Tenda Multiétnica revisita a diversidade cultural do Cerrado goiano

Evento reunirá povos tradicionais, estudantes e professores para debater saúde e meio ambiente

Postado em: 10-06-2024 às 07h30
Por: Luana Avelar
Imagem Ilustrando a Notícia: Tenda Multiétnica revisita a diversidade cultural do Cerrado goiano
Cerca de 500 pessoas por dia devem participar das atividades da Tenda Multiétnica, uma das principais atrações do Fica 2024 | Foto: Seduc

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) e a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC-GO) vão sediar, de 12 a 15 de junho de 2024, a 6ª edição da Tenda Multiétnica no âmbito do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) na cidade de Goiás. O evento, que visa reunir os povos tradicionais do Cerrado, estudantes e professores de escolas do campo, indígenas, quilombolas e a comunidade em geral, tem como tema central ‘Saúde e Meio Ambiente’.

A Tenda Multiétnica surgiu em 2016, durante o XVIII FICA, com o objetivo de criar um espaço de encontro, troca de saberes e visibilidade para os diversos povos do Cerrado goiano, como indígenas, quilombolas, camponeses e ciganos. Desde então, a iniciativa vem se consolidando como um importante evento de valorização da diversidade cultural e fortalecimento das lutas desses grupos.

Em 2017, a 2ª edição da Tenda proporcionou vivências e partilha de culturas, desafios e lutas sociais, culturais, políticas, espaciais, territoriais e espirituais desses povos. Já em 2018, a 3ª edição ampliou seu escopo para incluir a exposição de fotografias e a exibição de curtas-metragens produzidos pelos estudantes, contribuindo para o resgate histórico e cultural da identidade desses grupos.

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No ano de 2022, a 4ª Tenda Multiétnica, realizada durante o FICA, reuniu os povos originários de Goiás para apresentar seus saberes, modos de fazer, usos e costumes, além de compartilhar lutas por seus direitos e debater a realidade de cada povo.

Agora, em 2024, a 6ª edição do evento será ampliada para receber aproximadamente 300 pessoas por dia, contando com a participação de diversas escolas do campo, indígenas e quilombolas do estado de Goiás. O objetivo é promover a interculturalidade, o compartilhamento de saberes, fazeres e pedagogias, por meio de oficinas, exposições, apresentações culturais, exibição de filmes, rodas de conversa, debates, minicursos e comercialização de artesanato.

A Tenda Multiétnica baseia-se na legislação da Educação do Campo, Educação Escolar Quilombola, Educação Escolar Indígena e Educação para as Populações em Situação de Itinerância, respeitando as especificidades, a interculturalidade, o multilinguismo e a pluralidade dos saberes desses povos. Dessa forma, o evento se configura como um espaço de valorização, fortalecimento e visibilidade das culturas e lutas dos grupos tradicionais do Cerrado goiano.

Povos tradicionais participantes

Os povos tradicionais participantes incluem: Iny/Karajá (Aldeias Buridina e Bdè Burè, município de Aruanã), Tapuia (Aldeia Carretão, municípios de Rubiataba e Nova América), Avá-Canoeiro e Tapirapé (Aldeia Avá-Canoeiro, município de Minaçu), Xavante (municípios de Aragarças, Goiás, Goiânia), Camponeses (municípios onde há escolas do campo, Cidade de Goiás, Orizona, Uirapuru), Quilombolas (municípios de Cavalcante, Monte Alegre, Teresina de Goiás) e Afoxé Omo Odé (município de Aparecida de Goiânia), além do Terno de Congo Rosa e Branco (município de Goiânia).

Programação

Apresentações culturais: rodas de capoeira, dança da peneira (quilombola), dança da sussa (quilombola), danças indígenas, cantos negros, poemas e cantos sertanejos, rodas de violeiros, folias de Reis e do Divino, corrida de tora, demonstração de arco e flechas, afoxé e congada.

Rodas de conversa e debates: Jovem no campo – perspectivas e lutas, As políticas educacionais para os povos originários de Goiás: legislação, avanços e desafios, Ameaças e desafios aos povos indígenas: levantando problemas e buscando soluções, Terra e território: ameaças e desafios para os povos tradicionais, A questão quilombola na atual conjuntura: diálogos com os movimentos e gestores, Saúde e Meio Ambiente: violações ao território e à vida dos povos tradicionais, Luta pela terra e na terra: perspectivas da questão camponesa, Políticas públicas para as populações tradicionais.

Oficinas e minicursos: Grafismo e pintura corporal Iny/Karajá, Pintura em cerâmica Iny/Karajá, Boneca Ritxoko/Ritxoo Iny/Karajá, Cestaria, Bonecas de pano, Arte Quilombola, Fotografias e vídeos, Colchas de retalho, Língua Xavante – Língua A’uwe Uptabi, Língua Iny/Karajá- Língua Iny Rybé (masculino e feminino), Língua Avá Canoeiro, Língua Tapirapé.

Infraestrutura e logística

Hospedagem: 350 pessoas diariamente, em pousadas, hotéis da Cidade de Goiás e casas particulares.

Alimentação: 2.670 refeições entre almoço, jantar e lanche da tarde, para os povos indígenas, povo do campo, representantes das escolas do campo e povo quilombola.

Infraestrutura: tenda 12x12m, banners, tendas 3×2 para oficinas e minicursos, cadeiras, mesas, sistema de som, TV 50′ para exibição de filmes e documentários, sistema de iluminação, fornecimento de água.

Logística de transporte: itinerários para os povos indígenas, quilombolas e do campo.

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