Brasil como convidado de honra na FILBo

A Feira do Livro de Bogotá (FILBo) deste ano destaca o Brasil como país convidado, consolidando uma aproximação cultural entre Brasil e Colômbia. O evento, que ocorre até 2 de maio, traz uma programação diversificada, com destaque para o Ciclo Afro, iniciativa sediada na Universidade Nacional da Colômbia.

Marcos Ramos, idealizador do Ciclo Afro, comenta sobre a importância desse encontro: “Demonstra um interesse mútuo de reaproximação entre os dois países por meio da literatura”. Ele destaca também a oportunidade de circulação da obra de autores brasileiros pela América Latina, em especial na Colômbia.

Catherine Dunga, cofundadora da Kitambo, organização voltada para artistas africanos e da diáspora, enfatiza a importância desse diálogo: “Os dois países podem aprender com as semelhanças e diferenças da realidade posta aos afrodescendentes nos dois territórios”.

O Ministério da Cultura brasileiro, em parceria com os organizadores da FILBo, contribui com uma programação que envolve cerca de 20 escritores, destacando o Ciclo Afro como detentor da maior parte das atividades do encontro. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destaca o significado desse momento: “Este relevante evento literário da América Latina proporciona um espaço para a celebração da literatura e o estímulo ao intercâmbio cultural em nível global.

Além disso, a presença da ministra na mesa de atividade ‘Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbio Sul-Sul’ reforça o compromisso de cooperação entre Brasil e Colômbia no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial. 

A FILBo, em seu objetivo de promover a dinamização da indústria editorial colombiana e latino-americana, também busca abrir conversas sobre temas importantes da atualidade. O lema da edição deste ano, ‘Ler a naturaza’, visa unir literatura, cultura e natureza de maneira harmoniosa.

Para os participantes brasileiros, como a escritora Cidinha Silva, essa é uma oportunidade de apresentar outras perspectivas de vida por meio da literatura: “À medida que vozes literárias não-hegemônicas forem ouvidas e lidas, teremos a possibilidade de apresentar outros mundos”. Fabiana Cozza, cantora brasileira, destaca o papel da música na união de povos e bandeiras: “A música exerce um papel importantíssimo na difusão de ideias”.

O evento com seu foco na representatividade negra e no intercâmbio cultural, reforça a importância do diálogo entre Brasil e Colômbia. Munah Malek, mediadora de atividades durante o evento, ressalta a necessidade de estreitar esses laços entre países ‘irmãos, que se tratam como primos distantes’: “Aproximar essas relações é reforçar os lados dos países do cone sul também para estreitar agendas, realizar intercâmbios e ultrapassar a barreira dos idiomas”.