Ilha de Marajó surpreende pelas belezas naturais e lendas cheias

A ilha está localizada no encontro do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico

Postado em: 19-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Ilha de Marajó surpreende pelas belezas naturais e lendas cheias
A ilha está localizada no encontro do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico

SABRINA MOURA*

Considerado um destino exótico por muita gente, a Ilha de Marajó surpreende pelas belezas naturais e lendas cheias de mistérios. Ela é a principal ilha do Arquipélago do Marajó. Sua principal característica é que ela é costeira, do tipo fluviomarítima – ou marítmo-fluvial –, banhada tanto por águas fluviais (Rio Amazonas, Pará e Tocantins) quanto por águas oceânicas (Oceano Atlântico). O local tem mais de 40.000km² de extensão, sendo maior que a Bélgica, por exemplo.

Continua após a publicidade

A ilha é dividida em 12 municípios: Santa Cruz do Arari, Afuá, Anajás, Breves (a capital da Ilha de Marajó), Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, São Sebastião da Boa Vista e Soure. Suas principais cidades são Salvaterra, Soure e Cachoeira do Arari, na parte oriental da ilha, mais perto de Belém, região onde vive a maioria dos 250 mil habitantes do Marajó.

As cidades de Soure e Salvaterra são os principais destinos turísticos na Ilha do Marajó, onde o tempo passa em um compasso diferente do continente, do resto do Brasil e do mundo. Dentre as principais atrações turísticas do lugar, destacam-se os montes artificiais, denomeados ‘tesos’, que foram construídos no período pré-colombiano pelos índios locais, e o grande rebanho de búfalos, um dos maiores do Brasil.

Búfalos

Os búfalos são uma presença marcante na vida dos marajoaras – tão forte quanto o carimbó e o lundu, danças de origem africana e indígena típicas do Pará. Os animais, que chegam a pesar meia tonelada, pastam livremente pelas ruas de Soure e até servem como viatura para uma espécie de polícia montada.

Servem também como ‘táxi’ e, no Carnaval, puxam carroças equipadas com potentes caixas de som, numa curiosa mistura de carro de boi com trio elétrico. A passarela do samba em Soure, por sinal, foi batizada de Bufódromo, numa homenagem ao animal-símbolo da ilha.

O curioso é que os búfalos chegaram à região por acidente, depois que um navio carregado dos animais, que seguia para a Guiana Francesa, encalhou na costa da ilha. Os animais nadaram até a praia e se adaptaram ao clima inóspito do lugar – ainda hoje é possível encontrar búfalos selvagens nas matas de Marajó.

A região é considerada o maior e mais bem preservado santuário ecológico da Amazônia, abriga planícies cobertas de savana, densas florestas, praias fluviais, lagos de diversos tamanhos, igarapés, dunas e a pororoca, com formação de ondas gigantescas no encontro da águas. Também têm destaque a cultura local, a dança do carimbó, de lundu e a cerâmica marajoara.

As praias da Ilha de Marajó, podem ser fluviais, de água doce, ou marinhas, de água salgada; as mais famosas são a Praia do Pesqueiro, a Praia do Araruna, a Praia Grande e a Praia de Joanes/Monsarás.

Para além das praias, o visitante pode fazer ecoturismo, apreciando a fauna, em particular os mangais, os animais que compõem a fauna local, como capivaras, macacos, jacarés e aves, designadamente o guará, passear pelos igarapés, cursos de água constituídos por um braço de rio, visitar a Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó, o Parque Estadual Charapucu, a Reserva Ecológica da Mata do Bacurizal e do Lago Caraparú, a Reserva Extrativista Gurupá-Melgaço, a Reserva Extrativista Mapuá, o Museu de Marajó e a Fazenda Bom Jesus.

História

Antes da chegada dos portugueses, a Ilha de Marajó já era habitada por populações indígenas que viviam em sociedades avançadas e dominavam a peculiar e refinada arte de modelar a argila, produzindo, desde aquela época, a cerâmica marajoara, uma tradição da Ilha de Marajó que sobrevive, até hoje, graças às habilidades dos artesãos do Marajó em manter viva essa tradição.

Eram desenhados ou moldados, no barro, animais e seres da floresta: cobras, jacarés, tartarugas, lagartos, corujas, macacos. Esses objetos, que foram encontrados pelos arqueólogos, estão vivos e espalhados por museus do mundo inteiro.

A origem dos antigos habitantes da Ilha do Marajó é um mistério. Dizem que a Ilha já era habitada há 5.000 anos, mas restaram poucas pistas dessas populações. O pouco que se sabe sobre eles vem de achados de sítios arqueológicos encontrados por toda a Ilha de Marajó.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov 

Veja Também