reflexão, “A música é o que mais se assemelha a Deus”. 

“Por todos os lugares do mundo que passamos com esse espetáculo, as pessoas alcançaram um tipo de transcendência muito bonita. Eu me emocionei em todos eles. Componho sonhando com coisas que eu gostaria de ver no mundo e, quando essa sinergia acontece, sinto que as pessoas me dizem que querem ser parte deste sonho também. E são mesmo”, compartilhou Emicida. 

Uma fã que esteve presente no show disse, “Transcendental. O show do Emicida é a coisa mais linda que já vi na vida, transmite tantas emoções e tantas coisas bonitas. Lá em 2019 quando ele lançou AmarElo, esse disco me salvou de um dos piores momentos que vivi e poder assistir a turnê desse álbum e assim bem pertinho do palco, colou partes da minha alma de volta, me emocionei muito e vivi esse momento como nunca, porque Emicida é isso, é poesia, é arte, é se sentir abraçado, motivado e compreendido, é um privilégio ter sua arte no mundo. Obrigada por isso Emicida. Real é que faltam palavras pra descrever, mas uma que me vem à cabeça é celebração”.

Continua após a publicidade

Os fãs goianienses também se emocionaram com a participação do rapper goiano Thiago Jamelão, cuja trajetória artística remonta à sua adolescência, quando se juntou ao grupo de rap Ataque Beliz após sua mudança para Brasília. Desde então, acumulou experiências e maturidade artística, culminando em sua integração à banda fixa de Emicida em 2019. O poeta tem apadrinhado Jamelão, solidificando uma importante parceria e fonte de inspiração para o projeto ‘Sóis’. A colaboração entre os dois resultou na coautoria de três faixas do EP, incluindo ‘Morada’, ‘2000ealgumacoisa’ e ‘Beijando’. A presença de Jamelão no show foi celebrada por fãs e espectadores, que o elogiaram por sua incrível performance de abertura e talento, destacando-o como uma fonte de orgulho para Goiânia e para a cena musical nacional.

Durante o espetáculo, Emicida não hesitou em expressar sua admiração pela cidade e seu público engajado na música independente. Em um momento, o artista dirigiu-se à plateia reconhecendo o papel que Goiânia desempenhou em sua jornada artística, descrevendo-a como um ‘farol para a música independente no Brasil’. 

“É muito desafiador ser teimoso e querer sobreviver da arte no Brasil, sabe? Mas eu garanto para vocês que sem a fuga como o Goiânia Noise, quando a gente começou, seria muito mais difícil”, comentou. O rapper também recordou o início de sua carreira, “A gente olhava lá de São Paulo e sonhava em vir tocar um dia aqui em Goiânia. Vocês inspiraram o Brasil a fazer a música que a gente acreditava, convenceram a gente a fazer a música que a gente acreditava que devia ser feita, valia a pena”.

Setlist 

A canção ‘É Tudo Pra Ontem’ foi o destaque de uma noite repleta de surpresas e emoções para um público diversificado, representando várias gerações. Após a performance, o cantor emocionou ao recitar a história originalmente escrita por Ailton Krenak, anteriormente narrada por Gilberto Gil na versão de estúdio da música. O rapper também aproveitou o momento para celebrar o feito histórico da nomeação de Krenak à Academia Brasileira de Letras (ABL).

O show seguiu com ‘A Ordem Natural das Coisas’, em que fez uma homenagem a Cartola com a canção ‘Corra e olhe o céu’. Depois continuou com outros sucessos do setlist como ‘Quem tem um amigo tem tudo’, ‘Pequenas alegrias da vida adulta’, ‘Cananéia, Iguape e Ilha Comprida’, ‘Paisagem’, ‘Eminência Parda’, ‘Ismália’, música que traz fortes críticas sociais nos versos, ‘Principia’ e, também, a música que dá nome ao álbum. 

As faixas mais nostálgicas, como ‘Baiana’, ‘Madagascar’ e ‘Boa Esperança’ do álbum ‘Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa…’ (2015), não foram deixadas de lado. Além disso, foram resgatadas ‘Levanta e Anda’ do álbum de 2014, ‘Triunfo’ de ‘Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, até que Eu Cheguei Longe…’ (2009), e ‘Ooorra’, do álbum ’10 Anos de Triunfo’ (2018). Em ‘Hoje Cedo’, uma parceria com Pitty, o rapper dividiu os vocais com a guitarrista Michele Cordeiro.

Veja Também